De Bradley Cooper a Willem Dafoe, Caio Pimenta apresenta a lista de candidatos ao Oscar 2022 de Melhor Ator Coadjuvante.
CHANCES MÍNIMAS
Dois atores de filmes queridos da crítica devem ficar de fora.
O excelente Vincent Lindon dificilmente terá vez na corrida pelo polêmico “Titane”, enquanto o Eugenio Derbez enfrenta concorrência pesada dentro do próprio elenco de “Coda – No Ritmo do Coração”.
Pelo menos, só de serem cogitados, já é um grande avanço para o London e, principalmente, o Derbez que sempre ficou marcado por comédias bem fraquinhas. Mas, grandes nomes do cinema norte-americano e britânico também terão vida difícil na categoria.
Em alta em Hollywood após o elogiado “Cenas de um Casamento”, o Oscar Isaac seria uma zebra e tanto caso seja nomeado por “Duna”. Se está difícil para a Jennifer Hudson em Melhor Atriz, imagina para o Forest Whitaker, por “Respect”?
Apesar de sempre gozar de prestígio na Academia, o Colin Firth sofre por conta de “Mothering Sunday” não decolar na temporada de premiações.
O único que pode crescer na corrida desta turma é Jonah Hill, de “Don´t Look Up”. Vale lembrar que o Jonah Hill tem muito bom trânsito em Hollywood, está em um filme perfeito para ele – uma comédia irônica e ácida – e com potencial de crescimento na reta final da temporada. Não o descarto de forma alguma.
CORREM POR FORA
Por essa ser uma corrida tão embolada e ainda imprevisível, quem aparece neste momento correndo por fora pode, daqui a uns meses, tanto subir demais como sumir na disputa.
Vamos começar com aqueles com potencial de alta.
Kelvin Harrison Jr foi bastante elogiado ao lado do Peter Dinklage em “Cyrano” e pode se beneficiar da categoria ser considerada uma oportunidade para novos talentos ganharem visibilidade.
Caso a Academia busque por ser mais inclusiva, uma boa opção pode ser o Troy Kotsur, de “CODA”. Seria uma forma de prestigiar o elenco deficiente auditivo além da óbvia indicação da Marlee Maitlin.
Veterano em Hollywood, o Jason Isaac pode conseguir a primeira nomeação por “Mass”, drama extremamente elogiado pelo elenco.
Falando em experiência, olho atento ao Al Pacino, por “Casa Gucci”, e o Willem Dafoe, de “O Beco do Pesadelo”.
O Dafoe, aliás, namora este Oscar de Melhor Ator Coadjuvante e, caso a fantasia do Guillermo Del Toro corresponda as expectativas, há grandes chances dele subir bastante.
Agora, tem também aqueles que eu não levo tanta fé que sejam indicados.
O Jon Bernthal pode até se beneficiar com o hype em relação a “King Richard”, porém, acho que a resistência a ele será maior e a Academia irá privilegiar nomes mais regulares e prestigiados.
O Timothy Spall deve seguir o diretor Pablo Larraín e ser eclipsado pela Kristen Stewart em “Spencer”.
Por mais fofinho e talentoso que seja, o Woody Norman, de “C´Mon, C´Mon”, deve aguardar mais alguns anos antes de ser indicado.
E o Andrew Garfield deverá ficar reservado para Melhor Ator com “Tick, Tick Boom” e não ser nomeado por “The Eyes of Tammy Faye”.
Para fechar, tem o Jesse Plemons, o qual perdeu espaço para um colega de elenco de “Ataque dos Cães”.
GRANDES CANDIDATOS
Já que estou falando de “O Ataque dos Cães”, tem um candidato fortíssimo vindo do longa da Jane Campion.
O Kodi Smit-McPhee é a grande esperança da Netflix na categoria e está muito perto da indicação.
O Ben Affleck tem duas opções: por “O Último Duelo” e, principalmente, com “The Tender Bar”. A Academia pode aproveitar a ocasião para celebrar um astro adorado pelo público, bom chamariz de audiência e ainda reconhecê-lo após a esnobada nas categorias de Direção e Ator em 2013 por “Argo”.
Dois ganhadores da categoria são possibilidades de indicação: o primeiro é o Jared Leto, de “Casa Gucci” com sua pesada maquiagem, e o J.K Simmons interpretando o ator William Frawley em “Being the Ricardos”.
No meio destes habitués do Oscar, há aquela turma chegando firme em busca da primeira indicação.
São os casos do Jamie Dornan e Ciarán Hinds, ambos do favorito ao Oscar “Belfast”, o Idris Elba e todo seu estilo em “Vingança & Castigo”, e o Corey Hawkins, por “A Tragédia de Macbeth”.
Destes todos, o Ciarán Hinds é quem aparece com mais força.
OS FAVORITOS
Se as disputas de Melhor Atriz e Ator contam com até três nomes certos de indicados, aqui, a os candidatos praticamente garantidos diminuem para dois. Um deles é o Richard Jenkins.
Dos mais regulares e talentosos atores norte-americanos da atualidade, ele tem prestígio imenso em Hollywood e pode ter a grande chance de levar o tão sonhado Oscar com “The Humans”, da A24.
O drama do Stephen Karam é aquele típico filme de atores semelhante a “Minari”, filme que a produtora conseguiu vencer atriz coadjuvante com a Yuh-Jung Youn.
Outro candidato forte na categoria é o Bradley Cooper, de “Licorice Pizza”.
Emplacando quatro indicações desde 2013, o astro consegue algo adorado por Hollywood: equilibrar os grandes sucessos de bilheteria com produções mais prestigiadas mirando a temporada de premiações.
Em 2022, o caminho rumo à vitória parece mais aberto em ator coadjuvante pelo novo filme do Paul Thomas Anderson do que em Melhor Ator por “O Beco do Pesadelo”, onde a disputa traz mais adversários pesados.
Acredito que a MGM investirá tudo o que puder para consagrar o Cooper com um Oscar. E não duvide se ele voltar ano que vem como favorito pela cinebiografia do maestro Leonard Berstein.