Direto do sofá da minha casa, eu, Lucas Pistilli, correspondente internacional do Cine Set aqui na Europa, irei cobrir o Festival de Berlim 2021. A Berlinale é um dos maiores eventos cinematográficos do mundo e o primeiro da grande tríade – composta por ele, Cannes e Veneza – a acontecer no ano. Por mais que fosse tentador fazer esta cobertura na frente do Berlinale Palast, sentindo os ventos frios da capital alemã, a pandemia da COVID-19 impede a missão. 

Para não cancelar o evento, a organização optou por uma edição híbrida em duas partes. A primeira, que você acompanha aqui no site do Cine Set e no nosso Instagram, será inteiramente virtual e vai do dia 1o de março e até o dia 5. Ela está limitada para os júris e para a imprensa e escolherá os vencedores do festival.  

A segunda será do dia 9 ao dia 20 de junho e, até o momento, planeja-se que ela seja física, exibindo os filmes do evento para o grande público e realizando a cerimônia de premiação dos vencedores anunciados na primeira parte. 

O MAIS POPULAR DOS FESTIVAIS  

Todos os festivais da grande tríade começaram por questões políticas. No caso de Berlim, ele foi concebido por Oscar Martay, um oficial do Exército dos EUA que teve a ideia de que um festival cheio de glamour seria uma peça de propaganda perfeita dos valores liberais em plena Guerra Fria.  

Criado em 1951, ele é o mais novo dos três e o mais ligado ao cinema avant-garde. Pelo perfil desafiador de sua seleção, ele não tende a importar muito na corrida de Oscar. A exceção fica por “Rain Man”, vencedor do Urso de Ouro e do prêmio de Melhor Filme da Academia. 

Paradoxalmente, o Festival de Berlim também é o mais conectado com a sua audiência e, com uma média de venda de 400 mil ingressos por ano, é o festival de cinema mais popular do planeta. 

AS MOSTRAS DA BERLINALE 

Como a maioria dos festivais, Berlim é dividido em mostras. Algumas são mais fáceis de explicar, outras mais complexas. Começando pelas fáceis, o festival tem suas duas mostras competitivas principais: uma de longas e uma de curtas. Os grandes vencedores do festival, que levarão o disputado Urso de Ouro pra casa, saem daqui. 

Além delas, apresentações especiais de filmes fora dessas competições também estão espalhadas pela programação. A mostra Retrospectiva, como o nome diz, exibe filmes antigos. Ela é complementada por duas sub-mostras: a Classics, que apresenta premieres de restaurações de filmes antigos, e a Homage, que celebra a obra do artista recipiente do Urso de Ouro Honorário do ano – em 2020, a homenageada foi a atriz Helen Mirren (“A Rainha”). 

Desde 2015, Berlim também realiza a Séries, mostra que celebra o formato seriado televisivo. A brasileira “Os Últimos Dias de Gilda” está na seleção desse ano. Ela reúne a poderosa Karine Telles com o diretor Gustavo Pizzi, depois da parceria acertada deles em “Benzinho”, em 2018. Quem produz é a Globoplay, que inclusive já está virando habitué do festival, depois de ter emplacado não só uma, mas duas séries na mostra do ano passado: “Desalma” e “Onde Está Meu Coração”. Os critérios de admissão são flexíveis, mas o mais importante para a Berlinale é que a série tenha sua primeira exibição fora do país de origem no evento. 

Agora, vamos para as mais complicadas: 
 
Encontros: criada em 2020, seleção de 15 filmes (longas de ficção ou docs) com novas visões, privilegiando produções estruturalmente ou esteticamente radicais. Em suma, a nova seção se propõe como a competição mais avant-garde do festival; 

Panorama: mostra paralela tão emblemática para o festival quanto a mostra principal, a Panorama é a seção dedicada ao cinema de temáticas ousadas e irreverentes. Criada por dois realizadores ativistas do movimento LBGTQIA+ em 1982, a mostra é abertamente queer, feminista e política – e é um sucesso de público tão grande que tem seu próprio Prêmio Popular. Por suas afiliações, o seu júri é o responsável por escolher os vencedores do Teddy. 
 
Fórum e Fórum Expanded: duas mostras não-competitivas, criadas respectivamente em 1971 e 2006, que contém produções que questionam a forma e a função do cinema, ignorando restrições de duração, estilo, gênero, narrativa e até mesmo mídia. Aqui vale literalmente tudo: obras transmidiáticas, instalações, videoarte, performance, realidade virtual, entre outros. 
 
Generation: criada em 1978 para celebrar o cinema dedicado às crianças, com temáticas relacionadas ao crescimento e desenvolvimento delas e muitas vezes contadas através de seu ponto de vista, a Generation se dividiu em duas em 2004: a Generation Kplus, a sucessora da mostra original (o K é de Kinder – crianças em alemão), e a Generation 14plus, que tem a mesma pegada, mas privilegia obras focadas em adolescentes. As duas mostras seguem nesse formato até hoje. 
 
Perspectivas: mostra de fomento e integração do festival, criada em 2002 para impulsionar jovens cineastas alemães e apresentando exclusivamente filmes de estreia produzidos no país. 

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