Com entrevista exclusiva de Flávia Abtibol, Caio Pimenta aborda os motivos que culminaram para o término do Amazonas Film Festival após a edição de 2013.
Durante todo o ano de 2014, ficou a dúvida sobre a continuidade ou não do Amazonas Film Festival. Além da Copa do Mundo atrair todas as atenções, a crise econômica e as mudanças dos rumos políticos no comando do Estado começavam a dificultar o processo de realização de um evento nada barato.
A classe artística chegou a se reunir com a Secretaria de Cultura do Estado e propor ideias alternativas para um festival de menor porte, mas, que ainda fosse possível de ser realizado.
Foco mais no cinema latino e brasileiro em vez das grandes estrelas de Hollywood e da Europa. Seminários sobre os 10 anos do Amazonas Film Festival, mostras não-competitivas dos filmes vencedores de edições anteriores, exibições em cinemas da cidade em vez do Teatro Amazonas…
Infelizmente, nenhuma destas alternativas acabaram indo adiante e, repetindo a maldição da descontinuidade, o Amazonas Film Festival foi interrompido.
Além do surgimento da nova geração de realizadores locais, um dos maiores legados do evento tinha tudo para ser a criação do curso técnico de audiovisual da Universidade do Estado do Amazonas. Porém, a iniciativa foi descontinuada após duas turmas.
Cine Set – Flávia, no penúltimo ano do Amazonas Film Festival, em 2012, você venceu o prêmio Banco Daycoval de Roteiro com “Strip Solidão”. No ano seguinte, o curta integrou a seleção da mostra competitiva nacional. A minha pergunta para você é se já era possível identificar que o evento estava perdendo a força com risco de acabar ou passava a impressão de iria continuar?
Flávia Abtibol – Como integrante da cena audiovisual da cidade, a gente já ouvia rumores de que o festival estava se enfraquecendo e caminhava para novos formatos com uma reformulação que, infelizmente, não veio.
Cine Set – Quais fatores você considera que foram decisivos para este desfecho do Amazonas Film Festival?
Flávia Abtibol – A cultura no Amazonas e na Região Norte, infelizmente, não é vista como uma economia criativa contribuindo para a geração de emprego, formação profissional, inclusão social e valorização da própria terra. Esta falta de consciência dos gestores foi decisiva assim como a pequena mobilização da própria categoria. Fazendo um mea-culpa, a classe não consegue se organizar, cada um fica fragmentado fazendo seu próprio trabalho e, por conta disso, acabamos perdendo iniciativas que contribuem para o audiovisual local. Isso fragilizou o festival que poderia ser reformulado com novos formatos e concepção, mas, longe de chegar no momento drástico de encerrar.
Cine Set – O saudoso professor da Universidade Federal do Amazonas, Narciso Lobo, afirmava que a tônica do cinema local era a descontinuidade. Por que isso é tão forte e você acha que o Amazonas Film Festival acabou sendo vítima desta maldição que a gente carrega?
Flávia Abtibol – Infelizmente, sim. O professor Narciso era uma pessoa extremamente sensível, incrível e, em relação a isso, ele estava super certo ao entender este carrossel de emoções que vivemos ao trabalhar com o audiovisual no Amazonas. Temos poucas iniciativas de incentivo público permanentes – os editais iniciam, mas, pouco depois, param – e o trabalho de fomento também está sempre descontinuado.
Chega um momento em que o impulso criativo daquele profissional que está produzindo bastante com trabalhos em outro patamar de qualidade, tentando remunerar todos os envolvidos no projeto, fica tão desgastado pela falta de incentivo e descontinuidade das políticas públicas que o leva a parar um pouco, respirar e pensar em novas estratégias para combater esta falta de sensibilidade do poder público de entender que o audiovisual consegue transformar em imagens o que é cultura, tradição de uma região para que a sociedade possa se ver, entender e abraçar.
Cine Set – Como você avalia a importância dos eventos que surgiram no audiovisual amazonense após o festival? Como eles têm ajudado a construir novos caminhos para a cena local?
Flávia Abtibol – Posso definir estes eventos em uma única palavra: resistência. O Olhar do Norte, a Mostra do Cinema Amazonense, iniciativas universitárias, eventos maiores e outros menores, simbolizam esta resistência surgida dos próprios realizadores da cadeia do audiovisual. Não adianta dirigir, escrever, trabalhar arduamente para fazer filmes se eles ficarem engavetados ou circularem apenas em festivais fora do Amazonas. Nosso compromisso é entregar estas obras para a população do Estado para que seja estabelecido este diálogo. Espero que estes eventos sejam cada vez mais duradouros e mais outros possam vir.
Você acha que ainda é possivel ganhar dinheiro no youtube?
Sinceramente eu vejo uma galera tentando e não
conseguindo nada, estou na duvida se aposto no youtube ou
não. Desde já agradeço pelo conteúdo!
Oi Bruno!
Então, tenho conseguido uma graninha com o crescimento do canal nos últimos meses.
Não é nada exorbitante, mas, consigo alguns dólares sim.
No meu caso, associo o canal com o site.
Daí, sobe mais rápido os valores para já resgatar.
No YouTube, pelo que aprendi, é preciso ter persistência e foco.
Foco para definir o que você vai falar e se especializar nele.
Não adianta tenta querer abraçar o mundo porque você fica generalista; fecha em um assunto e se torna o especialista nele, a referência.
Persistência é entender que é um processo demorado para as pessoas te notarem.
Leva um tempo, logo, é preciso saber se vender, continuar produzindo mantendo qualidade.
Achar que, depois do segundo mês, você já vai estar com 10 mil acessos, ganhando dinheiro demais, é ilusão.
Abração!