Com a proposta de reunir curtas-metragens realizados por universitários, o Festival Pirarucurta realiza sua segunda edição nos dias 15 e 16 de novembro, em Manaus. Além da mostra competitiva entre alunos de universidades da capital, este ano o evento também conta com uma mostra não competitiva para exibir o trabalho de realizadores amazonenses em geral. O evento será realizado no Centro Cultural Usina Chaminé, localizado no Centro da cidade.
O festival é uma iniciativa da Faculdade Martha Falcão e, de acordo com a professora e coordenadora-geral, Carla Batista, se tornou uma forma de fomentar a produção audiovisual no meio acadêmico. “O objetivo do festival é dar visibilidade às produções audiovisuais que são feitas em sala de aula ou até mesmo durante o processo de formação do universitário. Essa proposta consequentemente está ligada a ideia de fomentar uma produção local”, afirma.
Nesta edição, os estudantes competem nas categorias de ficção, não-ficção, animação, produção publicitária e produção de videoclipe. O júri do festival é composto por Rafael Ramos, diretor de ‘Formas de Voltar Para Casa’ e ‘Aquela Estrada’, Walter Fernandes, diretor de ‘Dispensa do Amor Mecânico’ e mentor do projeto Cineastas em Formação, e Camila Henriques, jornalista, membro do coletivo Elviras e crítica do Cine Set.
Já na mostra não competitiva serão exibidos curtas de ficção, não-ficção, animação e produção publicitária. Para Carla Batista, a mostra paralela é uma forma de contemplar trabalhos realizados por alunos em outros anos e até mesmo relacionar o ambiente universitário com mercado audiovisual no Amazonas.
EXPANSÃO PARA REGIÃO NORTE
Com início no curso de Design, o Pirarucurta passou a englobar outros quatro cursos universitários nesta edição, assim como a participação de outras universidades. Como idealizadora, a professora acredita que as próximas edições possam ser expandidas para uma competição regional.
“Nessas primeiras edições, a gente focou na produção local, mas não colocamos um tema especificamente porque queríamos atender a todos. A proposta é que nos próximos anos a gente possa fazer o festival com temas específicos como lendas amazônicas, por exemplo. Quanto a envolver outros estados, com certeza é uma possibilidade até porque o alcance do evento já chegou bem longe por meio das redes sociais, então consequentemente a região norte é o próximo passo”, considera Carla.
Apesar do nome remeter à produção de curtas, a presença de longas-metragens também já está sendo debatida pela organização do evento, afirma a coordenadora do Festival. Entretanto, a proposta de envolver primordialmente produções acadêmicas será mantida.
“Nós fizemos um levantamento sobre os eventos de audiovisual daqui e vimos que a grande parte das mostras era de cunho profissional. Então estamos trazendo algo inovador com o universitário sendo, de fato, protagonista”, completa Carla.
SEM FACULDADE DE CINEMA EM MANAUS
Apesar das conquistas do cinema amazonense alcançadas por nomes como Sérgio Andrade e Aldemar Matias nos últimos anos e a realização de importantes eventos como Amazonas Film Festival, Matapi e Olhar do Norte, estudar audiovisual está longe de se tornar uma realidade para quem mora em Manaus.
A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) até chegou a formar duas turmas do curso técnico de audiovisual. Mesmo após toda a compra de equipamentos, infelizmente, as atividades foram encerradas há dois anos.
A Uninorte também descontinuou as atividades do curso de Rádio e TV. Já a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e as demais instituições de Ensino Superior do setor privado não possuem cursos do tipo, sendo atividades mais próximos do audiovisual feitas nos cursos de artes e jornalismo.