O Festival de Cannes 2016 começa na próxima quarta-feira (11), com uma seleção de filmes de grandes diretores. Gente como Pedro Almodóvar, Pablo Larraín, Asghar Farhadi, Xavier Dolan, Woody Allen, Christian Mungiu, Jeff Nichols, Chan-Wook Park, Sean Penn e Jodie Foster lançam os novos filmes da carreira durante os 11 dias do evento.

A equipe do Cine Set decidiu escolher quais filmes são os mais esperados do evento. Veja a lista abaixo:

André Maués
Filme escolhido: “Mal de Pierres”, de Nicole Garcia

Desde que Marion Cotillard ganhou o Oscar com a sua magnífica atuação em “Piaf – Um Hino ao Amor”, não há dúvidas sobre o imenso talento da atriz francesa. No anos seguintes, ao apresentar performances arrasadoras em filmes como “Ferrugem e Osso”, “Era Uma Vez em Nova York”, “Dois Dias, Uma Noite” e “Macbeth”, ela não apenas confirmou o seu talento como também se firmou definitivamente como a melhor atriz da sua geração. Assim, é com grande expectativa que eu aguardo seu mais novo trabalho, “Mal de Pierres”, que será exibido em Cannes. O melodrama se passa logo após a 2ª Guerra Mundial e conta a história de uma mulher mais velha que é obrigada a se casar com um marido indiferente, apenas para depois se apaixonar por um veterano de guerra, o qual também é casado. Baseado num aclamado romance francês, o papel tem potencial para ser mais um grande trabalho da atriz, ainda mais se considerarmos que o filme foi rodado no seu idioma nativo.

Caio Pimenta
Filme Escolhido: “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho

O cinema brasileiro precisava voltar a competir na disputa pela Palma de Ouro do Festival de Cannes. E nada melhor que o segundo filme de Kleber Mendonça Filho. O pernambucano foi responsável por uma das produções nacionais mais contundentes dos últimos anos, com “O Som ao Redor”. Trazer no elenco Sônia Braga e Irandhir Santos eleva ainda mais a expectativa e a torcida para que chegue logo aos cinemas do país.

Camila Henriques
Filme escolhido: “Juste La Fin Du Monde”, de Xavier Dolan

Embalado por consecutivos sucessos no circuito de arte, o ‘enfant terrible’ do cinema franco-canadense está com moral suficiente para trabalhar com os atores que quiser. E é justamente isso o maior chamariz de “Juste La Fin Du Monde” (na tradução literal, ‘Apenas o Fim do Mundo’). Aqui, Dolan reúne quase um “quem é quem” do cinema francês: Marion Cotillard, Vincent Cassell, Léa Seydoux e Gaspard Ulliel. O longa é um drama familiar e se Dolan nos ensinou algo nos últimos anos, é que podemos esperar amores mal resolvidos, relações familiares complicadíssimas, dramalhão e uma trilha sonora deliciosamente aleatória. Vamos ver se a mágica que ele já fez com suas musas Anne Dorval e Suzanne Clément se replica aqui.

Danilo Areosa
Filme escolhido: “The Neon Demon”, de Nicolas Winding Refn

Como bom amante do cinema de horror, não tem como negar que o trabalho mais esperado de Cannes-2016 é “The Neon Demon”, novo filme de Nicolas Winding Refn. Para quem conhece o cineasta, sabe o quanto os seus filmes prezam o visual estilizado e sombrio – no caso, uma estética barroca – algo que casa perfeitamente com enredos dentro do gênero de terror. O lançamento do primeiro trailer do filme, no mês passado, deixou aquele gostinho de quero mais: um filme fascinante visualmente, que mistura horror e suspense. Em linhas gerais, “The Neon Demon” é o “Suspiria” de Refn. Se quiserem, podem suspender o remake americano do filme de Argento que está sendo produzido.

Gabriel Oliveira
Filme escolhido: “Julieta”, de Pedro Almodóvar

Depois do mal-sucedido escracho de “Os Amantes Passageiros”, Pedro Almodóvar promete um retorno aos dramas em “Julieta”, que marca também uma nova incursão no universo feminino, que já lhe rendeu títulos como os ótimos “Fale com Ela” e “Volver”. Pelo trailer, já podemos esperar o diretor naquilo que ele sabe fazer de melhor, com muitas cores e muito melodrama de novela. Como se não bastasse, uma das referências que ele deu à atriz Emma Suárez para viver a protagonista foi “As Horas” (2002), de Stephen Daldry, então meu combo de ansiedade já está mais que completo.

Ivanildo Pereira
Filme escolhido: “Elle”, de Paul Verhoeven

Este ano, a seleção de Cannes está cheia de grandes nomes e projetos interessantes, por isso é até difícil destacar só um que eu gostaria de ver. Mas “Elle” é interessante por marcar a volta de Paul Verhoeven ao cinema, agora acompanhado da não menos provocadora Isabelle Huppert. Dez anos depois do ótimo “A Espiã”, o diretor holandês de “Soldado da Laranja”, “RoboCop”, “O Vingador do Futuro” e “Showgirls” volta com uma trama de suspense. Acima de tudo, “A Espiã” mostrou o cineasta disposto novamente a provocar com uma história pessoal ao mesmo tempo em que mantinha pelo menos um dos pés no trash, uma mistura que só o Verhoeven dos bons tempos podia manter. E espero que “Elle” mantenha a mesma pegada. O cinema de hoje precisa de um sujeito como Verhoeven para dar uma sacudida e, de vez em quando, ofender umas plateias.

Susy Freitas
Filme escolhido: “Paterson”, de Jim Jarmusch

“Paterson” é a volta do cinema de Jim Jarmusch a temáticas mais realistas depois de um belo e melancólico filme de vampiros (“Amantes Eternos”, 2013) e de um filme sobre um assassino (“Os Limites do Controle”, 2009). O longa acompanha a vida simplória do personagem-título, um motorista de ônibus que também é poeta e tem tudo para agradar quem curtiu “Sobre Café e Cigarros” (2003). De quebra, traz Adam Driver como protagonista, depois de tantos papeis coadjuvantes em filmes indie (“Enquanto Somos Jovens”, 2014; “Tracks”, 2013; “Inside Llewyn Davis”, 2013; “Frances Ha”, 2012).