A sensibilidade narrativa e o virtuosismo técnico de Alfonso Cuarón fizeram de novo: depois de Gravidade, o diretor leva seu segundo Globo de Ouro de Direção por Roma.

Cuarón já é querido das premiações, e a direção de longas sequências em preto e branco devem ter sido um desbunde aos olhos dos votantes e garantido sua vitória. Além disso, o diretor já tem abocanhado diversos prêmios de associações de críticos e de cinema independente por Roma.

Enquanto a vaga para disputa no Oscar já é mais que garantida, a vitória vai depender da resistência da Academia em premiar um trabalho distribuído pela Netflix, além de consagrar um filme menos acessível que Gravidade, que já rendeu uma estatueta a Cuarón. Nomes como Bradley Cooper e Spike Lee, outros dois dos principais concorrentes, também devem se manter na disputa, assim como estiveram no Globo de Ouro.

Uma espécie de Que Horas Ela Volta 2, Roma tem sido consagrado pela crítica, e não é por menos: Cuarón assume um completo domínio visual e poético em grande escala para contar uma narrativa bem pessoal, disposta com paralelos que ajudam a contar a história social e política de um México bem parecido com o Brasil.