Perto das outras artes, o cinema é um adolescente. Esse jovenzinho de mais de 120 anos passou, no entanto, por inúmeras transformações técnicas, logísticas e, claro, narrativas. Ainda assim, clássicos são (quase?) insubstituíveis. Prova disso é que, mesmo que alguns filmes tentem andar pela linha tênue do tributo (como ‘La La Land’) e da imitação meio sem sal (lembram do bonzinho, porém esquecível ‘O Artista’?), não é tão fácil assim superar os pioneiros da indústria do cinema ao redor do mundo.

Tanto em 2009 quanto agora em 2019, a abundância de textos sobre os muitos títulos memoráveis de 1999 é visível em qualquer site. O nosso Cine Set, inclusive, adora recordar esse ano, e com justiça, porque realmente foi marcante e trouxe vários filmes que foram alguns dos primeiros a despertar a cinefilia em muita gente que escreve sobre cinema até hoje (essa que vos escreve, inclusive).

Porém, seis décadas antes das irmãs Wachowski revolucionarem o sci-fi moderno e de Julianne Moore nos ensinar várias maneiras de falar “fuck” em uma mesma cena de “Magnólia”, o cinema já teve um outro ano terminado em 9 recheado de títulos que foram divisores de água.

Não que textos sobre o ano de 1939 na sétima arte estejam em falta na internet. Eu sempre me interessei muito pelos filmes desse período e sei que vários autores se debruçaram em cima das artimanhas de David O. Selznick e seu “…E o Vento Levou” ou sobre a influência de “No Tempo das Diligências” no western.

A ideia dessa série que vos apresento – e que começa na semana que vem – é mostrar impressões sobre filmes que já vi, amei, e que hoje provavelmente não conseguirei assistir sem problematizar (caso do próprio ‘…E o Vento Levou’), e, aos poucos mostrar como os títulos daquele ano foram decisivos ao fazer estrelas, dar novas direções a gêneros, firmar cineastas e, assim como a turma de 1999, fazer várias gerações se apaixonarem pela sétima arte.

Na semana que vem, a série estreia com um clássico que consagrou uma jovem muito talentosa, mas que também significou para ela dores bem mais longas que o caminho de tijolos amarelos dessa pérola que já encantou muitas gerações. Conseguiram adivinhar? Tá fácil, né? Até semana que vem!