De Kathy Bates, por “Louca Obsessão”, a Gwyneth Paltrow, em “Shakespeare Apaixonado”, Caio Pimenta analisa o TOP 10 dos vencedores do Oscar de Melhor Atriz nos anos 1990.

10. GWYNETH PALTROW, de “SHAKESPEARE APAIXONADO” 

Bem que tentei salvá-la desta posição, mas, não deu: a Gwyneth Paltrow está no décimo lugar com o trabalho dela em “Shakespeare Apaixonado”. 

Não é um trabalho horrível como muita gente diz, mas, Paltrow passa longe de cativar o público. Sem muito carisma, ela faz uma personagem insossa logo em uma comédia romântica, gênero em que a empatia com os atores é fundamental. No fundo, é uma das atuações mais sem graça já premiadas com um Oscar. 

Claro que a gente sempre vai lembrar da Fernanda Montenegro, mas, cá entre nós, ela jamais sairia vencedora do Oscar. A indicação já era uma grande vitória para ela. Por outro lado, em 1999, o prêmio poderia ter ido para a Cate Blanchett, por “Elizabeth”. 

9. EMMA THOMPSON, de “O RETORNO A HOWARDS END”

O nono lugar vai para ganhadora do Oscar em 1993: a Emma Thompson, por “O Retorno a Howard End”. 

Em um filme fraquissímo dirigido pelo James Ivory, a Emma Thompson consegue, pelo menos, emprestar o charme britânico e a competência habitual do seu trabalho. Porém, de modo geral, “Retorno a Howard End” não oferece momentos inspirados para que a atriz consiga de fato ter uma atuação marcante. 

É uma pena ela ter vencido o Oscar aqui porque um dos grandes trabalhos da carreira dela veio justamente no ano seguinte com “Vestígios do Dia” em que retoma a parceria com o Ivory e também o Anthony Hopkins. 

8. JESSICA LANGE, POR “CÉU AZUL” 

A Jessica Lange venceu o segundo Oscar da carreira em 1995 no péssimo filme “Céu Azul”.  

Lembrando as grandes divas do cinema italiano, Jessica Lange esbanja beleza, sensualidade e energia para criar uma figura fascinante em um roteiro que busca a todo momento sabotá-la. Quando entra em cena, a atriz faz com que haja algum sentido de “Céu Azul” existir.  

7. JESSICA TANDY, POR “CONDUZINDO MISS DAISY” 

Em uma das edições mais contestadas da história, o Oscar de 1990 em Melhor Atriz foi para Jessica Tandy em “Conduzindo Miss Daisy”.  

A parceria entre a atriz e Morgan Freeman é o pouco que se destaca em um filme tão mediano. Seja pelo humor singelo ou nos momentos mais dramáticos, a química entre os dois faz “Miss Daisy” ser uma obra menos esquecível.  

Valeu pela homenagem a uma veterana atriz que nunca tinha vencido o Oscar, mas, o meu prêmio iria para a Michelle Pfeiffer, por “Susie e os Baker Boys”.  

6. HELEN HUNT, POR “MELHOR É IMPOSSÍVEL” 

Agora, o nível começa a melhorar com a Helen Hunt, vencedora do Oscar em 1998 por “Melhor é Impossível”.  

Conseguir se destacar ao ter como par romântico um gigante como Jack Nicholson não é fácil, mas, Helen Hunt constrói um equilíbrio perfeito com o ator. Enquanto ele vai para o lado excêntrico e cômico, ela traz a história para o mundo real e mais dramático ao abordar uma mulher repleta de preocupações com o filho, mas, ainda com o desejo de sair para viver a vida.  

Todo mundo aqui no canal sabe o quanto gosto de “Titanic” e acho a Kate Winslet ótima como Rose, mas, esse Oscar ficou nas mãos certas com a Helen Hunt.  

5. SUSAN SARANDON, POR “OS ÚLTIMOS PASSOS DE UM HOMEM” 

A incrível Susan Sarandon venceu o único Oscar da carreira em 1995 pelo desempenho em “Os Últimos Passos de um Homem”.  

No filme dirigido pelo marido Tim Robbins, a Sarandon constrói uma personagem muito interessante pelo enorme conflito interno em que se coloca. Ver humanidade em um assassino cruel enquanto entende toda a dor provocada pelo crime nos pais das vítimas está presente em cena em uma atuação em que, muitas vezes, o olhar de perplexidade para tantas dores transmite muito mais do que qualquer diálogo mais rebuscado.  

E que ano foi 1995 para as atuações femininas: a gente teve a Meryl Streep, por “As Pontes de Madison”, Emma Thompson, de “Razão e Sensibilidade”, Sharon Stone, por “Cassino”, e a Elizabeth Shue, de “Despedida em Las Vegas”.  

4. FRANCES MCDORMAND, POR “FARGO” 

Antes de vencer o Oscar por “Três Anúncios Para um Crime”, em 2018, a Frances McDormand levou a estatueta por “Fargo”.  

A policial vivida pela Frances é uma heroína sem querer ser. Ela se torna um contraponto a tantas figuras amorais e atrapalhadas, sendo a sua inteligência e bom senso uma luz naquele deliciosamente confuso universo criado pelos irmãos Coen.   

Tudo isso com uma boa dose de humor irônico.  

3. HOLLY HUNTER, POR “O PIANO” 

Chegamos ao pódio com a medalha de bronze indo para o excepcional trabalho da Holly Hunter, em “O Piano”.  

Da aplicação em aprender a tocar piano e evitar as dublagens até a construção de uma rica personagem mesmo que muda ao explorar o sensorial e a expressividade corporal fazem do trabalho de Holly Hunter um dos mais comoventes a ter vencido o Oscar.  

Em 1994, a Holly Hunter também foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por “A Firma”.  

2. KATHY BATES, POR “LOUCA OBSESSÃO” 

O que hoje em dia pode parecer improvável – uma atriz vencer o Oscar por um filme de terror – a Kathy Bates conseguiu em 1991 com “Louca Obsessão”.  

Poucos são os vilões de um filme tão interessantes como a Annie Wilkes. Afinal, da figura carinhosa, solícita e cuidadosa para passar a uma pessoa completamente raivosa e louca basta um pequeno pulo. Percebe-se que Kathy Bates se diverte com essas mudanças abruptas, criando um jogo de tensão e imprevisibilidade impossível de não fazer o público se envolver.  

Em 1991, a Julia Roberts foi indicada pela primeira vez ao Oscar com “Uma Linda Mulher”, enquanto a Meryl Streep estava lá, mais uma vez, agora com “Lembranças de Hollywood”.  

1. JODIE FOSTER, POR “O SILÊNCIO DOS INOCENTES”  

Para fazer a dobradinha certinha com a lista de Melhor Ator, eu coloco a Jodie Foster, em “O Silêncio dos Inocentes”, no primeiro lugar deste TOP 10.  

Clarice Starling tinha tudo para ficar apagada, afinal, como tirar o protagonismo de um antagonista incrível como Hannibal Lecter? O roteiro de “O Silêncio dos Inocentes” e, principalmente, Jodie Foster impedem que esta armadilha aconteça. Sem nunca demonstrar inibição diante um ambiente machista e um universo perigoso como dos serial killers, a personagem cativa o público pela inteligência no jogo com Hannibal e na coragem para resolver o caso final.  

Quando a gente pensa em empoderamento feminino, personagens mulheres fora do padrão de longas de ação, aventura e suspense, vale lembrar que, em 1992, a Geena Davis e a Susan Sarandon foram indicadas por “Thelma & Louise”, ou seja, um ano ótimo para as mulheres em Hollywood.   

 

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