De “O Diabo Veste Prada” a “As Pontes de Madison”, Caio Pimenta traz o TOP 10 das melhores indicações de Meryl Streep no Oscar.

10. JULIE & JULIA

Abro a lista com uma escolha que certamente deve dividir opiniões. 

Os excessos vistos em “Álbum de Família” e “Florence” encontram o tom perfeito em “Julie & Julia”, esta saborosa comédia de tom leve e pegada feminista.

No filme, ela interpreta uma americana que, ao se mudar para Paris, entra para uma famosa escola de gastronomia e lança um livro popular de culinária.

Carregando no sotaque, a Meryl Streep se diverte e diverte o público em uma atuação que vale o filme. 

A estrela chegou com possibilidade de vitória no Oscar 2009 graças a uma temporada fraca em Melhor Atriz, porém, o hype em torno da Sandra Bullock foi maior e a protagonista de “Um Sonho Possível” acabou conquistando a estatueta.  

9. “IRONWEED”

Dirigido pelo brasileiro Hector Babenco, “Ironweed” levou a Meryl Streep ao Oscar de Melhor Atriz em 1988.

Junto com “A Escolha de Sofia”, este é o filme mais triste protagonizado pela estrela que faz uma alcóolatra na miséria e depressiva após a carreira de cantora não dar certo.

Apesar do foco do filme ser no Jack Nicholson, toda vez que ela aparece fica impossível não ser envolvido pela cruel realidade e o estado emocionado visivelmente abalado de uma pessoa que sofreu tudo e mais um pouco na vida. 

A Academia, entretanto, preferiu a Cher pelo contestado trabalho em “Feitiço da Lua”.  

8. O FRANCO-ATIRADOR

Primeira indicação da carreira da Meryl Streep ao Oscar, “O Franco-Atirador” é um clássico do Michael Cimino sobre a loucura da Guerra do Vietnã.

Ainda que apareça mais na primeira das três horas, ela ecoa durante todo o filme por representar a alegria, a paz e a esperança para aqueles homens combatendo no inferno. 

Nomeado em atriz coadjuvante, ela perdeu para a Maggie Smith, de “California Suite”.

7. LEMBRANÇAS DE HOLLYWOOD

Já o sétimo lugar desta lista é de “Lembranças de Hollywood”, do Mike Nichols e pelo qual disputou o Oscar em 1991 na categoria de Melhor Atriz, mas, foi derrotada pela Kathy Bates, de “Louca Obsessão”. 

Fazendo uma atriz com problemas de alcoolismo e que precisa ser acompanhada da mãe para gravar o novo filme por exigência do estúdio, a Meryl Streep faz uma grande dobradinha com a Shirley MacLaine.

O filme ganha ainda mais peso e amplifica a atuação da atriz quando se sabe que o roteiro é da Carrie Fisher, a princesa Leia de “Star Wars” e filha da lendária Debbie Reynolds. 

6. ADAPTAÇÃO

A indicação mais inusitada da carreira da Meryl Streep fica na sexta colocação deste TOP 10. 

Em “Adaptação”, a atriz faz uma jornalista que terá o livro adaptado para roteiro de cinema pelo personagem do Nicolas Cage.

Diferente dos filmes que veneram Meryl Streep, aqui, Charlie Kaufman permite à estrela uma atuação mais leve e divertida, conquistando a todos. 

Pelo trabalho, a Meryl Streep venceu o Globo de Ouro, mas, perdeu o Oscar de atriz coadjuvante para a Catherine Zeta-Jones, de “Chicago”.

5. A DAMA DE FERRO

Somente uma das maiores atrizes da história para salvar ou, pelo menos, não fazer afundar uma obra tão medíocre como “A Dama de Ferro”.

Se o filme faz um retrato mais do que brando e até apolítico da Margaret Thatcher, a Meryl Streep incorpora dos trejeitos ao jeito de falar, mas, ainda incorporando um estilo quase robótico de uma figura conhecida pela insensibilidade social na política.

Impossível sair indiferente ao trabalho dela. 

4. KRAMER VS KRAMER

A primeira vitória da Meryl Streep veio em 1980 com o desempenho brilhante em “Kramer Vs Kramer”. 

O roteiro do Robert Benton tinha tudo para tornar a personagem feminina em uma megera terrível que abandonou a família e, de uma hora para a outra, deseja ter a guarda do filho de volta.

Sorte do vencedor de Melhor Filme ter uma atriz como Meryl Streep: somente a cena do elevador ao sair do apartamento com o choro engasgado transmite um sofrimento tão profundo que somente julga quem for um machista ou um idiota completo. 

É uma atuação tão linda que você fica curioso de saber qual era a versão dela para aquela separação. Assistiria um “Kramer Vs Kramer 2” fácil sob a ótica da personagem da Meryl Streep.  

3. O DIABO VESTE PRADA

Chegamos ao pódio, senhoras e senhores. A medalha de bronze é da atuação mais pop da estrela. 

O Diabo Veste Prada” tinha tudo para ser aquela comédia como tantas outras simplesmente ignorada pelo Oscar.

Com Meryl Streep no elenco, porém, isso se torna impossível. Afinal, o que a intérprete de Miranda Priestly faz torna coloca o filme em um patamar diferente.

Hipnotizante, a vilã faz uma respiração fora do lugar virar um verdadeiro tormento. A virada na reta final demonstrando outras facetas da chefona completa o serviço impecável. 

O Oscar 2007 foi complicado para qualquer chance de vitória da Meryl Streep, afinal, foi a disputa em que a Helen Mirren atropelou todas fortes rivais em Melhor Atriz por conta de “A Rainha”. 

2. AS PONTES DE MADISON

“As Pontes de Madison” fica no segundo lugar desta lista.

Se um par romântico entre Meryl Streep e Clint Eastwood é uma verdadeira covardia, o diretor amplia isso ao criar um romance adulto, delicado e elegante. Para atores com tanto talento, o filme se torna um desfile de talento bruto. 

O Oscar 1996 teve uma seleção excelente em Melhor Atriz, sendo conquistada pela Susan Sarandon, de “Os Últimos Passos de um Homem”.

O mais curioso é saber que esta foi a única indicação de “As Pontes de Madison” na festa da Academia. Vai entender… 

1. “A ESCOLHA DE SOFIA”

Como pode com tantas grandes atuações e filmes maravilhosos, ser tão óbvio escolher a melhor atuação da carreira da Meryl Streep ao Oscar? Só uma gigante como ela explica. 

O estado de alegria se confunde com o torpor até revelar uma tragédia da pior dimensão.

Em “A Escolha de Sofia”, a Meryl Streep encarna estas variações de forma orgânica a ponto de assombrar como é possível um ser humano carregar consigo sentimentos tão díspares e dores inimagináveis.

A sequência da tal escolha é uma das maiores já feitas por uma atriz nos cinemas.