Apresentada fora da transmissão ao vivo do Oscar, Melhor Som fica com “Duna”. A conquista demonstra que as categorias técnicas têm tudo para serem dominadas pela ficção científica do Denis Villeneuve. 

Os dois supervisores da edição de som, Mark Mangini e Theo Green, trabalharam no filme por 18 meses. O objetivo do diretor Denis Villeneuve era que o som tivesse sua base a partir de uma realidade orgânica sem parecer uma ficção científica. Desta forma, a dupla se guiou por um conceito de soar como se fosse um falso documentário realista. 

Para tanto, a dupla e equipe de som de “Duna” reuniram 3.200 sons individuais e trabalharam com 750 canais de áudio. Outra meta de Villeneuve era borrar a distinção entre partitura e design de som, o que levou o Hans Zimmer a trabalhar diretamente com o Mangini e o Green. 

Cada planeta teve sua sonoridade própria: Caladan traz sons de natureza e água em total contraste com Arrakis. Já sons profundos, metálicos e reverberantes foram utilizados para o mundo dos Harkonnen por conta de ter sido um mundo industrial que deu errado, segundo explicou Green à Variety. 

Por fim, de todos os elementos sonoros, o mais complicado para equalizar foi a VOZ utilizada por Bene Gesserit para fazer com que outras façam suas vontades e que Paul precisa aprender a dominar. Somente este processo levou 1,5 ano para chegar ao tom perfeito. 

Um trabalho tão detalhista, repleto de nuances partindo ora de pontos mundanos outros da imaginação do que seria um outro universo. Impossível dizer algo que não seja merecido para este Oscar de “Duna”.