Para quem esperava ganhar apenas Melhor Som, “O Som do Silêncio” surpreende para levar a sempre importante categoria de Melhor Montagem.
Esta é a primeira indicação da carreira do Mikkel E.G Nielsen no Oscar.
Segundo Nielsen, a ideia elaborada a partir da proposta do diretor Darius Marder era criar uma experiência em que as pessoas com audição pudessem ter a experiência de assistir a um filme igual um surdo vê.
Para dar esta dimensão sensorial trazida por uma nova realidade, o montador esteve em parceria contínua com Nicolas Becker, designer de som de “O Som do Silêncio”.
E é justamente essa dobradinha entre a montagem e o som, aliado, claro, ao desempenho excepcional do Riz Ahmed, que permite a imersão do público na proposta do filme.
Admito que o Yorgos Lamprimos tinha um trabalho mais ousado dentro da narrativa de “Meu Pai”, ainda assim, a vitória do Mikkel Nielsen é bastante justa.