O braço brasileiro da rede de cinemas Cinemark tem um projeto bastante interessante que traz filmes clássicos de volta à telona, para que sejam apreciados com toda honra e toda a glória.

Não deixa de ser ousado: com as tecnologias de entretenimento doméstico melhorando ao ponto da desnecessidade e com as facilidades cada vez maiores voltadas para esse segmento (atire a primeira pedra quem, um dia, não abriu mão de toda e qualquer coisa por uma maratona no Netflix), o cinema em casa não deixa de ganhar novos adeptos.

Logo, numa era em que você tem problemas em fazer as pessoas saírem de casa para ver filmes novos, não deixa de ser uma surpresa quando uma empresa decide trazer filmes antigos para esse mar bravio que são as salas comerciais de cinema.

O Clássicos Cinemark funciona em temporadas e já exibiu filmes como “O Poderoso Chefão” (e sua renomada Parte II), “Taxi Driver”, “Pulp Fiction” e “O Iluminado”. Atualmente em sua sexta edição, a rede de cinemas recentemente exibiu “Rocky, Um Lutador” e promete colocar “O Exorcista”, “Mary Poppins” e outros três filmes em sessões especiais até a primeira semana de maio.

Nós do Cine Set achamos a iniciativa o máximo (não sei vocês, mas a ideia de ver Reagan descer a escada de cabeça pra baixo em uma tela de cinema me parece divertidíssima) e montamos uma listinha de filmes que adoraríamos ver exibidos pelo projeto.

A cada temporada, o Cinemark escolhe seis filmes para as sessões especiais do Clássicos. Por mais que, pela própria natureza do projeto, os cinéfilos sejam um público-alvo predominante, ainda estamos falando de cinema comercial, então nota-se um trabalho de seleção que privilegia filmes consagrados pela crítica que dialogam numa boa com um público mais geral.

Essa seleção privilegia filmes americanos, narrativos e que tenham sido feitos nas décadas de 70 e 80. Dentro desses parâmetros, cada filme selecionado acaba se encaixando em estilos e vamos tentar guiar nossa lista por eles.

os goonies sessão da tarde clássicos cinemark

O Sessão da Tarde

Com as atuais e constantes ameaças de sair do ar (e a concorrência intransponível de serviços como o Netflix), talvez a nova geração nunca saiba o poder que a sessão de filmes vespertina da Rede Globo teve de moldar o gosto dos brasileiros quando o assunto é cinema. “Footloose – Ritmo Louco”, “Grease – Nos Tempos da Brilhantina”, “Os Caça-Fantasmas” e “A História Sem Fim” foram clássicos da Sessão da Tarde que encontraram lugar na lista do Cinemark. Acreditamos que “Os Goonies” se encaixaria como uma luva na programação dos cinemas (e a perspectiva de alguém aparecer fantasiado de Sloth já é suficiente para que a rede tente).

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O cult pop

Assim como as pessoas, alguns filmes ditos cult são simplesmente populares e pronto. Muita gente gosta deles por motivos diferentes, mas na hora do vamos ver, todo mundo se junta para assistir. “Pulp Fiction – Tempo de Violência”, “Scarface”, “Taxi Driver” e “Laranja Mecânica” entram aqui por serem cult por excelência e respeitarem o que seu público quer ver. “Apocalypse Now”, de Francis Ford Coppola, daria super certo aqui.

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A era de ouro

Ver um desses é como uma volta no tempo, para uma época de estrelas, de sonhos e de glamour. A era dourada de Hollywood já emplacou “Casablanca”, “A Felicidade Não Se Compra”, “Bonequinha de Luxo”, “Rastros de Ódio” e “Se Meu Apartamento Falasse” na programação do Clássicos. O irresistível Crepúsculo dos Deuses”, de Billy Wilder, seria uma senhora adição.

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O romance descarado

Cinéfilos também amam. É sério. O Clássicos costuma incluir filmes feito para um momento chamego, e já colocou “Uma Linda Mulher”, “Love Story – Uma História de Amor” e “Ghost – Do Outro Lado da Vida” nas telonas para dar aquele apertozinho no coração. Já que estamos falando de romance, “Quatro Casamentos e um Funeral” parece na medida para agradar este público, apesar da escassez de seleções britânicas no projeto.

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O chapa branca

Alguns filmes são sensacionais, outros são terríveis, e outros simplesmente cumprem o combinado. No entanto, alguns desses últimos se tornam clássicos e a gente não sabe exatamente o porquê. “O Império do Sol”, “Forrest Gump – O Contador de Histórias” e “Perfume de Mulher” voltaram às salas de cinema mesmo sendo apenas OK, então sinceramente não vemos porque “Sociedade dos Poetas Mortos” também não poderia. É bom, faz seu trabalho e é uma excelente desculpa para levar o pai e a mãe ao cinema, caso eles não sejam chegados.