No ano da diversidade no Oscar e depois das maiores manifestações raciais nos EUA desde os anos 1960, não tinha como a Academia fugir de premiar “Dois Estranhos” na categoria de Melhor Curta-Metragem de Ficção. O filme está disponível na Netflix.
Dirigido pela dupla Martin Desmond Roe e Travon Free, o filme usa o mote de filmes como “Feitiço do Tempo” para contar a história de um rapaz negro que acorda todos os dias para ser perseguido e morto por um policial branco racista. Ao longo do tempo, o curta mostra alternativas dele escapar do destino trágico.
Não dá para negar que “Dois Estranhos” seja um filme esperto, afinal, pega um elemento tradicional da ficção científica utilizado em diversas comédias para inseri-lo diante da irrealidade que o preconceito racial e da violência policial sem sentido, desmedida. As saídas do roteiro são interessantes e constrói um filme que, inegavelmente, te prende.
Por outro lado, o curta se alonga desnecessariamente ao longo de 29 minutos, o que leva à perda do ritmo da história e torna tudo bastante previsível.
À medida que a trama avança, “Dois Estranhos” deixa de ser interessante por já ser possível identificar o que vem em seguida, fora que a atuação do Andrew Howard como o policial é bastante caricata, tirando o público do filme.
Definitivamente, este é um prêmio que vale mais pelo simbolismo do que pelo filme em si.