A conquista de Alfonso Cuarón no Oscar de Melhor Direção de Fotografia por “Roma” reforça o favoritismo da narrativa do mexicano nesta temporada. É a primeira indicação e vitória do diretor nesta categoria.

“Roma” tem um toque nostálgico e retro, especialmente pelo uso do preto e branco. As escolhas de travellings, plano-sequência e planos abertos buscam captar as múltiplas ações ocorridas no dia-a-dia de Cleo em diferentes pontos e distâncias no enquadramento. Ao fazer isso, coloca uma única posição a quem contempla sua obra: a de espectador de sua intimidade e memória.

Embora Cuarón não tenha vencido o prêmio do Sindicato de Fotografia (ASC), o qual na última década coincidiu cinco vezes com o premiado da Academia de Ciências Cinematográficas de Hollywood, sua inspiração para a construção imagética do filme que revisita sua infância é de um velho conhecido da crítica e do público: Emmanuel Lubezki. Há referência a cinematográfica dele em vários quadros de Roma. Cuarón, em entrevistas, contou que planejou o filme junto com o fotógrafo e o estruturou de acordo com o pensamento de Lubezki.

Ao fazer um top 10 entre os fotógrafos premiados nessa década, a visão de Cuarón em “Roma” ocupa a sétima posição, atrás de gênios que criaram imagens inesquecíveis, como Lubeski e Deakins.

Uma escolha interessante da Academia, embora o trabalho de Cuarón não seja tão forte e impactante quanto de Lukasz Zal.

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