Inspirada na série animada “Heavy Metal” de 1981, “Love, Death & Robots” é uma antologia de animação produzida por Tim Miller (“Deadpool’) e David Fincher (“Mindhunter”, “Garota Exemplar”) para a Netflix com o objetivo de inserir o espectador em narrativas futuristas adultas contendo drama, terror, suspense e comédia. Apesar da ideia bastante interessante, a série falha quando deixa de lado o conteúdo em prol da estética.
As antologias distópicas estão cada vez mais comum nos serviços de streaming – “Black Mirror” da Netflix, “Weird City” da YouTube Premium e “Philip K. Dick’s Electric Dreams’ disponível na Prime Video – por isso, elas necessitam justificar as suas existências. O único destaque desta produção é a variação estética nas animações dos curtas – Fincher revelou que não gosta de chamar as narrativas de episódios.
O QUE SE SALVA
Uma visão extremamente niilista do futuro da humanidade é apresentada em “Love, Death & Robots” com os seres humanos sobrevivendo a ambientes hostis e violentos. Além disso, há os novos conflitos sociais gerados pelas relações humanas através da tecnologia. Por isso, os melhores curtas ficam nas histórias onde são reveladas as fragilidades e as idiossincrasias do modo de vida dos seres humanos, seja pelo viés dramático ou cômico.
Três deles merecem destaque: em “Three Robots“, a narrativa apresenta robôs comentando as peculiaridades humanas na tentativa de justificar como conseguimos nos autodestruir; o nonsense em “When The Yogurt Took Over” é utilizado para demonstrar o quão perigoso e passível de falhas podemos ser em uma posição de poder; por fim, “Helping Hand” explora como podemos chegar aos extremos para conseguir sobreviver.
A qualidade da animação varia muito já que cada episódio apresenta uma estética diferente. Realizados inteiramente em computação gráfica com personagens humanos extremamente realistas e ricos em detalhes “Beyond the Aquila Rift“, “Lucky 13” e “Shape-Shifters” são belíssimos, assim como “Fish Night”, a animação em 2D, que causa uma mistura de pura beleza estética e nostalgia.
OS EXCESSOS
A abordagem excessivamente sexista em torno da série, entretanto, causa muito incômodo. Cercados por uma masculinidade tóxica intencional, a maioria dos episódios aparentam ser criados para agradar homens dos 16 até os 30 anos que amam jogar videogames, contendo mulheres submissas e/ou sexualizadas (quando não estão extremamente masculinizadas). Em “The Witness”, por exemplo, uma dançarina erótica realiza uma performance nua e contínua mostrando a genitália até o final do curta com nenhuma necessidade para a história.
O excesso de gore gratuito também incomoda profundamente. Chega a ser irritante esse fetiche visual servindo apenas para agradar um público bem específico. É compreensível a necessidade da Netflix em tentar atrair o público consumidor desse tipo de mídia para o audiovisual, afinal o mercado de videogames é o mais rentável na indústria do entretenimento. Entretanto, a violência gratuita causa mais repulsa do que atração e nem sequer justifica-se como uma experiência de videogame. É bem mais fácil jogar um do que parar para assistir curtas de animação.
RESUMO
“Love, Death & Robots” deixa a sensação de ser apenas um projeto de vaidade do que algo relevante para a TV em streaming. A ambição e pretensão excessiva mesmo com a qualidade visual dos trabalhos não justificam a existência da série. E ela tenta 18 vezes se mostrar uma obra sólida. Após assistir todo o catálogo da Netflix, você precisa amar animações ou então deve passar um tempo para pensar se realmente vale a pena ver todos esses curtas.
Crítica BB = Bem Bosta!
Gostei bastante da série, foi uma grata surpresa assistir aos 18 episódios. Como fã do universo Matrix e da série Black Mirror, dentre outras referências (como os animes japoneses, p.e) me senti presenteado por essa nova antologia da Netflix. Concordo que ao escolher fazer um conjunto de curtas desconexos, perde-se muito em termos de roteiro, pois não há tempo hábil para desenvolver os personagens. Somos jogados nas histórias, com muita ação e, com certeza, um certo exagero gore, mas tudo isso pra conseguir prender a atenção do expectador. Obviamente também, há curtas excelentes e outros nem tanto, e alguns bem ruins, na minha opinião. Quanto ao público, concordo que a série faz mais sentido para jovens (12-30), que amam jogar vídeo-games. Há um certo excesso de sexualidade, mas o objetivo da série, era exatamente explorar isso. Não iria ter o mesmo impacto sem esses elementos. Nos dias atuais, isso acaba sendo preconceituoso, mas, de novo, a série perderia um pouco se não explorasse isso. Recomendo fortemente aos amantes de cinema e séries e aguardo ansiosamente por novos episódios.
CONCORDO PLENAMENTE COM VOCE DANIEL !!!!
De repente, ser homem virou ser tóxico! Que mundo vcs querem inventar hein?
O mundo dos militantes. Principalmente se o homem for branco, cis e hetero
8 + 7 + 5=20
20/3= 6,6
Esse é tão bom em matemática quanto em crítica
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Oi Leo.
As críticas do Cine Set não são feitas na base da média das três notas.
São notas particulares para cada item analisado sem interligação entre as mesmas.
Abraço.
Nossa, nada a ver sua crítica, tem que parar de assistir novela da Globo, e aprender a escrever a uma resenha. Essa sua mente fechada, com certeza não vai compreender uma obra como essa.
Parece aqueles críticos que não gostam do tipo de conteúdo que estão assistindo e só fazem a critica por obrigação.
Concordo com sua crítica. Inclusive, tenho uma sensação de desnecessidade e despropósito em cada um dos episódios. Foi uma manhã perdida do meu tempo. Achei incrível como quase morri de tédio 18 vezes hoje. Mesmo os episódios sendo de curta duração, caso eles parassem no meio do tempo, não me deixariam sequer com curiosidade suficiente para querer ver o restante.
Uau! Tu achou ruim e mesmo assim assistiu a todos os 18 episódios? Tu deve ter muito tempo livre para assistir algo que não gosta…
Fez a resenha por obrigação, não parece nem gostar do conteúdo pois sequer pareceu entender a proposta.
A desconexão dos episódios por incrível que pareça é proposital, e isso não é um conceito tão novo, hein…
Quanto a duração dos mesmo, são curtas, se fosse pra ter mais de uma hora seriam filmes.
Nem tudo gira em torno de um roteiro Hollywoodiano, não precisa ser uma trama mega cabeçuda pra trazer reflexões, reflexões essas que as vezes são entregues justamente pra quem soube ver na simplicidade do enredo o que era necessário. Fora que por vezes a intenção é só entreter mesmo, ter uma estética bonita, não que não haja uma reflexão trazida à tona, mas essa não busca te teletransportar ao topo da montanha, só te deixa no início da trilha a escalada em si, deve ser interesse seu, para os que não querem ter tudo entregue de bandeja.
No fim das contas a crítica foi rasa e excessivamente pessoal. Deixou de lado coisas mais técnicas.
Penso o mesmo!