Hora do TOP 10 dos ganhadores do Oscar de Melhor Direção nos anos 1950. Essa lista leva em consideração as edições de 1950 a 1959. 

 10. JOSEPH L. MANKIEWICZ, POR “QUEM É O INFIEL?”

O último lugar fica com o Joseph L. Mankiewicz, premiado em 1950 por “Quem é o Infiel?”. 

A boa ideia do início do filme criando um suspense capaz de manter o público se dilui com uma série de flashbacks alongados demais e um aspecto teatral excessivo.

Nem mesmo as ironias e críticas relativas ao conceito perfeito de casamento são suficientes para tirar “Quem é o Infiel?” do tédio. 

Mas, se você é fã do Mankiewicz, fica tranquilo que daqui a pouco ele aparece mais bem posicionado. 

9. VINCENTE MINNELLI, por GIGI

Vincente Minnelli realizou um dos maiores musicais da história do cinema: “Sinfonia de Paris”. Também esteve à frente de sucessos como “Agora Seremos Felizes”, “O Pai da Noiva” e “Sede de Viver”. O Oscar de Direção, porém, veio por um filme para lá de superestimado. 

Ganhador de nove categorias em 1959, “Gigi” representa o pior da megalomania de Hollywood naquela década. Figurinos e direção de arte extravagantes, figurantes para todos os lados, números musicais competentes a serviço de um roteiro pobre incapaz de desenvolver personagens minimamente interessantes para cativar o público. 

É prova de fogo para os cinéfilos chegar até o fim de “Gigi”. 

8. JOHN FORD, por “DEPOIS DO VENDAVAL”

O mestre John Ford ganhou quatro Oscars na carreira em três décadas diferente. Mas, esta última vitória forçaram um pouco a barra. 

Em “Depois do Vendaval”, o maior mérito do diretor vencedor do prêmio em 1953 é conseguir trazer o espírito de comunidade e as tradições da cultura irlandesa de maneira muito respeitosa e divertida para a tela. Porém, é só isso: a produção se ressente de um bom roteiro e, por mais bem filmado que seja, o Ford pouco pode fazer com um filme que não possui muito de onde tirar. 

Essa recriação do universo de uma comunidade já havia sido feita pelo Ford de forma muito melhor e mais consistente em “Como Era Verde o Meu Vale”. Agora, é inacreditável pensar que ele venceu por “Depois do Vendaval”, mas, sequer foi nomeado por “Rastros de Ódio” feito quatro depois. 

7. DELBERT MANN, por “MARTY”

Delbert Mann conseguiu um feito raro: levou a Palma de Ouro do Festival de Cannes em 1955 e, no ano seguinte, recebeu o Oscar de Melhor Filme e Direção por “Marty”. 

Pode não ser aquele trabalho autoral, marcante, mas, o Delbert Mann consegue ir na essência da história para criar um filme simples na forma, mas, extremamente eficiente na sua capacidade de criar empatia com o protagonista. Com isso, extrai o melhor do roteiro e da atuação excelente do Ernest Borgnine. 

Vale também ressaltar que a simplicidade nesta época era artigo de luxo em Hollywood. Por isso, esse resultado vale ser muito ressaltado. 

6. GEORGE STEVENS, por “Assim Caminha a Humanidade” 

A primeira aparição do George Stevens nesta lista é com “Assim Caminha a Humanidade”, pelo qual ele venceu o Oscar de Direção em 1957. 

Inspirado em “E o Vento Levou”, o Stevens busca aliar a jornada dos dramas de uma família com o avanço econômico do Texas das fazendas de gado para a exploração do petróleo.

Apesar do roteiro oferecer bem menos drama do que poderia, o diretor consegue dar ritmo ao épico mesmo com as extensas 3h30 de duração. 

5. FRED ZINNEMAN, de “A Um Passo da Eternidade”

O primeiro dos três Oscars do Fred Zinneman em Melhor Direção veio em 1954 com “A Um Passo da Eternidade”. 

O drama de guerra com o ataque a Pearl Harbor de pano de fundo demonstra a habilidade do Zinneman em conseguir desenvolver uma série de personagens de forma a dar destaque para todos eles. Não bastasse isso cria momentos imortalizados na história do cinema, incluindo, a famosa cena do beijo entre Burt Lancaster e Deborah Kerr. 

A vitória também veio para limpar a barra da Academia que poderia ter premiado o Zinneman no ano anterior com o clássico “Matar ou Morrer”. Porém, o Oscar foi para o John Ford. 

4. GEORGE STEVENS, de “Um Lugar ao Sol” 

Olha o George Stevens novamente no TOP 10: em 1952, ele recebeu o prêmio por “Um Lugar ao Sol”. 

Impressiona a capacidade do Stevens em mesclar diferentes gêneros em uma trama só de forma extremamente orgânica: há espaço para o romance, drama social e de tribunal e, principalmente, o noir. Contando com atuações excelentes de Montgomery Clift e Shelly Winters, o diretor desenvolve um filme complexo e capaz de surpreender o espectador a cada momento. 

E foi uma vitória em cima de grandes trabalhos: o Vincente Minelli, por “Sinfonia de Paris”, e o Elia Kazan, de “Uma Rua Chamada Pecado”, estavam entre os indicados. 

3. JOSEPH L. MANKIEWICZ, de “A Malvada”

Se o Joseph L. Mankiewicz abriu a lista no último lugar, nada mais justo do que ele reaparecer abrindo o pódio. Em 1951, venceu o segundo Oscar consecutivo por “A Malvada”. 

Claro que os desempenhos da Bette Davis e da Anne Bexter junto com o roteiro perfeito são pontos altos do filme, mas, a direção do Mankiewicz também é muito acima da média.

A sofisticada narrativa não-linear e a teatralidade das cenas para destacar os conflitos entre as personagens se mostram acertadas para elevar as maiores virtudes de um clássico do cinema. 

2. DAVID LEAN, de “A Ponte do Rio Kwai”

O mestre dos épicos, David Lean, fica com a medalha de prata pelo Oscar vencido em 1958 por “A Ponte do Rio Kwai”. 

Somente a sequência final seria suficiente para colocar o Lean entre os primeiros, porém, antes de chegar lá, ele constrói uma história de honra na guerra que inspirou dezenas de produções do gênero. Da música tema ao grande elenco, todos com destaques suficientes para brilharem, Lean cria uma obra essencial. 

“A Ponte do Rio Kwai” seria o melhor filme da carreira de 95% dos diretores, porém, o David Lean é o cara que comandou ‘apenas’ “Lawrence da Árabia” cinco anos depois.  

1. ELIA KAZAN, de “Sindicato de Ladrões” 

O Elia Kazan já era um grande diretor nos anos 1940 com um Oscar para chamar de seu com “A Luz é Para Todos”.  Porém, foi na década de 1950 em que o diretor ousou como poucos em Hollywood. 

Após comandar o excelente “Uma Rua Chamada Pecado”, Kazan entregou ao público o clássico “Sindicato de Ladrões”. O diretor bebe na fonte do neorrealismo italiano para trazer uma história focado na mão de obra operária norte-americana marcada por sombras e escuridão a partir de personagens dúbios, especialmente, o protagonista vivido de forma brilhante por Marlon Brando.  

A dubiedade da obra, algo raro em Hollywood, também fazia eco com as polêmicas envolvendo Kazan de ser um dos delatores da indústria do cinema no macartismo. Do ponto de vista cinematográfico, o trabalho dele em “Sindicato de Ladrões” foi um precursor até mesmo para geração da Nova Hollywood nos anos 1970. 

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