De “Rivais” com Zendaya a “Blitz” com Saoirse Ronan, Caio Pimenta traz a segunda parte de possíveis candidatos ao Oscar 2025.

‘THE PIANO LESSON’ E ‘WE LIVE IN TIME’

Se você gostou de “Um Limite Entre Nós” e “A Voz Suprema do Blues”, tenho uma boa notícia: “The Piano Lesson” é a nova adaptação de uma peça da Broadway do dramaturgo August Wilson.

Desta vez, a direção fica por conta do John David Washington. Ele protagoniza o drama ao lado do Samuel L. Jackson.  

E acho que o astro conhecido por “Pulp Fiction” e “Os Vingadores” pode ser o grande ativo do filme, visto que é um dos atores mais queridos e populares de Hollywood na atualidade ainda sem Oscar.

Não duvido que a Academia queira consagrá-lo em moldes semelhantes ao visto com o Robert Downey Jr, Brad Pitt e Morgan Freeman. 

“We Live in Time” é o novo filme do diretor John Crowley, conhecido por “Brooklyn”.

Ele tenta se recuperar após o fracasso de “O Pintassílgo” com um romance protagonizado por Florence Pugh e Andrew Garfield.

A produção mostra uma chefe de cozinha se apaixonado por um sujeito recém-divorciado. No meio de toda a beleza do amor, um segredo de anos vem à tona para mudar tudo.

A distribuição americana é da A24 e a produção executiva do Benedict Cumberbatch. Pode crescer se tiver uma boa estratégia mirando os festivais de fim de ano. 

“A COMPLETE UNKNOWN”, “HARD TRUTHS” E “WILDER & ME”

Um dos maiores gênios da música terá uma biografia para chamar de sua. 

Ganhador de Canção Original com “Things Have Changed”, Bob Dylan terá o início da carreira retratado em “A Complete Unknown”.

O filme dirigido pelo James Mangold, de “Ford Vs Ferrari”, traz o Timothée Chalamet vivendo o músico na chegada dele a Nova York.

Elle Fanning, Edward Norton também estão no elenco do projeto da Searchlight Pictures.

Vale lembrar que “Não Estou Lá”, do Todd Haynes, teve apenas uma indicação em 2008 para a Cate Blanchett em Atriz Coadjuvante.

Os britânicos vão apostar em dois veteranos: o Mike Leigh lança “Hard Truths”.

É a retomada da parceria com a Marianne Jean-Baptiste, de “Segredos e Mentiras”, em um drama familiar.

Poucos detalhes sobre a história foram revelados, mas, há quem aponte que o lançamento deva ocorrer no Festival de Cannes. 

Diretor de “Ligações Perigosas” e “A Rainha”, o Stephen Frears surgirá com “Wilder & Me”.

A história é daquelas com carinha de Oscar: uma jovem assistente desenvolve uma bonita amizade com o diretor Billy Wilder durantes as filmagens de “Fedora” a ponto de ele revelar duras histórias ligadas à família.

O Christoph Waltz pode chegar à terceira estatueta vivendo o lendário cineasta, enquanto a Maya Hawke protagoniza a produção que ainda traz o Jon Hamm como William Holden.

Se o filme chegar bem na temporada, prevejo força para as categorias principais, especialmente, atuações. 

“RIVAIS”, “QUEER”, “ALTO KNIGHTS”

O italiano Luca Guadagnino, de “Me Chame pelo Seu Nome”, tentará a sorte em dose dupla. 

“Rivais” vem provocando furor na internet com as cenas de pegação entre Zendaya, Mike Faist e Josh O’Connor,

A história se passa no mundo do tênis e traz a estrela interpretando a treinadora do número 1 do ranking enfrentando uma má fase. O próximo duelo nas quadras será com o ex dela.

Boas chances de ser lançado em Cannes. 

Adaptação do clássico romance LGBTQIAP+ escrito pelo William S. Burroughs, “Queer” deve ficar para o fim do ano.

O protagonista é o Daniel Craig, sim o eterno James Bond, vivendo um sujeito que vai em busca de amor e prazer pelos bares do México. Lesley Manville e Jason Schwartzman estão no elenco.

Como a Academia tem um pezinho no conservadorismo, é prudente esperar como o filme irá repercutir para ver as chances dele no Oscar, afinal, o ótimo “Até os Ossos” sofreu com isso na temporada de 2023. 

Falando em estilo mais tradicional, o Barry Levinson, premiado por “Rain Man”, lança “Alto Knights”.

A produção mostra a rivalidade entre dois chefões da máfia nos anos 1950 em meio à tentativa de assassinato de um deles.

O Robert De Niro é um dos protagonistas de uma produção que deve morrer na praia tal qual ocorreu como os últimos filmes do Levinson. 

“FLINT STRONG” E “BLITZ”

Após fazer história no Oscar como a primeira mulher indicada a Melhor Direção de Fotografia por “Mudbound”, a Rachel Morrison estreia na direção com “Flint Strong”.

A produção ambientada em uma das cidades mais pobres dos EUA sobre a trajetória da primeira boxeadora do país a vencer a medalha olímpica de ouro poderia ter concorrido ao prêmio deste ano, porém, a greve dos atores e roteiristas afetou o cronograma.  

E falando de roteiro que assina “Flint Strong” é nada mais nada menos do que Barry Jenkins, diretor de “Moonlight”. As credenciais são bem boas e uma estreia forte em Veneza ou Toronto colocariam o filme bem forte na corrida. 

Para fechar, um candidato peso-pesado: “Blitz”, o novo filme do Steve McQueen, cineasta de “12 Anos de Escravidão”.

Com produção da Apple, a obra mostra os ataques nazistas em Londres e a luta da população para sobreviver. A Saoirse Ronan, que já namora o Oscar há um bom tempo, é a protagonista e tende a chegar forte para disputar Melhor Atriz.

Já o McQueen tem a possibilidade de ser o primeiro cineasta negro a levar a categoria. Sinto que é uma produção com grandes possibilidades de ir longe na temporada.