O Amazônia DOC – Festival Pan-Amazônico de Cinema apresenta até 30 de maio a Mostra Especial 10 anos, que reúne exibição de mais de 35 filmes por meio da plataforma de streaming AmazôniaFlix, bate-papos e oficinas sobre cinema e audiovisual, masterclass e sessão especial. A programação é gratuita e totalmente online.  O evento é uma forma de reviver as experiências de mais de uma década de festival, que teve sua primeira edição em 2009.

O evento tem patrocínio da Lei Aldir Blanc Pará, via Governo do Pará e Secretaria de Estado de Cultura (Secult), e Governo Federal, Secretaria Especial da Cultura e Ministério do Turismo. A realização é do Instituto Cultura da Amazônia com produção de Z Filmes e apoio cultural da Casa de Estudos Germânicos (CEG), da Universidade Federal do Pará (UFPA) e Instituto Goethe.

Para a idealizadora e coordenadora geral do Amazônia DOC, Zienhe Castro, trata-se de um momento para revisitar memórias de grandes produções documentais que versam sobre a região bem como a própria trajetória do Festival, que já teve seis edições, cinco presenciais e uma totalmente online em 2020 por conta pandemia do coronavírus. Além disso, também é uma oportunidade para suscitar debates sobre as mudanças no audiovisual ao longo de mais de uma década, desde a questão dos fomentos públicos até a era do consumo de filmes via streaming. 

“Essa mostra nasce do desejo de valorizar uma cinematografia relevante para pensar e refletir sobre a produção audiovisual das diversas Amazônias. Além do mais, em análise pela equipe de organização sobre nossa trajetória, nos demos conta de que muitas pessoas em 2009 ainda eram muito jovens e não tiveram a oportunidade de participar das primeiras edições do Festival Amazônia DOC e com isso perderam a oportunidade de assistir a filmes importantes para nossa cinematografia”, explica Zienhe Castro.

Mostras

A Mostra Especial 10 anos apresenta três recortes: a mostra “Para Cutucar”, já disponível para acesso com 16 filmes que instigam o espectador a refletir sobre o território amazônico com suas complexidades sociais, históricas, culturais; já na mostra “Mundiado”, os nove filmes apresentam os encantos e mistérios dos causos e lendas da região, flertando entre real e imaginário; e em “Igapó”, o espectador verá memórias e representações sociais que desaguam em obras construídas como verdadeiros ecossistemas de pensamentos.

O coordenador de programação, Felipe Pamplona – que integra a equipe do Amazônia DOC desde a primeira edição -, explica que as mostras foram concebidas com filmes que já fizeram parte do festival em todas as edições e que foi necessário realizar um exercício de curadoria. “A partir de textos e ideias mais amplas e poéticas, fomos agrupando obras por afinidade, o que faz com as obras ganhem mais força. E tem um diferencial que é o formato de exibição e o tempo que os filmes ficarão disponíveis”, comenta. 

Oficinas

Lucas Bambozzi apresenta a masterclass “O que é cinema expandido?”.

 

Para continuar com a missão de formar agentes para atuar no mercado audiovisual, uma marca do Festival Amazônia DOC desde sua primeira edição, a Mostra Especial oferta quatro oficinas, com 100 vagas em cada, em formato de videoaulas gravadas e uma masterclass. As inscrições já podem ser realizadas no site www.amazoniadoc.com.br e seguem abertas até 10/05. Dia 14/05 ocorrerá a oficina de Trilha Sonora, com Léo Chermont;  19/05 será a vez da oficina de Fotografia, com Cezar Moraes; em 24/05 o assunto é sobre Roteiro, com Felipe Cortez; e dia 24/05 o ciclo se encerra com a oficina de Som, com Davi Paes. 

Já no dia 29/05, das 16h às 18h, o cineasta Lucas Bambozzi apresenta a masterclass “O que é cinema expandido?”, para falar sobre experimentação e novas formas de cinema, a partir de um diálogo com a teoria e novos formatos do cinema e do audiovisual. Lucas esteve presente na programação do primeiro festival e celebra agora junto ao público paraense mais uma discussão contemporânea da área do cinema. As inscrições para 30 vagas já estão abertas pelo site www.amazoniadoc.com.br e a masterclass será ao vivo via AmazôniaFlix. 

Bate-papos

Como forma de estimular o debate e promover reflexões, a programação conta ainda com sete bate-papos em formato de live via Instagram, na conta oficial @amazoniadoc. Na quinta-feira (6), o diálogo será entre o procurador regional da República Felício Pontes, representante do diretor Daniel Junge, do longa documentário “Mataram Irmã Dorothy” e Cesar Garcia, diretor do curta “Soldados da Borracha”, com mediação de Felipe Pamplona e da jornalista Erika Morhy. No sábado (8), a conversa será entre o diretor Yube Hunikuin, do longa documentário  “Bimi Shu Ikaya”, e a diretora Mari Corrêa do curta  “Quentura”, com mediação de Lorenna Montenegro e Zienhe Castro. Confira programação completa em www.amazoniadoc.com.br

Encerramento 

Para encerrar a programação, será realizada no dia 30/05, às 10h, uma live via YouTube com a secretária de estado de Cultura Ursula Vidal, o cineasta Homero Flávio, e os músicos e compositores Ronaldo Silva e Júnior Soares, do Arraial do Pavulagem, com mediação de Zienhe Castro e Allan Carvalho. Logo após, o público poderá conferir o filme  “Boi Pavulagem é Boi do Mundo”, com direção de  Ursula Vidal e Homero Flávio, disponível de 30/05 a 30/06 na plataforma AmazôniaFlix. 

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

  • Documentário “A Pajé”

Filme de Letícia Ottomani, Helena Alba e Nelma Salomão disponível para acesso gratuito na plataforma AmazôniaFlix até 30/05

  • Mostras de filmes 

Disponível para acesso gratuito na plataforma AmazôniaFlix até 30/05

Mostra “Para cutucar” – O cinema se debruça sobre as grandes questões que permeiam a ocupação do território amazônico. A potência da voz em primeira pessoa, a luz equatorial e a experiência de presenciar o fato histórico in loco que somente o documentário proporciona é o propósito dessa mostra. Por que cutucar não é somente chamar atenção, mas é incomodar e marcar de forma orgânica o debate político e cultural de um país.

16 filmes –Verde Terra Prometida: Laços Amazônia & Nordeste” (2007), de Cláudia Kahwage; “Sabrina” (2019), de Jéssica Barreto; “Mataram Irmã Dorothy” (2008), de Daniel Junge; “Carta para o futuro” (2011), de Renato Martins; “Soldados da Borracha” (2010), de Cesar Garcia Lima; “Fordlândia” (2008), de Marinho Andrade e Daniel Augusto; “Transamazonia” (2019), de Renata Taylor, Bea Morbach e Débora McDowell; “Sucúmbios, Terra sem Mal” (2011), de Arturo Hortas; “Camisa de Onze Varas” (2010), de Walério Duarte; “Majur” (2018), de Iris Lacerda; “Fakir” (2019), de Helena Ignez; “Até o Fim do Mundo” (2019), de Margarita Rodrigues Weweli-Lukana e Juma Gitirana Tapuya Marruá; “Beat é Protesto! O Funk pela ótica feminina” (2018), de Mayara Efe; “A Praga do Cinema Brasileiro” (2018), de Zefel Coff e Willian Alves; “En el murmullo del viento” (2018), de Nina Wara Carrasco; e “Mamirauá” (2018), de Silvio Da-Rin. 

– 14/05 – 20h – Abertura da mostra “Mundiado” – Essa mostra celebra as possibilidades de fabulação do cinema e das narrativas amazônicas. Mundiado é, ao mesmo tempo, um estado de encantamento e um canal de comunicação com os grandes temas que permeiam as narrativas contemporâneas.

9 filmes – “Mãos de Outubro” (2009), de Victor Lima; “Ari y Yo” (2018), de Adriana Farias; “Naiá e a Lua” (2010), de Leandro Tadashi; “Matinta” (2010), de Fernando Segtowick; “Sem Ti Contigo” (2010), de Tuki Jencquel; “Balsa Boieira” (2007), de Chico Carneiro; “Seu Didico: Paraense Velho Macho!” (2006), de Chico Carneiro; “Huahua” (2018), de José Espinosa Anguaya; “Bimi Shu Ykaya” (2018), de Yube Huni Kuin, Siã Huni Kuin e Isaka Huni Kuin.

– 21/05 – 20h – Abertura da mostra “Igapó” – Essa mostra é um território encharcado, um espaço de troca de sedimentos em que terra e água; imagem e som, memória e representações sociais desaguam em obras que são construídas como verdadeiros ecossistemas de pensamentos.

9 filmes – “Juliana contra o Jambeiro do Diabo pelo coração de João Batista” (2012), de Roger Elarrat; “Casa dos mortos” (2009), de Débora Diniz; “Regresso” (2010), de Jano Burmester; “Xadalu e o Jaguaretê” (2020), de Tiago Bortolini de Castro; “Quentura” (2018), de Mari Corrêa; “Leite e Ferro” (2010), de Cláudia Priscilla; “Léguas a nos separar” (2019), de Vitor Souza Lima; “A Terra da Lua Partida” (2010), de Marcos Negrão e André Rangel; “Sotaque do Olhar”, de Mykaela Plotkin.

  • Bate-papos online

Ao vivo no Instagram @amazoniadoc

– 06/05 – 19h – com Felício Pontes, representante do diretor Daniel Junge, do longa documentário “Mataram Irmã Dorothy” + Cesar Garcia, diretor do curta “Soldados da Borracha”. Mediação de Felipe Pamplona e Erika Morhy

– 08/05 – 19h – com o diretor Yube Hunikuin do longa documentário  “Bimi Shu Ikaya”  + diretora Mari Corrêa do curta  “Quentura”. Mediação de Lorenna Montenegro e Zienhe Castro

– 13/05 – 19h – com a diretora Débora Diniz do curta “A Casa dos Mortos”. Mediação de Felipe Pamplona e Pedro Nazareno, representante do ativismo antimanicomial

– 15/05 – 19h – com a diretora Débora McDowell do longa “Transamazônia” + diretora Iris Lacerda do curta “Majur”. Mediação de Zienhe Castro e  Gabriela Antunes

– 20/05 – 19h – com o diretor Chico Carneiro dos médias “Balsa Boieira” e  “Seu Didico: Paraense Velho Macho!” + o diretor Walério Duarte, de “Camisa de Onze Varas”. Mediação de Felipe Pamplona e Zienhe Castro

– 22/05 – 19h – com os diretores Joshi Espinoza e Citlalli Andrango do longa “Huahua” + o diretor Tiago Bortolini do longa  “Xadalu e Jaguaretê”. Mediação de Felipe Pamplona e Zienhe Castro

– 29/05 – 19h – com a diretora Mykaela Plotkin do longa “Sotaque do Olhar” + Vitor Lima, diretor dos curtas “Mãos de Outubro” e “Léguas a nos separar”. Mediação de Marco Moreira

  • Oficinas online em 4 videoaulas

Inscrições gratuitas até 10/05 pelo site www.amazoniadoc.com.br. Aulas via AmazôniaFlix. 100 vagas.

– 14/05 – Oficina de Trilha Sonora, com Léo Chermont

– 19/05 – Oficina de Fotografia, com Cezar Moraes

24/05 Oficina de Roteiro, com Felipe Cortez 

– 24/05 – Oficina de Som, com Davi Paes

  • Masterclass online
    Inscrições gratuitas pelo site www.amazoniadoc.com.br. Ao vivo via AmazôniaFlix. 30 vagas.

– 27/05 – 19h – “O que é cinema expandido?”, com Lucas Bambozzi
Cinema Expandido, experimentação e novas formas de cinema: um diálogo com a teoria e novos formatos do cinema e do audiovisual.

– 30/05 – 10h – Live online com Ursula Vidal, Homero Flávio, Ronaldo Silva e Júnior Soares. Mediação de Zienhe Castro e Allan Carvalho.

Filme de Encerramento: “Boi Pavulagem é Boi do Mundo”, com direção de  Ursula Vidal e Homero Flávio – Disponível de 30/05 a 30/06 na plataforma AmazôniaFlix.

com informações de assessoria