Depois de conquistar cinco Kikitos no Festival de Gramado deste ano, “Noites Alienígenas” continua dando alegrias para o cinema da Região Norte: a obra acreana dominou o tradicional Festival Guarnicê, em São Luiz, no Maranhão. O longa venceu cinco categorias do evento – Melhor Filme, Direção para Sérgio de Carvalho, Ator com o amazonense Adanilo, Ator Coadjuvante com Chico Diaz e Roteiro com Sérgio de Carvalho, Camilo Cavalcante e Rodolfo Minari. A cerimônia aconteceu na noite desta sexta-feira (30).
“Em nome de toda equipe, agradeço a curadoria, organização e júri do Festival Guarnicê de Cinema. Uma honra imensa exibir nosso filme em terras maranhenses. Dedicamos este prêmio a Raimundo Irineu Serra e Frei Daniel, dois maranhenses de contribuição imensa para cultura e espiritualidade do Acre e de todo o Brasil! Valeu demais, Guarnicê: festival de resistência e muitas histórias”, declarou Sérgio em mensagem no Instagram.
Adaptada do romance homônimo escrito pelo próprio diretor em 2011, a produção se utiliza do realismo mágico para acompanhar a história de resistência e esperança de três jovens na periferia de Rio Branco. O primeiro deles é Rivelino (Gabriel Knoxx), rapper e grafiteiro que deixa sua arte em forma de nave espacial pelos muros da cidade. Ele trabalha como aviãozinho para traficantes do local. De origem indígena e com uma mãe evangélica, Paulo (Adanilo) está em conflito com a própria ancestralidade enquanto lida com a dependência química em pasta-base de cocaína. Por fim, Sandra (Gleici Damasceno) é uma jovem negra e empoderada, mãe do filho de Paulo, tem na cultura Hip Hop, um refúgio e espaço de resistência. Uma tragédia irá reunir o destino deles.
A TRAJETÓRIA ASCENDENTE DE ADANILO
O prêmio no Festival de Guarnicê realça o grande momento da carreira de Adanilo. A trajetória do amazonense de origem indígena na arte começa ao fundar a Artrupe Produções Artísticas. Com o grupo, realizou algumas das obras de maior destaque do cinema local na década passada, entre elas, “A Menina do Guarda-Chuva” e “Aquela Estrada“, ambos dirigido por Rafael Ramos.
Ao sair da Artrupe, Adanilo se mudou para o Rio de Janeiro, onde fundou o coletivo Teatro Galeroso. Lá, comandou e escreveu o espetáculo “Bicho Doido”, sendo selecionado para o Festival de Teatro de Paranaguá, onde conquistou os prêmios de Melhor Espetáculo, Diretor e Ator. O sucesso nos palcos abriu portas para participações em produções importantes no cinema e na televisão, entre elas, “Marighella“, de Wagner Moura, e a segunda temporada de “Segunda Chamada”, da TV Globo.
Enquanto aproveita a grande fase de “Noites Alienígenas”, Adanilo já conta com uma série de projetos engatilhados para serem lançados em 2023. Estará em “Oeste Outra Vez”, dirigido por Erico Rassi, na continuação de “Ricos de Amor” e, por fim, em “Eureka”, co-produção Argentina, EUA, México e Portugal com direção do argentino Lisandro Alonso e também estrelada por Viggo Mortensen.
