Augustto Gomes conseguiu circular festivais do Brasil afora com “Zana – O Filho da Mata”: a aventura infantil chegou a vencer 12 prêmios. Agora, o diretor retorna a esse universo com “Não me Deixe Dormir”, roteiro de longa-metragem em desenvolvimento contemplado no Prêmio Manaus de Conexões Culturais 2020, da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), com recursos emergenciais da Lei Aldir Blanc (Lei nº 14.017/2020).
“Não me Deixe Dormir” conta a história de Remi, um pequeno indígena que, por curiosidade, entra em um iate de um turista que visita sua aldeia. O garoto acaba trancada por acidente no camarote da embarcação, indo parar em Manaus, onde começa uma jornada perigosa, longe de sua cultura e costumes.
Para o desenvolvimento do roteiro, Augustto contou com o apoio do roteirista cubano Antonio Molina, em encontros feitos em sessões de videoconferências ao longo do mês de novembro. A etapa de desenvolvimento de pesquisa relacionada ao tema proposto para o roteiro ainda contou com a colaboração do indígena Abraão Mazuruna.
O projeto será o primeiro longa-metragem da carreira de Augustto após dirigir os curtas “Leco” e “Zana”. Segundo ele, o processo de desenvolvimento de roteiro de uma produção do tipo é mais complexo pela necessidade de criação de mais personagens e a história precisar de mais elementos. “Nada pode cair de paraquedas. Os personagens todos têm uma pequena jornada de começo, meio e fim. E todos atrelados em uma única história. O desafio foi configurar isso tudo”, explica. “Estou muito animado e muito feliz com o resultado final do roteiro”, disse ao Cine Set.
REALIDADE INDÍGENA E URBANA
Com influências de obras como “Oliver Twist”, clássico livro de Charles Dickens, “Lion”, de Garth Davis, e “Adú”, drama espanhol de 2020 dirigido por Salvador Calvo, Augustto Gomes revelou que a trama se baseia no fascínio dele em explorar o contraste entre o dinamismo das grandes cidades com as tradições indígenas e o meio ambiente.
“Pretendo colocar lado a lado essas duas realidades tão próximas e tão distantes ao mesmo tempo para criar uma inevitável reflexão sobre a natureza humana e como o meio em que estamos inseridos dita nossa cultura, costumes e paradigmas. Assim, podemos contribuir para a compreensão, empatia, respeito e valorização do outro.
O diretor amazonense também esteve envolvido em outro projeto contemplado no Conexões Culturais 2020: Augustto dirigiu o DVD “Gratitude”, o show do músico Marinho Bello. A apresentação foi gravada em junho do ano passado com 12 músicas inéditas no teatro Séculos.
Talento e força de vontade são marcas do meu amigo Augustto Gomes. Vai ser sucesso esse novo trabalho, com certeza
Augusto tem se saído muito bem com seus trabalhos! Aguardando pra poder ver!