A apertada corrida de Melhor Atriz Coadjuvante fica com a Jamie Lee Curtis, de “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”. Sem dúvida, uma conquista que a estrela não esperava quando assinou o contrato para fazer a ficção científica dos Daniels. 

Afinal, a produção tinha cara de filme B de luxo com uma história maluca de multiversos e um orçamento nada grandioso – pouco mais de US$ 20 milhões é quase nada para os padrões de Hollywood. Para completar, a Curtis iria fazer uma personagem estranhíssima, mal-humorada, com uma maquiagem um tanto quanto bizarra em nada lembrando a musa de “True Lies” ou a rainha do grito imortalizada em “Halloween”. 

Tinha tudo para dar errado, mas, acabou que deu muito certo. Isso, sem dúvida, pode ter levado muitos votantes da Academia a terem escolhido, pois, o desprendimento necessário para fazer “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” nestas condições é algo que nem todo artista veterano está disposto a ter.  

Há também que ressaltar a campanha pesada da Jamie Lee Curtis durante a temporada de premiações: não houve ninguém mais feliz do que ela nas redes sociais no caminho rumo ao Oscar 2023. A atriz fez questão de ressaltar cada momento em fotos e vídeos, culminando no discurso performático no SAG, onde fez questão de lembrar os pais, os atores Tony Curtis e Janet Leigh. 

Somada à onda pró-“Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”, ficou muito fácil premiar a Jamie Lee Curtis em Melhor Atriz Coadjuvante. Posso não ser tão fã assim do trabalho dela no filme, porém, reconheço que o combo trazido por ela nesta temporada somado à oportunidade única de premiá-la tornam este resultado menos sofrido do que deveria. 

A Jamie Lee Curtis ainda se junta a uma tendência recente da categoria de premiar nomes veteranos do cinema. Foi assim com a Alisson Janney, por “Eu, Tonya”, Regina King, de “Se a Rua Beale Falasse” e Laura Dern, por “História de um Casamento”. Todas vencedoras do Oscar pela primeira vez.