Caio Pimenta

Passado: Vivien Leigh

Duas atuações definiram a carreira dessa grande atriz. Em “E o Vento Levou” criou o arquétipo da heroína nos cinemas e novelas, sendo eternizada na memória coletiva. O maior momento, entretanto, veio mesmo com “Uma Rua Chamada Pecado”. O tom bruto de Marlon Brando e o modo teatralizado com que a atriz constrói Blanche DuBois é a base de toda a tensão do clássico de Elia Kazan. Um dos maiores nomes da história do cinema.

Atual: Kate Winslet

“Titanic” poderia ter acabado com a carreira de Kate Winslet. O filme arrebatou de tal modo o público que seria difícil alguém ver a atriz inglesa sem relembrar de Rose DeWitt Bukater. Mal sabíamos naquela época que a trajetória dela estava apenas começando. E que caminho trilhou! “Os Contos Proibidos do Marquês de Sade”, “Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças” e “Pecados Íntimos” deram o pontapé inicial. Veio, então, a maior atuação até o momento de Winslet: o drama “Foi Apenas um Sonho”, ao lado do parceiro Leonardo DiCaprio (o Jack Dawson do sucesso de James Cameron). Para completar a festa, faltava o Oscar. O brilhante trabalho em “O Leitor” corou todo esse esforço. Mesmo com gente do porte de Cate Blanchett, Natalie Portman, Tilda Swinton não dá para deixar de cravar: Kate Winslet é a maior atriz da atualidade.

Diego Bauer

Passado: Meryl Streep

Escolha previsível, certamente, mas creio que com o passar do tempo, e com as intermináveis indicações ao Oscar que ela acumula ano após ano, fomos esquecendo o quanto esta atriz é fantástica. Atuações memoráveis são apresentadas em sequência, sempre com a sua assinatura de entrega total a suas personagens. Talvez um ou outro trabalho da atriz seja supervalorizado pelo seu nome já ser quase um verbo, mas uma intérprete que tem atuações como em As Pontes de Madison, As Horas, Adaptação, O Diabo Veste Prada, Dúvida, A Dama de Ferro, Um Divã Para Dois e Álbum de Família, merece pelo menos nosso total respeito, visto que o seu nome já está na história do cinema.

Atual: Tilda Swinton

Muitas possibilidades de atrizes do presente, sem dúvida. Mas nenhuma me desperta tanta curiosidade quanto Tilda Swinton. Não sei dizer se a acho bonita ou feia, se é atraente ou repulsiva, mas tenho total convicção de que ela consegue se transformar no que a obra exige. Quero dizer, rigorosamente qualquer coisa. Capaz de ir do grotesco, do bizarro ao belo, ao agradável, Swinton eleva os trabalhos que participa, e com a sua excentricidade leva os filmes a lugares muito mais densos. Toda essa trajetória é coroada no fantástico Precisamos Falar Sobre O Kevin, talvez a sua personagem mais complexa, que rende a atriz uma atuação memorável, que inacreditavelmente foi esquecida pelo Oscar. O futuro ainda promete muitas coisas para esta intérprete única.

Ivanildo Pereira

Passado: Liv Ullmann

Para mim, a escolha de atriz favorita do passado é fácil: não há ninguém mais incrível e poderosa do que Liv Ullmann. Obviamente, ela será para sempre lembrada como uma das musas de Ingmar Bergman e estrela de vários dos seus filmes. Eles começaram a trabalhar juntos em Persona: Quando Duas Mulheres Pecam em 1966, e depois iniciaram um relacionamento dentro e fora das telas que rendeu uma filha e alguns dos melhores filmes já feitos. Neles, Liv não teve medo de explorar o interior das suas personagens perturbadas, e a atriz e o diretor entraram numa espécie de sintonia rara e especial. Dentre os 10 filmes que Bergman e Liv fizeram juntos, você pode escolher qualquer desempenho dela para admirar a profundidade e a humanidade que ela trazia aos papéis. É difícil escolher uma atuação favorita dela, mas depois de muita consideração fico com Cenas de um Casamento (1973). Sei que originalmente não é cinema, é uma minissérie de TV, mas depois Bergman a condensou e a lançou na tela grande. De qualquer forma, veja a versão completa, disponível em DVD, e me diga se existe algum outro desempenho mais tocante e emocional de uma atriz em frente a uma câmera.

Atual: Marion Cottillard

Aqui a escolha foi mais complicada, mas no fim fico com a francesa Marion Cotillard. Ela se tornou conhecida graças ao seu merecidíssimo Oscar por Piaf: Um Hino ao Amor (2007), mas ao contrário de muitas intérpretes cujas carreiras esfriam depois da estatueta, Cotillard se manteve em alta, realizando um grande trabalho após o outro. Ela foi a única coisa digna de nota no musical Nine (2009), esteve vulnerável e cativante em Inimigos Públicos (2009), bancou a femme fatale em A Origem (2010), despertou sentimentos no protagonista de Meia-Noite em Paris (2011) e esteve poderosa em Ferrugem e Osso (2012). Ela tem carisma de uma estrela e a competência e versatilidade de uma grande intérprete: Marion Cotillard é completa e consegue fazer qualquer coisa.