O favoritismo de Rami Malek se confirma e o ator leva a estatueta de Melhor Ator por encarnar Freddie Mercury em Bohemian Rhapsody.

O ator consagra assim sua jornada pela temporada de premiações, que contou com vitórias importantes como o SAG, prêmio do Sindicato dos Atores, o BAFTA e, em menor grau de importância, o Globo de Ouro. Essa também é a prova de que a narrativa da campanha de Rami Malek funcionou: ele conseguiu se desvencilhar ao máximo da imagem do diretor Bryan Singer, mesmo depois que as acusações de pedofilia do cineasta vieram mais uma vez à tona, e assim consolidou Bohemian Rhapsody como uma espécie de filho sem pai, mesmo que a custo de uma declaração problemática aqui e outra ali – como o “fantasma de Freddie Mercury”.

Não que o trabalho de Malek seja o melhor entre os concorrentes: a interpretação do seu Freddie Mercury é muito mais uma caricatura do vocalista do Queen, e o fato de o filme ser um panfleto chapa-branca não ajuda – quem sabe, numa realidade paralela, essa indicação poderia ter sido para Sacha Baron Cohen em seu falecido projeto de cinebiografia transgressora? Bradley Cooper, por exemplo, carrega mais camadas e sensibilidade em Nasce Uma Estrela, embora sua campanha tenha morrido na beira da praia bem antes do Oscar.

Em sua primeira indicação e vitória, Malek se junta então a nomes de peso que venceram na última década, como Colin Firth (O Discurso do Rei), Daniel Day-Lewis (Lincoln) e Gary Oldman (O Destino de Uma Nação) – curiosamente, todos premiados por interpretar personagens reais em cinebiografias burocráticas e longe de estarem em suas melhores atuações. Ainda assim, em uma retrospectiva da década, Malek ainda estaria atrás desses nomes, talvez à frente de Oldman e no páreo com Eddie Redmayne (A Teoria de Tudo).

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