A Artrupe Produções engatou uma quinta marcha no ramo do cinema. Somente no segundo semestre de 2014, o coletivo lançou a estreia na direção de Diego Bauer com “O Que Não Te Disse?” e o segundo curta de ficção de Rafael Ramos, “A Menina do Guarda-Chuva”. E o grupo prepara mais novidades logo para o primeiro trimestre de 2015 com o road-movie “E Se Essa Estrada Não Levar a Lugar Nenhum?”.

Os primeiros passos de mais um filme de Rafael Ramos se intensificaram no último domingo (30) com uma seleção de atores candidatos a participar do curta. No cargo de preparador de elenco, Zeudi Souza orientou aproximadamente 15 pessoas durante os testes na Casa do Cinema, no Centro de Manaus. O resultado para definir quem ficará nos papéis principais está previsto para ser divulgado nos próximos dias.

10833956_759222047491668_947532714_n“E Se Essa Estrada Não Levar a Lugar Nenhum?” vai contar a história de um rapaz que está com vontade de sair de Manaus e conhece um grupo que está prestes a pegar a estrada. A viagem será um teste para saber se realmente está disposto de ir embora da cidade. Segundo Rafael Ramos, uma viagem feita ainda na infância pelo interior da Bahia o encantou em relação ao tema.

“Lembro até hoje, eu e meu pai brincando de contar jegue na estrada, escutando axé, Zé Ramalho, Elba e coisas do tipo. Para uma criança é visualmente impactante e transformador esse tipo de experiência. Deste período até minha adolescência ainda fui para Venezuela e Peru. Foram viagens de aventuras regadas a música e a longos dias na estrada.  Em 2013, quando estive em São Paulo, fiz um pequeno curso de roteiro. Foi aí que encontrei a oportunidade de trabalhar  num projeto que tivesse a ver comigo”.

Para fazer o curta-metragem, a equipe da Artrupe vai colocar o pé na estrada. “Pretendemos filmar num sítio na BR-174, na estrada de Iranduba e num bairro de Manaus que a gente ainda não decidiu”, declarou o diretor. Rafael Ramos ainda disse que filmes como “Paris, Texas”, “O Céu de Suely”, “Diários de Motocicleta” e “Easy Rider” serão inspirações para “E Se Essa Estrada Não Levar a Lugar Nenhum?”.

Prestes a começar a produção do terceiro filme de ficção da carreira, Rafael Ramos observa evoluções constantes na carreira. “”A Segunda Balada” foi um projeto muito mais pensado, mas também nada provocador. Só isso já bastava para o projeto fracassar. Fiquei muito no campo das coisas que dão certo,o que me fez não aprender muito com ele.  Se tivesse a maturidade que eu tenho agora,  talvez daria um resultado melhor”, disse. Quanto “A Menina do Guarda-Chuva”, o diretor considera ter mergulhado nas incertezas, o que, segundo ele, serviu para explorar a criatividade. “Isso nos levou a provocar o público – não falo  provocar no sentido de radicalizar as coisas, mas no sentido de brincar, sambar na cara do público,  misturando o convencional, o estranho, o fantasioso. Não sei até que ponto a gente acertou, mas nos divertimos bastante”.

Para “E Se Essa Estrada Não Levar a Lugar Nenhum?”, Rafael Ramos pretende voltar a fazer um projeto provocativo com mais rigor. Curta-metragem ainda não tem previsão de lançamento, mas a expectativa do coletivo é estrear em março.