“O vento é meu irmão” foi o projeto vencedor na categoria de Melhor Pitching da 6ª edição do Mercado Audiovisual do Norte (Matapi), que encerrou sua programação, na noite de sexta-feira (24/11), no Teatro Gebes Medeiros (Avenida Eduardo Ribeiro, Centro de Manaus). Com a premiação, o projeto de longa-metragem de ficção, do gênero aventura, garante participação na próxima edição do NordesteLAB, em dezembro, na cidade de Salvador, Bahia.

Para o seu sexto ano, o Matapi contou com quatro dias de atividades presenciais e o patrocínio da Luminate, uma fundação global que trabalha para garantir que todas as pessoas, especialmente aquelas que foram, historicamente, subrepresentadas, tenham acesso à informação, aos direitos e ao poder para influenciar as decisões que moldam a sociedade. Além disso, teve também a parceria do Projeto Paradiso, uma iniciativa filantrópica responsável por investir em formação profissional e geração de conhecimento com programas de bolsas e mentorias, cursos, seminários e estudos.

“A 6ª edição do Matapi se desenvolveu super bem. Acho que conseguimos trazer convidados que dialogaram bastante com a nossa realidade de mercado, fazendo com que os profissionais daqui compartilhassem as suas experiências. Isso foi fundamental para envolvermos temas que perpassam o audiovisual, promovendo uma reflexão ainda maior, porque são essas temáticas que nos atravessam e são elas, também, que nos fazem ter ideias para novos projetos”, afirmou Carlos Barbosa, um dos fundadores do evento.

A produtora paraense Rayo Machado, responsável por “O vento é meu irmão”, falou sobre a vitória do projeto e a experiência de participar, pela primeira vez, do Matapi. “Eu sempre quis participar [do evento]. Para mim, era estratégico trazer a minha história para cá, porque tenho circulado em alguns espaços nacionais e acho que é fundamental você estar na Amazônia, quando se tem um projeto ambientado aqui. Então, sair daqui vencedora é muito significativo”, destacou Rayo, também publicitária e roteirista.

Para ela, a vitória no Matapi coroou a maturação de “O vento é meu irmão”. “Esse não foi o meu primeiro pitching, já fiz outros em que não venci, acho importante dizer isso, que, na nossa trajetória, a gente vai tentando até conseguir acertar. Então, para mim, é uma coroação da maturidade desse projeto e a perspectiva, agora, é levar essa maturidade para o Nordeste”, finalizou a produtora.

Atividades

O Matapi 2023 iniciou a sua programação na terça-feira (21/11), com o painel da Rede de Talentos Paradiso e do programa Show Me The Fund, com Josephine Bourgois. Em seguida, aconteceu a masterclass “Construindo Narrativas”, com Daniel Bandeira.

“Nós acreditamos muito nessas três palavras do Matapi: conexão, formação e empreendedorismo; e essas conexões acontecem nesses locais, iguais ao evento. Então, é importante apoiar e reconhecer o trabalho que fazem mercados como este e, especialmente, as conexões não apenas inter-regionais, mas também da Amazônia com o resto do Brasil”, destacou Josephine, diretora executiva do Projeto Paradiso.

A programação do segundo dia de Matapi contou com o estudo de caso da campanha de impacto do documentário “O território”, mediado por Rafael Georges (Luminate) e comandado por José Kaeté e Ariene Susui. Depois, ocorreram a mesa de conversa “Cultura + Soluções para a Amazônia + Fortalecimento de identidade” e um novo estudo de caso, desta vez, do filme “O Barco e o Rio”. Um encontro de coproduções da Região CONNE (Centro-Oeste, Norte e Nordeste) finalizou o segundo dia de atividades do evento.

“Estamos em meio a uma emergência climática, mais do que nunca a cultura é chamada a provocar, promover a conversa, fortalecer os pensamentos e, principalmente, fortalecer os territórios”,lembrou a produtora cultural Karla Martins, também organizadora do Matapi.

“A Luminate continua sendo uma fundação que apoia as categorias subrepresentadas e que reforça a importância de estar presente nesses territórios, promovendo debates e reflexões”, disse Rafael Georges, diretor da Luminate, durante a sua passagem pela 6ª edição do Matapi.

TVs públicas

Na quinta-feira (23/11), o evento dedicou a sua programação ao debate sobre a importância das chamadas públicas para o fomento do audiovisual no Brasil. A programação contou com a presença da Diretora de Programação e Conteúdo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Antonia Pellegrino, e do Diretor de Formação e Inovação da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura (MinC), Rodrigo Antônio.

“É uma honra voltar a Manaus e ao Matapi, agora, nessa posição de executar e contribuir com a estrutura da Secretaria do Audiovisual. Para a gente, poder realizar, dentro do Matapi, um processo de escuta muito qualificado sobre a importância dos editais das TVs públicas é histórico, e entra com um sentido quase que simbólico de retomada das políticas públicas, visto que o próprio evento nasceu, há seis anos, dessa experiência política”, pontuou Rodrigo.

“É importante para nós que a TV Brasil espelhe essas produções regionais independentes. Não somente porque na lei de fundação da EBC existe essa regra, que nós precisamos exibir, mas porque nós queremos exibir. Muito se fala da Amazônia e da importância estratégica da Amazônia para o mundo, então, é muito importante que a Amazônia fale sobre ela mesma, que as pessoas daqui contem as suas histórias para o Brasil e para o mundo”, reforçou Antonia.

Paralelo a esse bate-papo, o Matapi contou, também, com masterclass sobre formatação de projetos para captação de recursos, com Fernando Salum, da Rede Igapó, e clínica de negócios audiovisuais, com Pedro Novaes e Keyti Souza, da Sertão Films/GO e Têm Dendê/BA, respectivamente.

No último dia de evento (24/11), além da premiação, o Matapi promoveu a mesa de conversa “Conhecendo as distribuidoras”, com a participação de Argel Medeiros (Olhar), Felipe Lopes (Vitrine), Yasmin Chiden (Descoloniza) e Talita Arruda (Fistaile), e um encontro com distribuidoras.

Sobre o Matapi

Realizado pela Leão do Norte Produções, o Matapi é o primeiro mercado audiovisual do Norte e uma plataforma de articulação que tem como objetivo contribuir na capacitação dos empreendedores para a realidade do mercado audiovisual, estreitar conexões entre as cadeias produtivas e promover a circulação dos produtos amazônicos em outras janelas de exibição.

Neste ano, o evento conta com o patrocínio da Luminate e conta com o apoio do Projeto Paradiso e da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Amazonas.

Fotos: Juliana Pesqueira/Matapi

com informações de assessoria