Instigar, questionar e incomodar. Essas são as palavras-chaves de Keila Serruya com os três projetos previstos para 2015: os documentários “Dona Mariana” e “Sanarte” e a videodança “O Corpo Urbano”.

Segundo Keila Serruya, “Dona Mariana” está em fase de construção e entra em montagem neste mês de janeiro ainda com possibilidades de captura de imagens. “A obra será um retrato pessoal sobre minha relação com a negritude, o matriarcado e a religião. Tudo isso usando como base uma entrevista feita com a Dona Mariana (entidade da umbanda)”, explica a realizadora.

10401876_842063139189870_5943493616283629915_nJá “Sanarte” trata sobre a montagem e a execução de uma atividade artístico cultural produzida para os pacientes do antigo Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro. Realizado em parceria com o artista Sindri Mendes, projeto terá um tom “lúdico, vivo e com uma narração surreal”. Sobre a videodança “O Corpo Urbano”, Keila Serruya registra dois bailarinos/intérpretes em espaços urbanos ociosos. “A ideia é levar movimento aos muitos espaços parados, bonitos e vivos da cidade de Manaus”, afirma. Ambos os trabalhos encontram-se em processo de montagem e finalização de áudio e vídeo.

Para Keila Serruya, os documentários trazem a possibilidade de criação de um ponto de vista com a chance de tudo mudar durante as gravações pelas descobertas feitas durante o processo. Dentro desse ponto de vista, a realizadora afirma que “Dona Mariana” e “Sanarte” tratam sobre dois temas que a instigam muito de ser explorados: a espiritualidade e a sanidade, respectivamente.

Vinda das boas repercussões causadas por “Assim” e “Nessa Cidade Todo Mundo Já Bebeu na Bica”, Keila Serruya considera não ser uma artista linear, sendo interessada sempre em se renovar como artista a cada novo projeto. “Acredito que as montagens que faço deixam o público cheio de interrogações e isso é uma ótima característica para as obras. Todavia, me sinto extremamente instigada a trabalhar com um outro montador, pois uma nova pegada e outras opiniões podem colaborar para um bom resultado”.

Ao lado da equipe da produtora Picolé da Massa, Keila Serruya se diz animada com as perspectivas para o setor cultural em 2015. “Nos anos anteriores, foram formados muitos profissionais e hoje já há a possibilidade de escolher uma boa equipe com experiência”, finaliza.


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