“Professor Polvo” é o grande vencedor do Oscar 2021 de Melhor Documentário. A produção já havia vencido o Bafta e o PGA, o prêmio do sindicato dos produtores dos EUA. Esta é a terceira vitória da Netflix em quatro anos.
De todos os indicados, sem dúvida, “Professor Polvo” traz as imagens mais bonitas e impressionantes.
A dupla de diretores, Pippa Ehrlich e James Reed, consegue encontrar uma narrativa e ritmo envolvente a partir de uma história não muito diferente daquilo que vemos em um Discovery Channel da vida. As sequências de ação e suspense são as melhores do filme.
Por outro lado, a relação afetiva entre o protagonista e o polvo soa forçada em muitos momentos, exigindo boa vontade demais do público em comprar aquilo.
“Professor Polvo” também tem uma estrutura bem convencional, sem muita ousadia como faz, por exemplo, “O Agente Duplo”.
Curioso é observar que, diante de um Oscar tão engajado e relevante para a diversidade racial, a categoria de documentário, historicamente tão politizada com vitórias recentes de filmes como “Tiros em Columbine” e “Citizenfour”, opte por uma produção mais focada na natureza se aproximando de “Free Solo”, ganhador em 2019.