De Lázaro Ramos a Rodrigo Santoro, confira quais filmes brasileiros podem aparecer na disputa pelo Oscar 2022.

MEDIDA PROVISÓRIA 

Já pensou o Congresso Nacional determinar o retorno de todas as pessoas com “melanina acentuada” para a África por não aceitar uma reparação histórica aos negros por conta da escravidão? Esse é o mote de “Medida Provisória”, adaptação da peça “Namíbia Não”, de Aldri Anunciação. 

A produção marca a estreia do Lázaro Ramos na direção e conta no elenco com Seu Jorge, Taís Araújo e Alfred Enoch. “Medida Provisória” já tem circulado festivais na Rússia e nos EUA a ponto de provocar um chilique do Sérgio Camargo, da Fundação Palmares. 

É um candidato forte pela temática em alta no mundo inteiro, fazendo participações em eventos ao redor do planeta e com elenco de nomes conhecidos no mercado do cinema. 

A MENINA QUE MATOU OS PAIS 

“A Menina que Matou os Pais” poderia ter disputado a vaga em 2020, mas, a pandemia da Covid-19 atrasou os planos. Desta vez, a produção não deve escapar. 

Com a ousada proposta de apresentar dois pontos de vistas da mesma história, “A Menina que Matou os Pais” mostra a tragédia da família Richtofen em que a filha participou, ao lado do namorado, do assassinato dos próprios pais. 

Os filmes podem se beneficiar dos sucessos dos suspenses baseados em crimes históricos e reais. Por outro lado, a proposta de dois filmes pode dificultar as estratégias de campanha, afinal, você terá que escolher um deles para representar o Brasil. 

EDUARDO E MÔNICA 

Mais um filme que deveria ter disputado a vaga para o Oscar 2021, mas, ficou para o ano que vem. 

“Eduardo e Mônica” é o segundo filme do diretor Renê Sampaio baseado nas canções da Legião Urbana após o “Faroeste Caboclo”. O drama mostra dois jovens nada parecidos, mas, como não existe razão nas coisas feitas pelo coração, engatam um romance. 

A Alice Braga está em alta em Hollywood e pode ajudar a fazer decolar o filme. Mas, na realidade, igual “A Menina que Matou os Pais”, “Eduardo e Mônica” parece mais focado mesmo no mercado nacional. 

ALVORADA 

Dirigido por Anna Muylaert e Lô Politi, “Alvorada” acompanha o cotidiano do Palácio da Alvorada, casa oficial da Presidência da República, nos últimos dias de Dilma Rousseff no cargo antes do impeachment no Senado Federal. 

“Alvorada” pode se aproveitar da inédita indicação de um documentário como representante do Brasil como ocorreu com “Babenco”, em 2021, além de “Democracia em Vertigem”, da Petra Costa, na categoria geral. Por outro lado, acho improvável um documentário pelo segundo ano consecutivo ser nomeado. 

A PRINCESA DA YAKUZA 

Diretor de filmes como “O Caminho das Nuvens” e “Irmã Dulce”, o Vicente Amorim aposta no cinema de ação com “A Princesa da Yakuza”. A produção baseada na HQ, “Samurai Shirô”, de Danilo Beyruth, mostra uma garota de pouco mais de 20 anos descobrindo ser herdeira do comando da máfia japonesa. 

O caráter internacional da produção que, aliás, conta com a presença do Jonathan Ryhs Meyers no elenco pode ajudar na campanha internacional. Porém, o cinema brasileiro não costuma enviar filmes de ação para disputa: a última vez foi com “Tropa de Elite 2”, em 2012.  

“A Princesa da Yakuza” deve ficar mesmo para consumo interno buscando o público jovem e nerd. 

ACQUA MOVIE 

O pernambucano Lírio Ferreira é um dos grandes nomes do cinema brasileiros das últimas décadas. Dirigiu filmes fundamentais para a produção nacional como “Baile Perfumado” e “Árido Movie’. Em 2021, ele retorna com “Acqua Movie”. 

O road-movie foca na relação de uma mãe cineasta com o filho adolescente durante uma viagem de São Paulo a Pernambuco para deixar as cinzas do patriarca da família. 

A escolha por “Acqua Movie” poderia ser uma forma de homenagear o Lírio Ferreira, o qual nunca teve um filme escolhido. A tímida carreira de festivais internacionais do longa, entretanto, pode pesar na definição. 

SILÊNCIO DA CHUVA 

Lenda da televisão brasileira, o Daniel Filho chega aos cinemas em 2021 com “Silêncio da Chuva”. O drama é baseado no romance policial do Luiz Alfredo Garcia-Roza e acompanha o detetive Espinoza, vivido pelo Lázaro Ramos, investigando a morte de executivo baleado dentro do carro no Rio de Janeiro. 

O projeto traz no elenco ainda Claudia Abreu, Thalita Carauta, Guilherme Fontes e a Mayana Neiva e fechou o Cine Ceará 2020. “Silêncio da Chuva” se saiu bem no Festival de Moscou e pode ser uma surpresa da lista com sua aposta no cinema noir, policial tão bem avaliado em Hollywood. 

VENEZA 

O Miguel Falabella é outro gigante dos palcos e da TV para brigar por esta vaga do Brasil no Oscar 2022. 

Doze anos depois de “Polaroides Urbanos”, ele retorna à direção com “Veneza”. O drama traz a Carmen Maura, conhecida dos filmes do Pedro Almódovar, como uma cafetina cega que deseja conhecer Veneza para reencontrar o seu antigo amor. As prostitutas do bordel vão tentar concretizar esse sonho de forma lúdica. 

“Veneza” teve uma recepção mista por parte da crítica e do público no Festival de Gramado 2019. Caso apareça na seleção dos filmes brasileiros, não creio que entre com tantas chances. 

PEDRO 

A Laís Bodanzky bateu na trave em 2018 quando “Como Nossos Pais” acabou preterido por “Bingo”. Para o Oscar 2022, ela pode chegar com “Pedro”. 

O drama de época traz o Cauã Reymond interpretando Dom Pedro I em um momento de reflexão sobre a sua trajetória à frente da independência do Brasil ao decidir voltar para a Europa. 

A Academia Brasileira de Cinema pode considerar o fato dos 200 anos da Independência serem completados em 2022 e optar por este simbolismo, além de reconhecer o talento da Bodanzky, uma das maiores diretoras brasileiras da atualidade. A questão é saber se “Pedro” será lançado ou não nos cinemas a tempo; a incerteza da pandemia continua pairando sobre a produção nacional. Se ocorrer, pode chegar com grandes chances. 

SETE ESCRAVOS 

Deixei para o final aquele com mais potencial de ser o escolhido: a Netflix deve lançar até o fim do ano “Sete Escravos”. O projeto reúne novamente o diretor Alex Moratto e o ator Christian Malheiros, dupla de “Sócrates”, filme brasileiro que disputou três categorias do Spirit Awards 2019. 

A Netflix está desenvolvendo em parceria com a 02 Filmes, do Fernando Meirelles e “Sete Escravos” traz ainda o Rodrigo Santoro no elenco. Ele interpreta um vilão dentro de uma história sobre o tráfico de pessoas. 

Com este timaço de importantes nomes do cinema brasileiro lá fora e ainda a força de uma empresa como a Netflix para fazer uma campanha pesada, podemos sonhar em ir mais longe em 2022. 

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