Bem… Sabíamos que ele iria aparecer, certo?

A Disney já tinha divulgado uma foto dele antes da estreia de Obi-Wan Kenobi e a cena final da Parte 2 da minissérie praticamente garantia que veríamos ninguém menos que Darth Vader. Agora, neste novo episódio, o lorde Sith mais famoso de todos aparece em sua glória – e de novo vivido por Hayden Christensen, cujo rosto sem maquiagem ou máscara até aparece de relance em um momento do episódio. Porém, até agora, com três episódios já exibidos, a melhor definição para a minissérie é… morna. E nem a participação de Lorde Vader ajudou muito.

Nesta Parte 3, continuamos acompanhando a fuga de Kenobi e da pequena Leia. Na melhor cena do episódio – que surpreendentemente não envolve Vader – vemos o mestre Jedi partindo para o tiroteio para enfrentar alguns soldados imperiais. É um raro momento de tensão no episódio, em boaparte pela direção de Deborah Chow que encena a violência e ação do Jedi de modo direto e rápido, sem firulas. É um Kenobi pistoleiro e até um pouco desesperado que dá o tom da cena e nela temos outro bom momento de Ewan McGregor.

Mas parece que a aparição de Vader suga o ar do episódio. Claro, quando sua respiração e sua sombra são vistos no vilarejo onde estão os heróis, o momento é tenso. Porém, o encontro em si entre Kenobi e Vader não empolga muito, em parte pela falta de imaginação da coisa toda: Vader se limita a fazer umas ameaças – seu comportamento de praxe – e Kenobi se limita a parecer assustado, porém sabemos que a luta não vai dar em nada porque esses personagens não correm risco de morrer. A cena acaba caindo no lugar comum e não tendo o peso que merecia.

E a Reva? Parece querer levar o prêmio de funcionária Sith do mês. Essa parece ser toda a sua motivação, subir na hierarquia da empresa do mal. Pelos primeiros episódios, a sanha parecia indicar uma rixa pessoal com Kenobi, mas não. Toda a malvadeza da personagem parece não ter fundamento dramático suficiente, o que a torna menos uma personagem e mais um instrumento para fazer a trama andar.

Ainda assim, o episódio tem suas qualidades: a presença da sempre interessante Indira Varma como uma aliada de Kenobi e Leia é benvinda, e há um bom momento dramático entre o Jedi e a pequena princesa – a interação entre McGregor e Vivien Lyra Blair está sendo divertida e encantadora. E há sutis momentos de humor envolvendo os soldados do Império, que dizem que “nada lhes escapa”, e em um momento de tiroteio, simplesmente não conseguem acertar um alvo próximo. São pequenos instantes que se tornam divertidos justamente por não receberem um grande tratamento por parte do roteiro ou da direção.

No fim das contas, o terceiro capítulo move a história da minissérie, mas nem tanto assim. Acaba que o tão aguardado reencontro entre Obi-Wan Kenobi e Darth Vader é tratado com tanta importância pelos roteiristas e pela direção, que o fator “uau” do episódio se dilui justamente pelas decisões criativas do seriado. É um episódio legal? Sim. Mas não muito além disso: até agora Obi-Wan Kenobi, a minissérie, se mantém no meio termo e se nem a aparição do grande vilão da saga move o ponteiro muito para cima, então, talvez isso dite o ritmo da produção até o final.