O Oscar de Melhor Trilha Sonora fica com “Duna”. A conquista tira o Hans Zimmer da seca: o compositor venceu a categoria em 1995 com “O Rei Leão” e, de lá para cá, concorreu outras noves vezes e só perdia.  

Entre as derrotas estavam trabalhos marcantes como “Gladiador” e as parcerias com o Christopher Nolan – “A Origem”, “Interestellar” e “Dunkirk”. Porém, foi só trocar o coleguinha de trabalho, ir para os braços do Denis Villeneuve que a vitória veio. 

Brincadeiras à parte, a temporada foi perfeita para “Duna” que conquistou o Globo de Ouro, Critics Choice, Bafta e o prêmio do sindicato. 

Zimmer foi o primeiro nome da equipe técnica escolhido por Villeneuve e o compositor elogiou o cineasta canadense pelo que considera ser um líder gentil e capaz de deixá-lo à vontade para externar suas ideias mais secretas. Esta abertura permitiu, por exemplo, que o diretor sugerisse que a recepção à família Atreides em Arrakis fosse executada por uma tradicional gaita de foles. 

Ainda assim, a ideia de Zimmer era emular uma música de outro mundo, o levando a criar instrumentos e sonoridades diferentes. Por considerar que “Duna” tem um forte caráter feminino, o compositor chamou para o time cantoras como Lisa Gerrard e Loire Cotler. Ao longo de toda pós-produções, o alemão trabalhou em sintonia com os designers de som Theo Green e Mark Mangini e o montador Joe Walker. 

Claro que é um trabalho muito bem do Hans Zimmer em “Duna”, entretanto, vejo que se criou um clima semelhante ao caso do Will Smith em Melhor Ator de que chegara a hora de premiá-lo após tantas indicações sem vitória. Logo, aproveita-se o fato da ficção científica dominar as categorias técnicas para se encerrar esta seca. 

Pena para o Jonny Greenwood que, mais uma vez com uma trilha excepcional de “Ataque dos Cães”, fica pelo caminho. Tomara que não seja preciso 10 indicações para ele, finalmente, ser o vencedor.