Caio Pimenta apresenta sete filmes brasileiros, entre curtas e longas, que vão tentar indicações ao Oscar em 2021.
MELHOR FILME INTERNACIONAL
O mais conhecido de todos é “Babenco”.
A produção da Bárbara Paz foi a escolhida pela Academia Brasileira de Cinema para ser o nosso representante na categoria de Melhor Filme Internacional. É o primeiro documentário país a ter esta honraria e a terceira vez que um longa dirigido por uma mulher é selecionado.
Infelizmente, o filme tem poucas chances até por conta da campanha prejudicada pela falta de apoio da Ancine. Tradicionalmente, a agência liberava uma verba para apoiar as campanhas que costumam ser muito caras – um anúncio em sites, por exemplo, chega a custar US$ 100 mil, algo absurdo, mas, que ajuda demais. Porém, desde que o Bolsonaro assumiu, a Ancine deixou de apoiar e, agora, a equipe de “Babenco” está fazendo uma vaquinha virtual para arrecadar este valor.
Inacreditável.
CURTA DE DOCUMENTÁRIO
O Brasil busca indicação em Oscar de Melhor Curta-metragem em documentário com dois filmes.
O primeiro deles é excelente “Carne”, dirigido pela Camila Kater. O filme conta a história de cinco mulheres com seus corpos e os estigmas de uma sociedade machista em relação a isso. “Carne” já foi premiado nos festivais de Locarno, Brasília e Havana, além de ser finalista do European Film Awards.
O outro filme brasileiro em disputa na categoria é o candango “Filhas de Lavadeiras”. Dirigido pela Edileuza Penha de Souza, o curta foi qualificado para o Oscar ao vencer a categoria de curtas no Festival É Tudo Verdade 2020. O filme acompanha histórias de resistências de mulheres negras que lutam para levar seus filhos para a escola.
Entre os dois, acho que “Carne” pela passagem premiada em festivais ao redor do planeta tem mais chances de surpreender, ainda que seja improvável a indicação.
CURTA DE LIVE-ACTION
Já nos curtas-metragens de ficção, o Brasil terá a oportunidade de disputar o Oscar com “Baile”, da Cíntia Domit Bittar.
Qualificado ao vencer o prêmio de Melhor Curta-Metragem Ibero-Americano no 60º Festival Internacional de Cine de Cartagena de Índias, o filme acompanha a história de uma garota de 10 anos que vive um dia que irá ajudá-la a crescer ainda que nem perceba isso.
Vale lembrar que o Brasil já disputou a categoria: foi em 2001 com “Uma História de Futebol”, filme sobre a infância de Pelé.
CURTA DE ANIMAÇÃO
Apesar do título não remeter de imediato ao cinema brasileiro, “Umbrella” é o nosso representante na corrida por uma vaga ao Oscar de Melhor Curta de Animação.
Comandado pela dupla Helena Hilário e Mário Pace, o filme traz a história de um garoto vivendo em um orfanato que descobre sobre o seu passado após a chegada de uma caixa de brinquedos trazida por uma família.
Se você gostou, saiba que “Umbrella” está disponível aqui no YouTube até 31 de janeiro.
DEMAIS CATEGORIAS
Por fim, “Bacurau” tenta o milagre de conseguir ser indicado nas categorias de longas do Oscar. O filme até está conseguindo boa repercussão nos EUA com elogios da crítica, na lista dos melhores do ano do Barack Obama e indicado ao Gotham Awards.
Mas, a Kino Lorber, distribuidora do longa nos EUA, não tem força suficiente para uma campanha realmente forte para levar o filme ao Oscar. Infelizmente, deve ficar de fora com aquele gostinho que poderia ter tido melhor sorte se fosse para disputa de Filme Internacional neste ano.