Dois dos filmes convidados da quarta edição do Festival Olhar do Norte terão sessões especiais de lançamento no Teatro Amazonas: “Entre Nós”, dirigido por Arnaldo Barreto, será exibido na segunda-feira, dia 24 de janeiro, às 16h, enquanto “A Hespanhola”, de Francis Madson, passa às 19h no mesmo dia. As exibições são gratuitas e as entradas ainda podem ser adquiridas no Portal da Cultura do Governo do Estado do Amazonas.

Drama de época gravado no Museu do Seringal e na Fordlândia, cidade fantasma que o magnata Henry Ford criou na Amazônia, “Entre Nós” conta o drama de Amália (Izabel Vega) e Jandira (Dione Maciel), que vivem na Amazônia, nas margens do rio Tapajós. A história acontece quando jovem Amália (Fernanda Marquez) se envolve com os irmãos Ferreira, Renato (Lino Camilo) e Ricardo (Denis Carvalho) causando uma grande tragédia que marca para sempre a sua vida e de todos da Vila Paraíso. 

“Entre Nós” teve gravações em Fordlândia e no Museu do Seringal.

Atualmente no elenco da novela “Um Lugar ao Sol” em que interpreta a filha de Andréa Beltrão, Fernanda Marquez é um dos destaques do projeto. “Estávamos integrando a equipe de uma outra produção, na qual eu era uma das atrizes e o Arnaldo fazia a direção de arte. Nós nos identificamos de cara e trocamos muitas ideias nos intervalos das gravações. O Arnaldo é um artista nato. O olho dele brilha quando ele fala sobre os projetos dele, sobre o que ele faz. Então, durante essas conversas, ele me propôs gravarmos algumas cenas, para a montagem de um curta-metragem independente, com aquele material captado”, disse.

A partir do lançamento no Olhar do Norte, a expectativa é que o filme circule por mais festivais nacionais e internacionais em 2022. Para finalização da obra no formato de longa-metragem, Arnaldo Barreto contou com recursos oriundos da Lei Aldir Blanc, por meio de aprovação de projeto no Prêmio Conexões Culturais 2020, viabilizado pela Prefeitura de Manaus, por meio da Fundação Manauscult e Conselho Municipal de Cultura.

Eu sempre tive o desejo de produzir um filme de época. Então, quando tive a oportunidade de conhecer Fordlândia, no Pará, encontrei ali os cenários perfeitos para um de meus roteiros. A obra surgiu inicialmente como um curta-metragem, formato com o qual eu já trabalhava, e que contaria apenas com o Lino e a Fernanda no elenco. No entanto, quando retornei com esse material a Manaus e iniciamos o processo de montagem do filme, percebi que era um conteúdo muito rico e que poderia ganhar novos desdobramentos. Foi quando decidi que ampliaria a proposta para um longa-metragem

Arnaldo Barreto

diretor e roteirista de "Entre Nós"

DUAS PANDEMIAS, UMA CIDADE

Matheus Sabbá estreia no cinema amazonense com “A Hespanhola”.

Retornando à direção de cinema seis anos após “Banho de Cavalo”, Francis Madson chega ao Festival Olhar do Norte mostrando Manaus em dois momentos históricos: a pandemia da gripe espanhola em 1918 e a atual na primeira onda da Covid-19 em 2020. Engana-se, porém, quem verá um filme dramático: “A Hespanhola” satiriza a estupidez e mesquinhez da burguesia da cidade através de um casal de seringalistas do século passado transportados para os dias de hoje. 

Matheus Sabbá, nome de destaque do teatro musical de Manaus, faz sua estreia em curtas em “A Hespanhola”. Para ele, as ironias e os contrapontos do filme foram um desafio. “É um retrato de anos atrás que se chocam com o atual e refletem com ele”.

Formada pela Casa de Artes das Laranjeiras (RJ), Julia Kahane (“Graves e Agudos em Construção”) ressalta que o filme não é convencional e seus personagens têm ações marcantes. “Eu geralmente em comédia procuro seguir mais a minha intuição e o que vem eu recebo, não julgo nem podo; sugiro e pronto”, explica ela um pouco do seu processo. Denis Carvalho, ator com anos de história no teatro manauara, interpreta o único personagem do tempo presente. “Ele é um homem viril que faz parte de um imaginário que a gente pode identificar tanto na periferia quanto no centro da cidade”.

“A Hespanhola” é uma parceria da Artrupe Produções com a Soufflé De Bodó Company e recebeu apoio da Lei Aldir Blanc – Conexões Culturais 2020, da ManausCult. Também fazem parte da sua equipe nomes como Heverson Batista no som direto e César Nogueira na direção de fotografia e montagem. Filmado entre novembro e dezembro de 2020, a produção gerou 40 empregos diretos e indiretos em Manaus.

O filme trata de refletir as idiossincrasias da burguesia a partir de dois momentos históricos. Em relação à abordagem estética do curta, o gênero cômico, a pornochanchada e aspectos da teatralidade do Teatro Pobre, essencial, atravessam a condução da proposta. Além disso, ele flerta com algumas referências do Teatro Pânico e da filmografia de Alejandro Jodorowsky, sobretudo em relação à direção de arte

Francis Madson

diretor e roteirista de "A Hespanhola"

com apoio de informações de assessoria

CONHEÇA OS FILMES DE ARNALDO BARRETO:

até que a última luz se apague

O CACTO

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NO CÉU DA BOCA DCRESCEU SATURNO

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