Al Pacino.  

Só de falar esse nome dá vontade de fazer uma reverência, afinal, se trata de uma das maiores lendas da história do cinema. A Academia, entretanto, não teve a melhor das relações com o ator e, apesar das nove indicações, ele venceu apenas uma vez. 

Neste vídeo, eu presto uma homenagem ao Al Pacino para eleger da pior à melhor nomeação, além, claro, da maior esnobada. 

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9. DICK TRACY 

Depois de passar praticamente todos os anos 1980 esquecido, o Al Pacino voltou a ser indicado ao Oscar em 1991. Só que o personagem não ajudava muito. 

Com uma pesada maquiagem, o Al Pacino interpreta o vilão de “Dick Tracy”. Igual o filme como um todo, a atuação do astro é totalmente caricatural e nada levado à sério.

Vale pela despretensão, mas, muito longe dos melhores momentos dele. 

Em Melhor Ator Coadjuvante daquela edição, o vencedor foi o Joe Pesci merecidamente por “Os Bons Companheiros”. 

8. JUSTIÇA PARA TODOS 

Em 1980, o Al Pacino foi indicado a Melhor Ator por “Justiça para Todos”. 

No longa do Norman Jewison, ele faz um advogado idealista convocado para defender um juiz acusado de estupro.

Aqui, o Pacino faz um esforço gigante para tirar o filme da vala comum, mas, só faz remeter a um personagem que irá aparecer mais à frente na lista. 

Ainda assim, a cena final no tribunal é um dos pontos altos da carreira dele. Na corrida pelo prêmio de Melhor Ator, o Pacino acabou perdendo para o Dustin Hoffman, de “Kramer Vs Kramer”, uma vitória justa. 

7. SUCESSO A QUALQUER PREÇO 

Em 1993, o Al Pacino foi indicado ao Oscar duas vezes. A primeira que aparece aqui é “Sucesso a Qualquer Preço”. 

Com um ótimo roteiro do David Mamet em mãos e parceiros de cena como Jack Lemmon, Ed Harris e Kevin Spacey, ele está ótimo como um habilidoso vendedor de terrenos capaz de convencer qualquer um com a sua lábia.

Apesar de praticamente não dar as caras na primeira hora do filme, sempre que surge consegue hipnotizar o público. 

Perdeu o Oscar de Ator Coadjuvante para o Gene Hackman, de “Os Imperdoáveis”. Não tenho nem o que o contestar, né. 

6. O IRLANDÊS 

Foram inacreditáveis 27 anos longe do Oscar, porém, o Al Pacino retornou à premiação em 2020 com “O Irlandês”. 

Na primeira parceria com o Martin Scorsese, o ator faz o público lamentar disso não ter acontecido antes.

Vivendo o sindicalista Jimmy Hoffa, o Pacino oferece os momentos de explosão e fúria do longa marcado por protagonistas comedidos como os vividos por Joe Pesci e Robert De Niro, sendo uma presença forte em toda trama. 

A vitória em Ator Coadjuvante foi para o Brad Pitt, de “Era uma vez em Hollywood”, resultado que, particularmente, gosto ainda que se fosse para o Pacino seria muito bom também. 

5. SERPICO 

Quando falei que o Al Pacino lembrava um personagem já feito por ele em “Justiça Para Todos”, minha referência era justamente “Serpico”. 

Neste policial do Sidney Lumet, o astro vive um policial honesto em uma Nova York dominada pela corrupção e extorsão feita pelos agentes do Estado.

Chama a atenção a angústia crescente do personagem em ver aquele estado de coisas praticamente impossível de solução e como ele se deteriora psicologicamente com isso. 

No Oscar de 1974, ele perdeu para o Jack Lemmon, de “Sonhos do Passado”.

Acho mais absurdo o Lemmon ter vencido por este filme e não por filmes como “Se Meu Apartamento Falasse” do que pela derrota do Pacino. 

4. PERFUME DE MULHER

Voltamos ao Oscar 1993 quando finalmente o Al Pacino conseguiu vencer o tão aguardado Oscar por “Perfume de Mulher”. 

Interpretando um tenente-coronel deficiente visual em viagem à Nova York, o astro eleva um filme comum para uma produção acima da média.

O Pacino tem momentos excepcionais como as sequências da Ferrari, do tribunal e, claro, do tango. 

Azar do Clint Eastwood, de “Os Imperdoáveis”, e do Denzel Washington, de “Malcolm X”, que, em qualquer outro ano, sairiam vencedores menos em 1993. 

3. UM DIA DE CÃO 

Falando de falta de sorte, o Al Pacino sofreu com isso na edição de 1976, o ano mais espetacular do Oscar. 

Afinal, o astro tem um desempenho inesquecível em “Um Dia de Cão”.

A intensidade em cena movimenta o longa do Sidney Lumet e atinge níveis cada vez maiores à medida em que a situação se complica por caminhos cada vez mais imprevisíveis. 

O problema foi que, no Oscar de Melhor Ator, ele teve pela frente o Jack Nicholson, de “Um Estranho no Ninho”. O resto é história. 

2. O PODEROSO CHEFÃO

Marlon Brando e Al Pacino em O Poderoso Chefão

A primeira indicação do Al Pacino aconteceu em 1973 e foi cercada de polêmica. 

Nomeado em Ator Coadjuvante por “O Poderoso Chefão” ao interpretar Michael Corleone, o Pacino ficou revoltado por acreditar que se tratava uma fraude de categoria.

Para ele, a indicação deveria ter sido em Melhor Ator por ter mais tempo em cena do que o seu colega Marlon Brando. Ele acabou não indo para a cerimônia. 

O prêmio de Ator Coadjuvante ficou com o Joel Grey, de “Cabaret”. Independente da melhor categoria em que deveria ter sido indicado, o Al Pacino está brilhante na transformação do jovem delicado em um gângster capaz de tudo para salvar a família. Pegar as primeiras cenas dele e comparar com as últimas dão uma dimensão desta atuação 

1. O PODEROSO CHEFÃO 2

Al Pacino em O Poderoso Chefão - Parte 2

E chegamos ao maior trabalho do Al Pacino indicado ao Oscar.  

Como pode alguém fazer ainda melhor uma atuação já brilhante? 

É justamente o que ocorre na segunda parte do clássico comandado por Francis Ford Coppola. Aqui, Michael vai ao fundo do poço, isolando-se dos princípios do início da jornada para manter a qualquer custo o poder do clã Corleone. Pacino torna esta uma jornada pesada, dura como deve ser criando um dos personagens mais ricos da história do cinema. 

Em um erro constrangedor, a Academia decidiu premiar o Art Carney, de “Harry, o Amigo de Tonto”. De todos os prêmios pelo conjunto da obra, este foi o mais equivocado de longe da história do prêmio. 

AS MAIORES ESNOBADAS – “PARCEIROS DA NOITE” E “SCARFACE”

O Al Pacino teve nove indicações, mas, com certeza, deveria ter, pelo menos, mais cinco nomeações. Foram os casos de “Donnie Brasco”, “O Informante” e “O Pagamento Final”. 

Porém, duas delas são esnobadas imperdoáveis. 

A primeira vem de “Parceiros da Noite”, filme maldito do William Friedkin em que interpreta um detetive infiltrado na comunidade gay de Nova York.

É um trabalho ousado demais como poucos atores do porte e fama dele topariam fazer no auge da fama. Merecia, pelo menos, a indicação em 1981.

scarface al pacino

Três anos depois, a Academia não quis saber dele em Melhor Ator pelo excepcional “Scarface”.

Enquanto Tony Montana ficou eternizado até hoje na cultura pop, o vencedor do Oscar foi o Robert Duvall, pelo esquecível “A Força do Carinho”. 

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