Você já parou para pensar nos sacrifícios que musicistas, artistas e atletas passam por amor à profissão? Quantas horas passam treinando e quantas atividades, que são comuns para nós, não deixam de vivenciar para focar em seus objetivos? Tudo isso, acompanhado de um leve drama familiar, é posto em pauta em “Noturno”, parceria entre a Blumhouse e a Amazon, disponível no Prime Vídeo.

Dirigido e roteirizado por Zu Quirke, o filme acompanha Juliet (Sydney Sweeney), uma jovem pianista que quer alcançar o sucesso acadêmico, mas, para isso, precisa superar sua irmã gêmea, considerada um prodígio. Tudo muda quando encontra o caderno de uma antiga colega que se suicidou. Seus planos começam a dar certo, mas isso lhe custa muito.

Os caminhos apresentados pelo roteiro adotam abordagens comuns em filmes que partem dessa mesma premissa. Há um quê de “Cisne Negro” e “Whiplash” no desenvolvimento dos personagens e na própria essência da obra. Assim como nos filmes citados, entramos no mundo e na mente de uma artista determinada a ser a melhor, e, para isso, disposto a passar por cima de qualquer obstáculo e sacrificar a si e a todos que aparecem em seu caminho. No entanto, o roteiro de Quirke mostra-se inconsistente: em parte, deve-se a condução teen que remete a trama com questionamentos e evoluções próprios a filmes televisivos do Lifetime.

CAPÍTULO ALONGADO DE ANTOLOGIA?

Juliet parece focada, no entanto, essa construção contribui para engrandecer suas fragilidades. Por um lado, é fácil se identificar com a personagem de Sweeney por ela viver a sombra da irmã e tudo parecer contribuir para que leve uma vida infeliz. Seja o distanciamento dos pais, o professor que a inibe, a falta de amigos ou a sua própria indole retraída. É válido ressaltar, contudo, que todos ao seu redor se mostram indiferentes à protagonista, o que culmina na cena final. É nítido a dor e sofrimento que acometem Juliet, assim como o fato de que todos estão preocupados com suas próprias vidas para dar importância ao que se passa com ela.

Tal comportamento soma-se ao carisma de Sweeney que nos faz compreensivelmente torcer por sua protagonista. A atriz demonstra estar num momento interessante de sua carreira, o que pode ser notado por trabalhos como “Euphoria”, “The Handmaids Tale” e “Everybody Sucks”. O ar angelical que carrega dá lugar à sensação de dor e pesar que suas personagens carregam. Diria sem muitas dúvidas que ela transmite, por meio de sua interpretação, a essência de uma juventude apegada ao espetáculo e carente de afetos.

Por isso, é uma pena que a protagonista seja reduzida ao sonho de se tornar uma pianista reconhecida e a inveja que nutre pela irmã, enquanto havia outras facetas que poderiam ser exploradas. Porém, mesmo as que são apresentadas, sofrem em algum motivo pela narrativa apressada e rasa, dados que, assim como “Black Box”, apontam para certa inconsistência na parceira da Amazon com a Blumhouse. A cada novo projeto parece que estamos diante de um longo capítulo de uma série antológica; o problema é quando essa escolha enfraquece a obra e afeta tudo que está relacionado a ela.

A verdade é que “Noturno” busca várias fontes para criar um suspense interessante, mas o tiro saiu pela culatra e o resultado é uma obra que só não é totalmente esquecível devido a presença de Sidney Sweeney.

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