Chegou a hora de falar do Oscar 2022: a partir de agora até o dia 27 de março, tudo sobre o evento mais popular do cinema você encontra aqui no canal do Cine Set no YouTube. 

Para começar, vamos com as previsões iniciais para Melhor Filme. Nesta primeira parte, tem Matt Damon, Joaquin Phoenix, Paolo Sorrentino, Kristen Stewart, Will Smith e Jane Campion. 

CHANCES MÍNIMAS 

Ter grandes elencos não significa necessariamente começar a corrida pelo Oscar com boas chances de emplacar em Melhor Filme. O longa de abertura do Festival de Toronto é uma prova disso. 

Adaptação do musical da Broadway, “Dear Evan Hansen” não convenceu a imprensa no Canadá. Com críticas ao roteiro considerado manipulativo, sem abordar da maneira mais apropriada os delicados temas da história e uma direção fraca do Stephen Chbosky, a produção da Universal Pictures naufragou antes da partida e, dificilmente, se recupera até o Oscar, independente do elenco com Ben Platt, Julianne Moore, Amy Adams e Kaitlyn Dever. 

Tem também aqueles trabalhos em que os atores parecem mais fortes do que o próprio filme. 

É o caso de “Stillwater”, produção mais elogiada em Cannes pelo desempenho do Matt Damon do que necessariamente pela qualidade do longa dirigido pelo Tom McCarthy. Adiado da temporada de premiações passada para a atual, “Respect” optou por um caminho não muito ambicioso: foi lançado em agosto nos cinemas dos EUA em meio à alta de casos da variante Delta e exibido apenas no festival de Locarno, evento não muito visado para quem busca Oscar. Estratégia pode complicar até mesmo as chances da Jennifer Hudson em Melhor Atriz. 

Se Locarno não é a menina dos olhos do Oscar, Veneza, entretanto, é indicativo forte para a premiação. Três grandes diretores passaram por lá e saíram sem grandes expectativas para disputa de Melhor Filme. 

O Ridley Scott até obteve elogios por “O Último Duelo” ainda que a ideia de três pontos de vistas sobre a mesma história não seja das mais originais – oi “Rashomon”!. Porém, a badalação em torno de “Casa Gucci” é tão grande que deve eclipsar o épico no Oscar.

Já o Edgar Wright novamente foi exaltado pelo estilo, charme e originalidade por “Noite Passada em Soho”. Porém, deixa a sensação que seu estilo pop deve ficar restrito novamente às categorias técnicas.

O Paolo Sorrentino levou o prêmio do júri do Festival de Veneza por “The Hand of God” ainda que não tenha sido abraçado totalmente pela crítica e público. Para Melhor Filme, entretanto, o longa com distribuição da Netflix deve enfrentar grande concorrência para ser a produção de língua não inglesa da categoria. 

CORRE POR FORA 

O iraniano “A Hero” é um da turma que pode surpreender. A produção vencedora do Grande Prêmio do Júri em Cannes é dirigida pelo Asghar Farhadi, duas vezes premiado em Melhor Filme Internacional por “A Separação” e “O Apartamento”. Colocá-lo na disputa de Melhor Filme seria um reconhecimento a um dos diretores mais talentosos do mundo inteiro. 

Também vindo de Cannes, “Annette” pode ser um candidato mais cult que a Academia vez ou outra gosta de indicar. Ter Adam Driver e Marion Cottilard como protagonistas pode quebrar resistências dentro da Academia ao estilo disruptivo do Leos Carax.  

Falando em estrelas, duas delas podem ajudar suas produções a irem longe no Oscar. 

Apontado como um “Rocky” do tênis na passagem pelo Festival de Telluride, “King Richard” é um filme moldado para o Will Smith levar o Oscar de Melhor Ator. Porém, é bom lembrar que a última vez em que um intérprete masculino ganhou a categoria sem ter o longa indicado a Melhor Filme foi o Jeff Bridges, em 2010, por “Coração Louco”. Quem sabe “King Richard” não se aproveita deste histórico?

“Spencer” fez a Kristen Stewart sair ovacionada de Veneza, enquanto o filme divide opiniões por não estar à altura dela. Caso faltem opções para preencher a lista obrigatória de 10 indicados pode aparecer. 

Já a Maggie Gyllenhaal foi para Veneza e está levando de volta para os EUA o prêmio de Melhor Roteiro. “The Lost Daughter”, a estreia dela na direção, foi considerada uma das surpresas do evento com atuações muito elogiadas da Olivia Colmane e Dakota Johnson. O filme é uma adaptação do livro homônimo da Elena Ferrante, nome em alta no showbizz americano por conta de “Amiga Genial”. Se tem um filme no momento em tendência de alta na temporada de premiação é esse. 

Também em ascensão está “C´Mon, C´Mon”. O projeto da A24 está colhendo críticas positivas em Telluride devido ao carisma de seus protagonistas, especialmente, Joaquin Phoenix e também à suavidade trazida pelo Mike Mills, diretor de filmes subestimados pelo público e pela própria indústria. 

CANDIDATOS FORTES 

Vamos esquentar a lista com candidatos com grandes chances de aparecer entre os finalistas do Oscar de Melhor Filme. O primeiro deles é um fenômeno. 

Baseado no francês “A Família Bélier”, “Coda – No Ritmo do Coração” recebeu quatro prêmios em Sundance, no início de 2021, e quebrou o recorde como a maior venda de um filme já feita no festival – aquisição de US$ 25 milhões pela Apple. O longa se mantém como um dos mais elogiados do ano – média de aprovação de 96% dos críticos e 94% do público no Rotten Tomatoes.  

O problema é que a estratégia da Apple foi bastante questionável para o filme: “Coda” foi lançado diretamente no streaming em agosto nos EUA sem passar pelos grandes festivais deste segundo semestre. Isso pode afetar na campanha, afinal, os concorrentes dele vão aproveitar o todo hype do momento. 

Quem também pode sofrer de esquecimento é “A Crônica Francesa”: o longa do Wes Anderson passou elogiado por Cannes, mas, sem ser premiado. Para piorar, a Searchlight Pictures pode priorizar o remake de “O Beco das Almas Perdidas”, do Guillermo Del Toro. Neste momento, o filme está em tendência de queda igual ocorre com “Duna”.

A ficção científica passou por Veneza dividindo opiniões: houve quem considerasse uma obra-prima, mas, também seus detratores falaram pesado. Ainda tem grandes chances de aparecer em Melhor Filme e uma boa abertura o consolida definitivamente, mas, já não surge como nome tão certo assim. 

Quem se deu muito bem em Veneza foi o Pedro Almódovar. 

“Madres Paralelas” é o candidato mais forte para ser o intruso de língua não-inglesa em Melhor Filme. Premiado em Melhor Atriz com a Penélope Cruz, o longa foi apontado como uma das grandes obras recentes do diretor espanhol. Indicá-lo à categoria máxima do Oscar pode ser uma forma da Academia homenagear um cineasta para lá de querido na indústria mundial. 

OS FAVORITOS 

Dos festivais realizados até o momento, dois filmes se cacifam para serem favoritos ao Oscar 2022. O primeiro deles traz uma conhecida das antigas da Academia. 

Diretora do excelente “O Piano”, a Jane Campion chega com “The Power of the Dog”. A produção distribuída pela Netflix foi unanimidade em Veneza e deve ser um dos líderes de indicações da temporada. Tem tudo para fazer bonito nas áreas técnicas, especialmente, fotografia e direção de arte como em roteiro adaptado e atuações, especialmente, o Benedict Cumberbatch e a Kirsten Dunst. 

Além de Veneza, “The Power of the Dog” “cumpre agenda” nos festivais de Telluride, Toronto e Nova York, ou seja, vai fazer tour completo nos grandes eventos do cinema neste segundo semestre. 

Já o Kenneth Branagh saltou na bolsa de apostas com o “Belfast”, uma produção sobre a infância dele na cidade irlandesa. Para um mundo tão triste por conta da pandemia, a imprensa observa um sopro de alegria e esperança bem-vindos na produção. Todo o elenco foi extremamente elogiado, a direção de fotografia do Haris Zambarloukos exaltada e o Branagh aplaudido de pé no evento. 

Neste momento, “Belfast” pode ser considerado o filme que está na dianteira rumo ao Oscar 2022.   

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