Parece que a Academia entrou em relacionamento sério com o Roger Deakins. Depois de perder 13 vezes consecutivas, ele venceu o Oscar 2018 por “Blade Runner 2049”. E, agora, dois anos depois, ele conquista a segunda estatueta de Melhor Direção de Fotografia com “1917”.
Eu acho que de todos os prêmios técnicos, esse, talvez, seja o mais merecido. Apesar de ter muitas restrições ao “1917”, o que o Roger Deakins faz aqui é algo assombroso.
Ele desfila todo o arsenal dele: de campos abertos repleto de luz até os ambientes mais escuros com baixíssima iluminação, Deakins consegue criar planos para dar a dimensão da guerra como poucas vezes visto antes no cinema. Além disso, todo o planejamento para o trabalho da movimentação de câmera diante de cenários extensos, envolvendo centenas de figurantes através de longos planos-sequências são, de longe, a maior qualidade de “1917”.
É um trabalho tão fora da curva esse do Deakins que não dá nem para ficar chateado que o Jarin Blaschke, de “O Farol”, tenha perdido. E do jeito que vai, eu não duvido nada que daqui a pouco, ele alcance recordistas da categoria em prêmios, no caso, o Leon Shamroy, de “Cleópatra”, e o Joseph Rottenberg, de “A Rosa da Esperança”.