De Elizabeth Taylor, por “Disque Butterfield 8”, a Barbara Streisand, em “Funny Girl – A Garota Genial”, Caio Pimenta apresenta o TOP 11 das vencedoras do Oscar de Melhor Atriz nos anos 1960. 

11. KATHARINE HEPBURN, por “ADIVINHE QUEM VEM PARA JANTAR?” 

A última posição dói no coração, mas, é da Katharine Hepburn, premiada em 1968 pelo desempenho em “Adivinhe Quem Vem Para Jantar?”. 

Neste filmaço, ela interpreta a mãe da noiva branca que vai casar com o Sidney Poitier. Aqui, a Katharine Hepburn transborda o carisma e a energia típica para ser a voz do amor entre os pais atônitos pelas escolhas dos filhos. Ainda assim, não é uma personagem que seja tão marcante dentro de uma filmografia recheada de grandes papéis. 

Na minha visão, vejo o Spencer Tracy e o Poitier muito à frente dela no filme. O bom é que, daqui a pouco, a Hepburn vai ter uma nova e melhor chance aqui na lista. 

10. ELIZABETH TAYLOR, por “DISQUE BUTTERFIELD 8” 

O primeiro Oscar da carreira da Elizabeth Taylor veio em 1961 com “Disque Butterfield 8”. 

Aqui, ela interpreta uma garota de luxo novaiorquina que se envolve com um sujeito casado. A Elizabeth Taylor faz o que pode em um filme que busca mais utilizar a beleza fascinante dela do que oferecer um roteiro e uma condução melhor. 

Ainda assim, a cena em que ela revela o segredo terrível do passado é genial e, com certeza, foi aquele momento em que muito votante da Academia acabou a escolhendo. 

9. PATRICIA NEAL, por “O INDOMADO” 

Logo na primeira indicação da carreira, a Patricia Neal levou o Oscar pelo desempenho em “O Indomado”, em 1964. 

Em um filme dominado por homens carregados de raiva, fúria e também cansaço, a Patricia Neal acaba sendo uma bem-vinda presença de bom senso e ternura. Ao mesmo tempo, ela possui uma independência rara de ser vista para personagens femininas em histórias ambientadas no machista Meio-Oeste americano. 

O único problema é que a Patricia Neal aparece pouco no filme; sempre que ela aparece, dá vontade de querer saber mais sobre a personagem. Acho que foi um Oscar até improvável, mas, bem justo. 

8.  ANNE BANCROFT, por “O MILAGRE DE ANNE SULLIVAN” 

A Anne Bancroft ganhou o Oscar de Melhor Atriz em 1963 por “O Milagre de Anne Sullivan”. 

No drama dirigido pelo Arthur Penn, a Anne Bancroft interpreta a professora que irá ensinar uma garota surda e muda a conseguir se comunicar com a família. O que mais chama a atenção neste trabalho são justamente as cenas de aprendizado; todas elas carregadas de uma intensidade absurda e uma entrega física das duas intérpretes impressionantes. 

A vitória da Anne Bancroft rendeu um momento histórico dos bastidores do Oscar: a Joan Crawford fez campanha para Bancroft vencer o prêmio da colega dela de “O Que Terá Acontecido a Baby Jane?”, a Bette Davis, com quem tinha uma rivalidade absurda. Para piorar, a Crawford afrontou ainda mais a Davis ao receber o prêmio em nome da Bancroft. Um barraco histórico que é registrado de maneira sensacional na série “Feud”. 

7. JULIE CHRISTIE, por “DARLING” 

A Julie Christie venceu o prêmio de Melhor Atriz por “Darling” no Oscar de 1966. 

A atriz britânica nascida na Índia carrega com tranquilidade essa quase versão britânica de “8 ½”, do Fellini. Afinal, a vitalidade e beleza da atriz casam bem com o espírito livre e indomável de uma jovem que nunca está satisfeita com o que tem e busca sempre mais vivências, amores, paixões.  

Esse foi mais um Oscar para uma atriz em início de carreira na primeira indicação, uma tendência que a gente vê até hoje se repetir da Academia em relação às intérpretes femininas. Alicia VikanderBrie Larson e Lupita Nyong´o são exemplos recentes disso. 

6. SIMONE SIGNORET, por “ALMAS EM LEILÃO” 

A atriz alemã Simone Signoret foi a primeira vencedora da década ao ser premiada em 1960 pelo drama “Almas em Leilão”. 

No drama britânico, ela interpreta uma mulher casada que acaba se envolvendo com um homem ambicioso prestes a se casar com uma garota da alta sociedade. A Simone Signoret consegue fugir dos clichês da mocinha boba e apaixonada por um picareta ao conferir um ar trágico à personagem. É impossível assistir ao filme e não se sensibilizar com uma pessoa que busca desesperadamente ser feliz, mas, que, de algum modo, sabe que não vai ser possível. 

Para vencer esse Oscar, ela superou só gigantes do cinema americano, entre elas, a Elizabeth Taylor, Doris Day, Katherine Hepburn e Audrey Hepburn. 

5. KATHARINE HEPBURN, por “UM LEÃO NO INVERNO”

Falei que a Katherine Hepburn iria aparecer em uma posição mais honrosa. Como promessa é dívida, eis ela aqui no quinto lugar pelo desempenho sensacional em “Um Leão no Inverno”. 

Interpretando uma rainha chegando para as festas de Natal e encontrar o marido que odeia, a Katherine Hepburn está deliciosamente irônica, manipuladora e perversa. Ajudada por diálogos afiados e uma dobradinha perfeita com o Peter O´Toole, ela pode dosar muito bem os momentos de drama e humor, criando uma figura sórdida e, ao mesmo tempo, brilhante nas estratégias. 

Em 1969, a Katherine Hepburn levou o Oscar de Melhor Atriz junto com a Barbra Streisand, de “A Garota Genial”. As duas tiveram os mesmos números de votos e acabaram empatando. Por isso, esse é um TOP 11 e não um TOP 10, como você está tão acostumado. 

4. JULIE ANDREWS, por “MARY POPPINS” 

Quem nunca sonhou em ter “Mary Poppins” como babá? Isso é culpa, claro, da Julie Andrews, vencedora do Oscar de Melhor Atriz em 1965. 

Do carisma inigualável à voz perfeita até dançar muito bem, a Julie Andrews cria Mary Poppins sem resvalar de modo algum em um tom infantil excessivo, compondo uma figura adulta capaz de dar segurança e liberdade às crianças de dentro e fora das telas. 

Detalhe: esse foi o primeiro filme da carreira da Julie Andrews nos cinemas. Ela tinha feito alguns filmes para TV e séries, mas, nas telonas, esse foi o cartão de visitas. 

3. SOPHIA LOREN, por “DUAS MULHERES” 

Em 1962, a Sophia Loren fez história no Oscar: ela foi a primeira atriz a vencer o prêmio com uma personagem que não falava inglês. 

Em “Duas Mulheres”, ela interpreta uma mãe tentando proteger a filha dos horrores da Segunda Guerra Mundial em um vilarejo no interior da Itália. Seria injusto dizer que a beleza exuberante da Sophia Loren é o que mais chama atenção, afinal, ela constrói uma personagem cativante pela capacidade de sempre se reconstruir e viver da melhor forma possível, sendo um símbolo da resiliência do povo italiano. 

Fora que a grande cena do filme é devastadora, uma das mais chocantes que eu já vi no cinema e a Sophia Loren faz isso como uma dignidade absurda.  

2. ELIZABETH TAYLOR, POR “QUEM TEM MEDO DE VIRGÍNIA WOOLF?” 

O segundo lugar podia até ser o primeiro porque, meus caros, o que faz a Elizabeth Taylor em “Quem Tem Medo de Virgínia Woolf?”, está em um outro nível. 

Vencedora do Oscar de 1967, a Elizabeth Taylor desconstrói a imagem de uma diva intocável do cinema para ver uma mulher sem limites, falando aos berros e sempre um tom acima em tudo o que faz.

Os duelos dela com Richard Burton são assustadores de tão críveis em uma personagem que é uma gangorra emocional muito bem conduzida pela atriz. 

1. BARBRA STREISAND, por “FUNNY GIRL – A GAROTA GENIAL” 

O primeiro lugar deste TOP 11 vai para garota genial: nada mais, nada menos que a Barbra Streisand, vencedora do Oscar de Melhor Atriz em 1969 por “Funny Girl”. 

Tudo bem que a Barbra Streisand já vinha do sucesso da peça na Broadway e de uma carreira muito bem encaminhada na música, mas, o que ela alcança aqui é impressionante. Mesmo ao lado de um diretor como William Wyler, com três Oscars de direção na carreira, e estreando nos cinemas, ela não se intimida em momento algum e carrega o filme no bolso. É impossível resistir ao charme dela em cena e não basta muito para sermos conquistados pela sagacidade e bom humor de Fanny Brice, fora o vozeirão para arrasar nas músicas. 

Vou fazer um desafio aqui para vocês colocarem nos comentários: coloca qual foi uma atuação estreante de ator ou atriz nos cinemas melhor do que a Barbra Streisand.

Vai ser difícil. 

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