Até tentaram tirar o protagonismo do filme dela, mas, Viola Davis é tão forte que cá está conquistando o prêmio de Melhor Atriz do SAG 2021 por “A Voz Suprema do Blues“. Este é o segundo prêmio da estrela no evento: a primeira aconteceu em 2012 com “Histórias Cruzadas”.
Já falei aqui no site e no canal do Cine Set no YouTube que “A Voz Suprema do Blues” me deixa com a sensação de que teve a estrutura bastante alterada na montagem por conta da morte do Chadwick Boseman. Com a Netflix querendo emplacá-lo em Melhor Ator, a produção acabou deixando Viola Davis em segundo plano durante muitos momentos do projeto para contemplar o companheiro de cena. Por isso, o longa do George C. Wolfe fica tão desequilibrado, sendo compensado pelo talento dos seus dois protagonistas.
E Viola aproveita cada segundo. A firmeza de Ma Rainey nas negociações ganha fúria ímpar nas mãos da atriz. Por outro lado, a maquiagem pesada, as próteses dentárias metálicas e o olhar cansado salientam também uma mulher no limite de uma luta que ela sabe sairá derrotada.
Para o Oscar, Viola tem um trunfo: apesar de já ter sido premiada pela Academia, a vitória aconteceu em coadjuvante. Há uma sensação dentro da indústria do cinema e do público cinéfilo de que ela merece bem mais, ou seja, um prêmio na categoria máxima feminina.
Se Frances McDormand já tem duas estatuetas de Melhor Atriz, uma delas em 2018 com “Três Anúncios Para um Crime”, e Kirby é muito jovem, a grande rival de Viola se torna Carey Mulligan, uma das melhores intérpretes de sua geração ainda sem Oscar.
Vamos para estatística: a vitoriosa de Melhor Atriz no SAG repetiu o feito no Oscar em 19 de 26 ocasiões, o que dá uma média de 73%. Se a gente só pegar, os últimos 10 anos, ela para 80%, incluindo o ano passado quando a Renée Zellweger ganhou por “Judy”.
Logo, temos grandes chances de ver a Viola receber o Oscar de Melhor Atriz em 25 de abril.