De “Mank” a “Mulan”, Caio Pimenta traz as primeiras previsões sobre os possíveis indicados ao Oscar de Melhor Filme em 2021. 

CHANCES MÍNIMAS 

Se em um ano normal, uma produção lançada em fevereiro ou março já teria dificuldade de emplacar no Oscar do outro ano, imagina em 2021 com uma pandemia para atrapalhar? 

Por isso, difícil demais que “A Assistente” consiga algo. First Cow deve ficar em segundo plano dentro da A24: a distribuidora deve focar em “Minari”. Já “Never Rarely Sometimes Always”, da Focus Features, parece improvável pelo tema do filme, o aborto de uma adolescente de 17 anos, ser bem controverso e tabu ainda hoje. 

“The Life Ahead pode, no máximo, render uma indicação para Sophia Loren; não vejo a Netflix a priorizando nesta temporada de premiações. O mesmo dá para falar de Sound of Metal” que irá ver todo investimento da Amazon Studios ir para “One in Night in Miami”. Mas, quem sabe Riz Ahmed não pinta em Melhor Ator? 

Dos grandes blockbusters, “Tenet” pode até ser uma das apostas da Warner junto com “Judas e o Messias Negro”, porém, a sensação cada vez maior de que a estreia precoce mais prejudicou do que ajudou as salas de cinema queimou o filme do Christopher Nolan. Pior ainda “Mulan” que pulou dos cinemas para o streaming, algo imperdoável para muitos executivos e diretores. Spielberg que o diga. 

Pelo pouco que se fala de “The Midnight Sky”, ficção científica dirigida por George Clooney, C´Mon, C´Mon, novo filme com o Joaquin Phoenix, “Next Goal Wins, comédia dirigida por Taika Waititi, esse trio não parece com muitas chances de chegar ao Oscar. 

Ainda aparece com poucas chances de “The Courier”, drama de espionagem com o Benedict Cumberbatch. 

CORREM POR FORA 

Treze filmes correm por fora, por enquanto, nesta briga por uma das 10 vagas na disputa do Oscar 2021. Começa falando de “Saída Francesa”, produção que vai fechar o Festival de Nova York deste ano. Um detalhe: essa honraria cabe sempre a produções com promissoras de chegar ao Oscar. “Birdman”, “Ela” e “No Portal da Eternidade” tiveram essas oportunidades em anos anteriores. 

Soul” vai ser a grande e, talvez, a única esperança da Disney para chegar em Melhor Filme. A produção da Pixar recebeu o selo do Festival de Cannes, onde seria lançado mundialmente. “On the Rocks” tenta recolocar a Sofia Coppola no jogo após as esnobadas dos últimos anos. As críticas, até agora, foram muito boas, apesar de ter tido a ovação que se esperava. Mas, não dá para descartar: pode crescer nesta corrida. 

De um lado, Nicole Kidman, Meryl Streep e Ryan Murphy. Do outro, a concorrência interna pesada. Sem “Amor Sublime Amor”, “The Prom pode representar os musicais no Oscar, porém, a disputa na Netflix pode levar o filme a perder a força. Falando em time pesado, Stillwater traz o Tom McCartey com o Matt Damon, porém, só devemos saber da fortalecer, talvez, no Festival de Sundance do ano que vem, onde deve ser lançado. 

Ammonite”, Pieces of a Woman” e “Respect soam mais fortes para suas atrizes do que para emplacar em filme. Destes três, a cinebiografia da Aretha Franklin ainda não teve críticas reveladas e pode contar com a boa vontade da Academia em relação a filmes do gênero. O mesmo também dá para dizer sobre “The United States Vs Billie Holliday, protagonizado pela Andra Day. Já Promising Young Woman tem uma veia mais transgressora e agressiva do que essas produções. Tem chances de crescer por ser a principal da Focus Features para temporada. 

Por fim, aqui, atenção para “Cherry”: a Apple comprou o filme dos irmãos Joe e Anthony Russo, irmãos diretores dos dois últimos “Vingadores”, por US$ 40 milhões. Uma das maiores aquisições destes últimos meses. Há quem aposte em Tom Holland, o Homem-Aranha, em Melhor Ator. 

CANDIDATOS FORTES 

Agora, é a hora de falar daqueles que não devem chegar para vencer o prêmio, mas, são candidatos fortes para serem indicados. 

A Netflix tem três grandes candidatos: “Destacamento Blood” chega com a contundência política do Spike Lee em ano em que a causa negra está presente com muita força; “A Voz Suprema do Blues” com boas chances de emplacar muitas indicações nas categorias técnicas e com seus protagonistas, a Viola Davis e o Chadwick Boseman; e Hillbilly Elegy”, drama familiar que reúne Ron Howard, diretor premiado com um Oscar, Glenn Close e Amy Adams, atrizes sempre lembradas pela Academia. 

Em tempos tão horríveis como esse, filmes para colocar a gente para cima, inspiradores podem ser um caminho para o Oscar 2021. E não tem melhor exemplo do que “News of the World”, filme com o Tom Hanks e dirigido pelo Paul Greengrass que mostra um precursor de jornalista criando uma amizade com uma garota órfã. 

Apesar de ter sido lançado no Festival de Sundance no início deste ano, “Minari” é a grande aposta da A24, estúdio vencedor com “Moonlight”, o Oscar mais surpreendente dos últimos anos.  Já a Warner vai com tudo em “Judas e o Messias Negro” apostando na temática racial que será o tema central dos filmes da temporada, enquanto a Sony Pictures Classic está com “The Father” e seu elenco de peso liderado pelos ganhadores do Oscar, Anthony Hopkins, favorito a Melhor Ator, e a Olivia Colman. 

E, por fim, fica a pergunta sobre “A Crônica Francesa”: tudo indica que o filme do Wes Anderson ficará guardado para o Festival de Cannes 2021. Porém, até o momento que estou gravando esse vídeo, a Disney ainda não revelou o que vai fazer. 

OS FAVORITOS 

Quatro filmes não apenas como candidatos certos ao Oscar de Melhor Filme, mas, também com chances de levar a estatueta máxima.   

“Nomadland é o atual favorito depois de ter vencido com sobras o Festival de Veneza. Olhar para um lado dos EUA que Hollywood quase não vê pode ser uma mensagem da indústria de se reconectar com as pessoas após o pesadelo da COVID. Indo para questão racial, tem One Night in Miami”, primeiro filme da Regina King na direção, um dos maiores da atualidade do entretenimento americano, e uma história potente com ícones da causa negra dos EUA. Já “Os Sete de Chicago”, além de um elenco peso-pesado, pode ser um aceno da entidade aos movimentos dos direitos civis tão fundamentais em tempos de tanta truculência.  

Fechando o hall dos favoritos, é claro, que tinha que ter “Mank”: o filme será a grande aposta da Netflix, fala dos bastidores de um clássico do cinema americano renegado pela própria Academia, de um diretor gigante como David Fincher que nunca venceu o Oscar, um elenco repleto de estrelas e que, com certeza, deve conseguir indicações em diversas categorias. Chega, sem dúvida, para brigar forte pelo Oscar.   

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