“Pânico VI” desloca os eventos, ou melhor, os assassinatos promovidos por Ghostface de Woodsboro para a Big Apple. Tudo para manter a franquia após uma renovação maior, mais ousada, mais sanguinolenta e divertida na expiação dos pecados (ou da veia patética) do fandom de certos filmes de horror.  

O gore está preservado e elevado a enésima potência, muito por causa da permanência das duplas Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett na direção e Guy Busick e James Vanderbilt no roteiro. Courtney Cox, que assina também a produção executiva, retorna como Gale Wathers e empresta nostalgia à franquia, neste que, talvez, seja o filme mais nostálgico e metalinguistico até então. Não é recomendado encarar “Pânico VI” sem ter feito uma revisão todos os anteriores se a ideia é não perder um easter egg ou referência sequer. 

Ghostface segue sendo uma boa metáfora criada por Kevin Williamson e Wes Craven dos maníacos soltos pelo mundo – em especial no EUA – que só querem uma desculpa pra expressar sua psicopatia. Eles veem muitos filmes slashers, colecionam artefatos de serial killers e se reconhecem como iguais nos fóruns da Deep web.  

Apesar de Ortega seguir roubando cada cena em que aparece, com seu talento e carisma, Barrera melhora nas caras e bocas e entrega uma anti-heroína mais “badass” em “Pânico VI”, que lida com os demônios internos e a influência do papai Billy Loomis (Skeet Ulrich) da melhor forma que sabe: com violência.  

VIGOR NA FRANQUIA 

E “Pânico VI” é um museu de curiosidades para os fãs com o legado sendo revisitado a cada linha de diálogo ou novo assassinato cometido em Nova York. A cena de abertura está quase que em pé de igualdade com a clássica interação entre a personagem de Drew Barrymore e o psicopata que usa a máscara de fantasma. Falando ao telefone, ele pergunta qual seu filme de terror preferido e as citações aos filmes seguem sendo uma constante na franquia – mas talvez aqui elas funcionem de uma forma mais natural, como em “Pânico 3”.  

Apesar de uma certa obviedade na revelação de dois dos três assassinos que usam a máscara de Ghostface, o filme entretém até praticamente seu desfecho e reserva momentos dolorosos para os quatro sobreviventes do filme anterior.  

Você se considerando um fã do nível de Mindy ou só buscando um bom passatempo cinematográfico, “Pânico VI” representa mais um bom suspiro de vigor na franquia e, mesmo trazendo uma espécie de resolução para o martírio das filhas de Billy e os sobrinhos de Randy, provavelmente renderá mais alguns filmes com ou sem eles como os alvos da vez. Ghostface segue sendo bom de bilheteria.