A estreia de “Renascer”, remake da novela clássica da Globo nos anos 1990, terá um gosto especial para quem acompanha o cinema amazonense: Adanilo, um dos maiores talentos da cultura local dos últimos anos, será um dos protagonistas do folhetim. Interpretando Deocleciano, o ator estará ao lado de nomes conhecidos como Humberto Carrão e Juliana Paes.
A visibilidade imensurável de uma novela das nove tem tudo para impulsionar definitivamente a carreira de Adanilo, tornando-o uma figura mais do que certa para grandes trabalhos no cinema e televisão. O Cine Set acompanha não é de hoje o ator amazonense e, por isso, resolvemos fazer esta modesta lista com uma série dos principais curtas e longas-metragens protagonizados por ele e que estão disponíveis na internet.
No segundo curta dirigido por Rafael Ramos, Adanilo interpreta um rapaz traumatizado e com dificuldades de se relacionar com as pessoas se apaixonando por uma garota. Com todas as ressalvas de um trabalho ainda nos primeiros passos da carreira, “A Menina do Guarda-Chuva” apontava para indícios de um novo talento promissor que conseguia se destacar em uma personagem contido e difícil de ser construído, mas, muito bem defendido por Adanilo.
Ainda no período em que esteve na Artrupe, Adanilo participa da segunda parte de “O Tempo Passa”, curta-metragem comandado por Diego Bauer. A participação é pequena, porém, marcante pelo fardo pesado carregado pelo personagem e à maneira como ele externaliza isso. Um trabalho menor, mas, não menos importante.
Já no Rio de Janeiro, Adanilo dá o primeiro grande salto na produção nacional ao fazer parte do elenco de “Marighella”. Novamente em um personagem pequeno, o amazonense faz o que pode para se destacar nos poucos momentos em cena ao fazer Danilo. Mais importante do que necessariamente a atuação em si, o longa de Wagner Moura serviu como uma grande vitrine capaz de projetá-lo, a qual soube explorar muito bem – tanto que não demorou muito e fez a segunda temporada da excelente série “Segunda Chamada”, da Rede Globo.
Voltando ao Norte do Brasil, Adanilo encontrou, até o momento, o seu maior papel da carreira. Em “Noites Alienígenas”, ele simplesmente rouba a cena sempre que surge como Paulo, um jovem de Rio Branco consumido pelo vício em drogas e correndo sérios perigos. A forma como constrói o personagem como um sujeito acuado, quase um bicho institivo em busca desesperada por um pouco mais de pó ou qualquer coisa que o valha o levou a obter uma menção honrosa no tradicional Festival de Gramado e ser premiado no Festival Guarnicê, no Maranhão.
Este é um caso complicado: adaptação da obra de Milton Hatoum, “O Rio do Desejo” poderia ter aproveitado Adanilo muito mais. Se somar todas as sequências em que aparece ou, pelo menos, sua voz é escutada, dá com generosidade uns três minutos. Ainda que seja possível entender as estratégias comerciais para se colocar atores mais conhecidos nacionalmente como protagonistas, também fica a sensação de que era possível sim dar maior e melhor destaque aos talentos locais. Isso reforçaria o universo amazônico do longa. De qualquer modo, vale a conferida.
“Ricos de Amor 2” pode não render prêmios muito menos ser aquele filme que você coloca na primeira prateleira da sua filmografia no fim da carreira. Por outro lado, é mais um passo na consolidação da carreira nacional de Adanilo, tornando-o um rosto cada dia mais conhecido do grande público. E no que compete a ele fazendo Tawan, o ator entrega uma atuação bem executada como sempre.
“Eureka” colocou Adanilo em outro patamar: de ator em ascensão no circuito brasileiro, o amazonense deu um salto para protagonista de filme internacional. Na produção comandada pelo argentino Lisandro Alonso, ele está ao lado de nomes como Viggo Mortensen (“O Senhor dos Anéis” e “Green Book”), Chiara Mastroianni (“Persépolis“) e Luísa Cruz (“As Mil e uma Noites – Volume 2”). A presença no tapete vermelho do Festival de Cannes, o mais importante do mundo, para lançar a obra demonstrou a grandeza de Adanilo e aponta como o futuro tende a ser ainda mais promissor.
