A agenda de março é de luta para as mulheres. Com objetivo de expor e discutir questões que dizem respeito à mulher, diversas ações são realizadas ao longo do mês para destacar a importância do protagonismo feminino na sociedade. O Centro Popular do Audiovisual, através do cineclube ‘Tudo Muda Após o Play’, celebra o Dia Internacional da Mulher promovendo a exibição de dois documentários, seguidos de debate, nos dias 11 e 18, a partir das 17h.

Cada vez mais discute-se a relevância do feminismo e de como estereótipos em torno da mulher são prejudiciais para a sociedade, de modo geral. As ações e protestos que acontecem ao redor do mundo no dia 8 de março denotam o caminho que ainda temos a percorrer em busca de uma sociedade mais igualitária em se tratando de gênero. Sendo assim, o ‘Tudo Muda Após o Play’, após uma temporada de ações no interior do estado, continua sua atividade em Manaus com a proposta de discutir esse panorama por meio da exibição dos documentários “She’s beautiful when she’s angry” e “Miss Representation”.

As sessões em celebração à luta feminina inauguram uma nova proposta do Cineclube que consiste em convidar pessoas para fazer a curadoria de filmes e debater acerca de questões relacionadas a determinadas temáticas. Para o mês de março, convidamos a professora de jornalismo e crítica de cinema Susy Freitas a escolher filmes expoentes do contexto feminino e a professora de Serviço Social e mobilizadora da Marcha das Mulheres Marklize Santos a participar do bate-papo após a exibição.

Sobre a compreensão do universo feminino tendo o cinema como suporte, enquanto arte e linguagem que comunica a muitas pessoas, Marklize Santos destaca: “Temos muitos filmes que podem nos ajudar a compreender suas lutas e conquistas. Suas derrotas. Sua alegria e resistência em continuar vivendo em uma sociedade que está longe de nos compreender. O cinema é uma janela sensível e possível para realizar o encontro necessário entre a mulher e a sociedade”.

O documentário “She’s beautiful when she’s angry” conta o surgimento do movimento feminista na década de 1960 e dos conflitos sociais, inclusive dentro do próprio grupo, que se manifestaram a partir desse momento. Já “Miss Representation” reflete sobre a contribuição da mídia e da cultura em torno da consolidação de um estereótipo feminino que chega a ser cruel com as mulheres, levando-as a uma busca incessante pela beleza, juventude e sexualidade.

Para Susy Freitas, o cinema pode colaborar para uma reflexão sobre desafios e lutas, seja resgatando registros importantes da história dos movimentos das mulheres nos documentários ou gerando empatia no público através de narrativas de ficção centradas em personagens mulheres: “Sendo popular, ele [o cinema] é uma ferramenta importante para esclarecer o espectador e, eventualmente, tirar dele visões equivocadas sobre quaisquer assuntos, pertinentes ou não às mulheres”, complementa.

com informações de assessoria