O Oscar premiou produções de diversos tipos na categoria de Melhor Filme nesses últimos 15 anos. Teve épico sobre a época do Império Romano, drama sobre a escravidão no Sul dos EUA, o resgate de americanos de um Irã em clima de guerra, musical sobre duas pistoleiras com um advogado corrupto no meio, soldados responsáveis por desarmar bombas durante a guerra do Iraque, entre outros.

O Cine Set traz agora uma lista com as cinco melhores e a pior produções a vencer a categoria de Melhor Filme. Veja se você concorda e eleja o seu favorito na área de comentários:

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5 – O Artista (2012)

Fazer um filme mudo e em preto e branco nos dias atuais seria um suicídio cinematográfico. O talento do diretor Michel Hazanavicius ao conduzir “O Artista”, entretanto, elevou a obra a um patamar acima da média. Deliciosa comédia romântica, este filme francês traz o carismático casal Jean Dujardin e Bérénice Bejo em uma história importante sobre o esquecimento das estrelas do cinema mudo durante a transição para a fase sonora. A trilha sonora marcante de Ludovic Bource resgata um clima mágico capaz de fazer o espectador se sentir em pleno anos 20. Experiência marcante para quem gosta de cinema.

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4 – Menina de Ouro (2005)

Depois de um período nada inspirado (ninguém merece “Dívida de Sangue”), Clint Eastwood começou a acertar a mão com “Sobre Meninos e Lobos”. O salto para valer veio com “Menina de Ouro”. Apesar de surpreender por colocar uma mulher como protagonista de um filme sobre boxe, a produção se mantém durante boa parte do tempo como um competente drama e nada mais. A reviravolta da trama, entretanto, traz um importante debate sobre a eutanásia e ganha dimensões muito mais densas do que aparentava. Com um direção econômica, o eterno “Dirty Harry” apoia toda a força no roteiro e na qualidade da própria interpretação como na dos companheiros de cena Hilary Swank e Morgan Freeman. Ao lado de “Os Imperdoáveis”, “Menina de Ouro” é o melhor filme da carreira de Eastwood.

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3 – Onde os Fracos Não Têm Vez (2008)

Joel e Ethan Coen resolveram ir fundo na discussão sobre a violência nos dias atuais. Sem mocinhos, o mundo de “Onde os Fracos Não Têm Vez” mostra a devassidão moral de uma sociedade e a banalização da vida com a morte capaz de vir após um mero cara ou coroa. A atuação de Javier Bardem como um assassino sem motivos amplifica ainda mais o terror desse universo, sendo o personagem de Tommy Lee Jones a voz de uma consciência humana mais do que nunca abalada pelas atrocidades cometidas no cotidiano. Um filme essencial para se ver e rever.

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2 – O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei (2004)

Peter Jackson conduziu com uma dedicação impressionante a transposição do clássico de J.R.R Tolkien para os cinemas. Todo o cuidado na criação do Condado com casas dos tamanhos reais passando pelo roteiro lapidado à perfeição para conseguir abranger todos os personagens e situações importantes até a evolução necessária dos efeitos especiais para criar o universo da Terra Média. “A Sociedade do Anel” e “As Duas Torres” são produções brilhantes reconhecidas com indicações ao Oscar de Melhor Filme. Porém, “O Retorno do Rei” fecha a saga como nenhuma outra trilogia conseguiu (inclusive “O Poderoso Chefão”). O terceiro capítulo da série “O Senhor dos Anéis” tem um pouco de tudo: minimalismo (a sequência inicial com Sméagol), grandes batalhas de ação e aventura (todo o duelo nas Minas Tirith), momentos poéticos (Pippin cantando para o rei de Gondor), terror (Laracna atrás de Frodo) e drama (o desfecho de Frodo). Um épico que faz jus a esta denominação e uma produção para ser aplaudida de pé.

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1 – Beleza Americana (2000)

Primeiro filme da carreira de Sam Mendes, “Beleza Americana” é um verdadeiro tapa na cara do american way of life. Se a aparência necessita estar sempre sorridente e perfeita com o intuito de parecer tudo lindo para os vizinhos, as frustrações carregadas por cada uma daquelas pessoas em casas escuras, tristes e sem vidas criam um clima de guerra. O cinismo utilizado por Kevin Spacey e Annette Bening caem como uma luva para os respectivos personagens, enquanto a turma de Wes Bentley e Mena Suvari mostra uma geração ainda mais perturbada e traumatizada vindo por aí. O sucesso alcançado pelo filme nos EUA mostra bem como a obra está longe de ser tão ficção assim.

O pior

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Crash – No Limite (2006)

Sem entrar no mérito de que “O Segredo de Brokeback Mountain” deveria ter vencido ou não, “Crash – No Limite” não chega a ser um desastre. Passa longe disso: o filme é um drama racial competente para causar indignação pelos inúmeros casos demonstrados de segregação e preconceito geradora de uma atmosfera de ebulição em Los Angeles, além de contar com boas atuações de atores como Sandra Bullock e Matt Dillon. O longa, entretanto, força a barra em diversos momentos (justo Dillon que vai atender o chamado de Thandie Newton?) e não consegue aprofundar na discussão sobre o assunto pela quantidade excessiva de personagens e subtramas. Falta densidade para ser relevante.