O audiovisual nortista segue conquistando espaço nos principais eventos do cinema brasileiro: desta vez, “Terruá Pará” levou o prêmio máximo da 15ª edição do In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musical. Cerimônia de premiação aconteceu na noite de sexta-feira (23) em São Paulo. A conquista qualifica o documentário dirigido pela paraense Jorane Castro ao In-Edit internacional a ser realizado em Barcelona. 

“Terruá Pará” conduz o espectador a um profundo mergulho na diversidade da música amazônica, proporcionando momentos de encantamento e emoção, a partir de depoimentos de personagens fundamentais, como Dona Onete, Manoel Cordeiro, Pio Lobato, entre outros. O júri formado pelo diretor e roteirista Affonso Uchôa, a jornalista Elisabete Pacheco, a coordenadora da programação de cinema do CineSesc/SP, Graziela Marcheti, a diretora e produtora de cinema e de filmes publicitários Joyce Prado, e o jornalista, músico e poeta Rodrigo Carneiro apontou que “o vencedor  foi escolhido por mostrar a cara menos conhecida, porém mais emblemática, do Brasil utilizando uma linguagem cinematográfica de grande beleza. A união entre o entorno natural e as diferentes manifestações musicais apontam o Pará como o futuro da música brasileira”.

O júri ainda salientou que a região norte é pouco reconhecida em sua importância para cultura nacional e que o prêmio para “Terruá Pará” constitui um reconhecimento político a situação vivida na região no que se refere ao desmatamento. O documentário já havia sido exibido neste ano na Mostra de Tiradentes.

GRANDE MOMENTO NORTISTA

“Terruá Pará” marca mais uma grande conquista do cinema do Norte do Brasil em festivais nos últimos anos. Em 2021, “O Barco e o Rio“, de Bernardo Ale Abinader, foi consagrado no Festival de Gramado com cinco Kikitos na categoria de curtas-metragens nacionais – Melhor Filme do Júri e do Júri Popular, Direção, Direção de Fotografia com Valentina Ricardo e Direção de Arte com Francisco Ricardo.

Na edição seguinte, o evento gaúcho premiou o acreano “Noites Alienígenas” entre os longas – Melhor Filme, Melhor Filme do Júri Oficial e da Crítica de Longas-Metragens, Melhor Ator com Gabriel Knoxx, Melhor Ator Coadjuvante com Chico Diaz e Melhor Atriz Coadjuvante com Joana Gatis, além de uma menção honrosa para o amazonense Adanilo.

“Manaus Hot City”, de Rafael Ramos, faturou o prêmio de melhor curta-metragem no Mix Brasil, maior festival audiovisual LGBTQIA+ da América Latina. Agora, o documentário de Jorane Castro vence o principal evento de audiovisual ligado à música.

TRAJETÓRIA MARCANTE NO PARÁ

Falando de Jorane, ela é um dos nomes mais fortes do atual cinema paraense e, consequentemente, a produção nortista. A diretora foi uma das responsáveis pela implantação do Bacharelado em Cinema e Audiovisual, da Universidade Federal do Pará, o único em instituições federais no Norte do Brasil. Ao longo da carreira, já realizou mais de 20 filmes, entre documentários e ficções, filmados na Amazônia Brasileira, no Marrocos, no Mali, na Ilha da Reunião, Moroni, na Ilha de Mayotte, na França e Espanha.

Nos curtas, realizou premiadas produções como “As Mulheres Choradeiras” e “Ribeirinhos do Asfalto”. Em maio de 2018, Jorane alcançou o feito de lançar o primeiro filme paraense em circuito comercial brasileiro com “Para ter Onde Ir”, atualmente, disponível no Prime Video. Depois, em 2019, fez “Mestre Cupijó e seu Ritmo” e, agora, lança “Terruá Pará”, o qual, diga-se foi tema de seu doutorado.

Por fim, um aviso aos paulistanos: “Terruá Pará” será reexibido no Cine Sesc na próxima segunda-feira (26), a partir das 20h30, durante as sessões Bônus Track do In-Edit.

com apoio de informações de assessoria