De Nicole Kidman, por “Moulin Rouge”, a Ellen Burstyn, de “Réquiem Para um Sonho”, Caio Pimenta traz um TOP 10 com atrizes que não sorte no Oscar, seja por concorrer contra uma mega favorita ou estar no meio de uma disputa entre duas candidatas fortes.

10. NICOLE KIDMAN, POR “MOULIN ROUGE”

A Nicole Kidman vivia o auge da carreira no início do século e “Moulin Rouge” sintetizou este momento com a atriz dando um show de sensualidade, cantando muito bem e transitando entre o drama e o humor com facilidade.

O musical do Baz Lurhman chegava forte ao Oscar daquele ano, o que a favorecia.

Porém, a entrega de Halle Berry somada ao fator histórico de nunca uma mulher negra ter vencido Melhor Atriz jogou a favor da estrela de “A Última Ceia”. 

 9. JULIANNE MOORE, POR “LONGE DO PARAÍSO”

Pelo menos, a Kidman não demorou a receber o Oscar: no ano seguinte, venceu Melhor Atriz por “As Horas”. E aproveitando a deixa, eu trago a nona posição.  

Além da narrativa de grande estrela do cinema mundial sem Oscar, a Nicole Kidman interpretava a lendária escritora Virginia Woolf no drama do Stephen Daldry.

Logo, era mais do que previsível a vitória em Melhor Atriz no ano de 2003. Pena que, na mesma categoria, estava o desempenho incrível da Julianne Moore no subestimado “Longe do Paraíso”.   

Apesar das quatro indicações, incluindo, roteiro original, a obra do Todd Haynes não teve força para bater de frente com “As Horas”, impedindo a Moore de chegar com mais força na temporada. 

 8. ANNE HATHAWAY, POR “O CASAMENTO DE RACHEL”

Agora, é a vez da Anne Hathaway, de “O Casamento de Rachel”.

Ainda marcada pelas comédias românticas que tanto protagonizou durante a década 2000, a estrela passou a ser levada mais a sério por seus pares a partir do drama do Jonathan Demme.

E não era sem motivo, afinal, ela domina a cena sempre que aparece como a ovelha negra da família.

Porém, como superar Kate Winslet, vivendo um ano excelente com “O Leitor” e “Foi Apenas um Sonho”, em um papel para lá de Oscar bait e até então sem uma única estatueta? 

Impossível que a Winslet não levasse aquele Oscar.

7. MARGOT ROBBIE, POR “EU, TONYA”

Já em sétimo lugar fico com a Margot Robbie, de “Eu, Tonya”. 

O mesmo processo enfrentado pela Hathaway passou a Robbie.

Afinal, a australiana era mais conhecida por ser a Arlequina e elogiada pela beleza do que pelo desempenho em si – ainda que tenha participado muito bem de “O Lobo de Wall Street” e “A Grande Aposta”.

Ao fazer Tonya Harding, a patinadora fora da caixinha que sabota uma rival, ela impressiona público, crítica e seus pares, conseguindo a primeira nomeação ao Oscar.  

Porém, como competir com a Frances McDormand?

A estrela de “Três Anúncios Para um Crime” dominou a categoria de ponta a ponta sem deixar chances para rivais de peso que, além da Robbie, incluíam a Sally Hawkins, Meryl Streep e a Saoirse Ronan.

Restou a experiência para a protagonista de “Eu, Tonya”. 

6. NAOMI WATTS, POR “21 GRAMAS”

A Naomi Watts era uma das grandes atrizes do cinema mundial quando foi indicada ao Oscar pela primeira vez com “21 Gramas”.

A mão pesada do diretor mexicano Alejandro González Iñárritu permite a atriz um desempenho forte a partir de uma mulher marcada por perdas familiares e viciada em drogas.

Em 2004, entretanto, ela não teve a menor chance contra a Charlize Theron e sua inesquecível transformação visual em “Monster”.  

Triste é que a Naomi Watts só veio a ser indicada nove anos depois com “O Impossível”. Hoje em dia, a carreira dela deu uma leve baixa. Tomara que volte aos bons tempos porque é uma ótima atriz. 

5. FELICITY HUFFMAN, POR “TRANSAMÉRICA”

O quinto lugar fica com a Felicity Huffman.

Conhecida por “Desperate Housewives”, ela brilhou em “Transamerica”, arrancando elogios da crítica.

Porém, não foi páreo para a força da Reese Witherspoon com o sucesso de “Johnny & June” em um trabalho típico para vencer o Oscar.

4. ISABELLE HUPPERT, POR “ELLE”

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Já a Isabelle Huppert teve uma ótima temporada de premiações em 2017 com “Elle” chegando a vencer o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Drama.

Porém, a francesa não foi páreo para Emma Stone e o hype de “La La Land”. 

3. MERYL STREEP, POR “O DIABO VESTE PRADA”

Hora da medalha de bronze e eu a dedico a todo mundo que fala que não gosto da Meryl Streep. 

Penélope Cruz, por “Volver”, Kate Winslet, em “Pecados Íntimos”, Judi Dench, por “Notas sobre um Escândalo”…

A categoria de Melhor Atriz em 2007 foi uma das mais pesadas da história.

No centro dela, estavam duas veteranas: Helen Mirren e seu desempenho solene como a Rainha Elizabeth e Meryl Streep, ácida e irônica no ótimo “O Diabo Veste Prada”.

Qualquer uma que saísse vencedora faria por merecer, mas, não nego uma certa tristeza de não ver a Streep ter ganhado por um papel tão fora da curva do que a Academia costuma reconhecer. 

2. EMANUELLE RIVA, POR “AMOR”

O segundo lugar vem da cerimônia de 2013 quando a Jennifer Lawrence, a grande promessa de Hollywood, saiu vencedora do Oscar de Melhor Atriz por “O Lado Bom da Vida”.

Azar da Emmanuele Riva, uma das maiores atrizes de todos os tempos, em uma parceria comovente com o Jean-Louis Trintignant no triste “Amor”.  

Há quem compare este resultado e do Emma Stone à estatueta da Gwyneth Paltrow em cima da Fernanda Montenegro. Apesar de discordar, não julgo quem faz esta relação. 

1. ELLEN BURSTYN, POR “RÉQUIEM PARA UM SONHO” 

Por fim, impossível não citar este resultado aqui.  

Linda, simpática, com um sorriso do tamanho do mundo e talentosa no drama e, principalmente, na comédia, Julia Roberts ainda não tinha um Oscar em 2001.

A grande chance disso mudar veio com “Erin Brockvich”, longa comandado pelo diretor do momento, Steven Soderbergh, baseado em uma história real com toques feministas, investimento pesado do Harvey Weinstein e com a estrela dosando comédia e drama do jeito que gostava.

Seria tudo lindo se não tivesse a Ellen Burstyn, simplesmente magnífica em “Réquiem Para um Sonho” como uma mulher que perde o controle da própria vida com o vício das drogas.  

É aquela típica derrota previsível de Oscar, mas, que sintetiza muito bem o que é a Academia e a corrida em uma temporada de premiações.