Poderia ter sido uma disputa mais apertada? Sim, claro, mas, o Will Smith não deixou chances para os seus rivais e vence o Oscar de Melhor Ator por “King Richard”. Esta era a terceira vez que o astro concorria ao prêmio, sendo “Ali” e “À Procura da Felicidade” as duas primeiras. 

Com isso, o Will Smith se junta ao seleto grupo formado por Sidney Poitier, Denzel Washington, Jamie Foxx e Forest Whitaker de intérpretes negros ganhadores de Melhor Ator. 

Imaginava-se que o Benedict Cumberbatch, Denzel Washington e o Andrew Garfield poderiam ter feito maior concorrência contra o Will Smith. Porém, desde o início do ano quando levou o Globo de Ouro ficou claro como seria difícil superá-lo. O SAG consolidou a força do ator que se tornou imbatível ao levar o Bafta, praticamente tirando as chances do astro de “Ataque dos Cães”. 

Agora, cá entre nós, este era um resultado possível de se imaginar desde o momento em que o projeto foi anunciado. 


“King Richard” está na esteira de projetos mais sérios que o Will Smith fez ao longo dos últimos 20 anos visando justamente o Oscar. Filmes com protagonistas que sofrem tudo e mais um pouco lutando contra um sistema social que tenta jogá-los para baixo, mas, graças à perseverança alcançam a redenção no final.

Foi assim em obras como o próprio “À Procura da Felicidade”, “Um Homem Entre Gigantes”, “Beleza Oculta” e, agora, “King Richard”. Aqui, ele ainda pode ser apoiar em uma história real, filão amado pela Academia, a partir da trajetória de duas lendas do esporte norte-americano. 

Durante a temporada de premiações, o Will Smith soube jogar o jogo muito bem, diminuindo as polêmicas com suas declarações por vezes sem sentido que já nos habituou e exaltando Serena, Venus e a companheira de elenco, Aunjanue Ellis. Isso potencializou o carisma inegável e o carinho de décadas que grande parte do público e da indústria tem para com ele., tornando a vitória no Oscar inevitável. 

Em comparação aos dois últimos vencedores, Anthony Hopkins e o Joaquin Phoenix, vejo o Will Smith bem abaixo, porém, no mesmo nível de ganhadores recentes não muito empolgantes como Rami Malek e Gary Oldman. 

De qualquer modo, vejo um resultado positivo para o Benedict Cumberbatch, aquele que, para mim, deveria ser o vencedor. Afinal, percebe-se uma mudança de patamar dele em Hollywood. Se “O Jogo da Imitação” foi uma boas-vindas da Academia, “Ataque dos Cães” serve para consolidar este prestígio. Não duvido que, em breve, venha a estatueta do “Doutor Estranho”.