De Judi Dench a Kirsten Dunst, Caio Pimenta apresenta a lista de candidatos ao Oscar 2022 de Melhor Atriz Coadjuvante.
CHANCES MÍNIMAS
Como sempre, eu inicio pelas candidatas com quase nenhuma chance na disputa. A turma inclui nomes gigantes de Hollywood.
Apesar de ser a melhor qualidade do fraco “Cruella”, a Emma Thompson deve seguir longe do Oscar; a última nomeação dela, aliás, foi por “Razão e Sensibilidade”, em 1996. Premiada por “A Garota Dinamarquesa”, a Alicia Vikander dificilmente deve ter sucesso na tentativa de fraude de categoria por “Blue Bayou”. Já a Rebecca Fergunson é a maior chance de “Duna” emplacar nomeação nas atuações, mas, deve ser complicado de conseguir.
A Salma Hayek pode surfar na onda de “Casa Gucci” ainda que, no elenco de superestrelas do suspense de Ridley Scott, corra o risco de ficar em segundo plano. Já a Glenn Close, de “Swan Song”, e a Viola Davis, por “The Unforgiven”, são incógnitas e dependerão da força dos respectivos filmes quando forem lançados para subir na disputa.
Gaby Hoffmann, por “C´Mon, C´Mon”, e a Suzanna Son, de “Red Rocket”, também aparecem sem muitas chances.
CORREM POR FORA
Abre a turma das candidatas com chances médias uma vencedora da categoria.
A Regina King busca a segunda estatueta por “Vingança & Castigo”. No trailer, estilo e força sobram para a atriz sempre valorizada em Hollywood. A 20th Century Studios deve colocar Jodie Comer, de “O Último Duelo”, para buscar uma vaga entre as coadjuvantes em vez das principais. Pela corrida mais imprevisível aqui, pode ser uma escolha acertada ainda que ela surja como azarã até o momento.
Estratégia semelhante deverá ser adotada pela United Artists/MGM com a Alana Haim, de “Licorice Pizza”. E o histórico dos filmes do Paul Thomas Anderson nas nas categorias de coadjuvantes é muito bom com seis nomeações – Burt Reynolds e Julianne Moore, por “Boogie Nights”, Tom Cruise, de “Magnólia”, Amy Adams e Philip Seymour Hoffman, de “O Mestre”, e a Lesley Manville, por “Trama Fantasma”.
Concorrer contra o colega de elenco na mesma categoria pode ser um problema para as seguintes candidatas: Dakota Johnson e Jessie Buckley saíram bastante elogiadas de Veneza por “The Lost Daughter”. A estrela de “Cinquenta Tons de Cinza” até entra com mais hype, mas, Buckley pode sofrer menos resistência dentro da Academia.
Já em “Amor Sublime Amor”, Rita Moreno tem chances de fazer história e concorrer novamente pelo musical que a levou a conquistar o Oscar em 1961. Porém, existe a possibilidade da Academia buscar alguma estrela novata para consagrar; se assim for, a Ariana DeBose sai com chances de ser este nome. A Martha Plimpton pode ser eclipsada em “Mass” pela Ann Dowd.
Porém, vale lembrar que, em 2021, o Daniel Kaluuya e o Lakeith Stanfield foram indicados a Melhor Ator Coadjuvante por “Judas e o Messias Negro”. Logo, não é impeditivo duas indicações vindas de um mesmo filme.
GRANDES CANDIDATAS
Exceto se surgir alguém como zebra, as indicadas ao Oscar de Atriz Coadjuvante devem sair dos próximos nomes. Das consideradas grandes candidatas, teremos três vagas em disputa.
Desde a exibição de “Mass” em Sundance no início de 2021, a Ann Dowd é um nome sempre cogitado na categoria. Pode até sofrer com a força de candidatas com maior hype e o poderio menor da Bleecker Street para fazer campanha, mas, tem tudo para obter a primeira nomeação.
Intérprete das mães de Serena e Venus Williams em “King Richard”, a Aunjanue Ellis pode se beneficiar da força do filme na temporada de premiações e da própria campanha que deve envolver Will Smith e as tenistas. De “Passing”, a Ruth Negga será uma das apostas da Netflix na categoria junto com a Meryl Streep, de “Don´t Look Up”. No longa do Adam McKay, ela fará uma sátira a Donald Trump, um detrator dela na época em que ocupava a Casa Branca.
Mas, Meryl Streep não é a única ganhadora do Oscar brigando por vaga no Oscar de Atriz Coadjuvante.
A Marlee Maitlin deve representar o muito bom elenco de “Coda – No Ritmo do Coração” na cerimônia. Seria uma forma também de demonstrar um sinal de inclusão da indústria em relação aos portadores de deficiência auditiva, quase sempre deixados de lado pelo cinema. Enquanto isso, a britânica Judi Dench está em busca da oitava indicação por “Belfast”. Sendo nomeada, tem chances sim de ser o segundo Oscar.
E eis que temos o mistério da categoria: quem será a concorrente por “O Beco do Pesadelo”? A Searchlight Pictures, até o momento da gravação deste vídeo, não definiu se a Cate Blanchett ou a Rooney Mara irão disputar Melhor Atriz ou ficarão em coadjuvante. Neste dilema, quem está crescendo é a Toni Collette que pode se beneficiar de esnobadas pesadas recentes e, finalmente, conseguir voltar ao Oscar.
Aguardamos as cenas dos próximos capítulos.
AS FAVORITAS
Chegamos às favoritas para o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante não apenas de serem indicadas, mas, principalmente, pela corrida rumo à estatueta.
A primeira delas é uma estrela que já admitiu não entender o por quê de nunca ter sido nomeada.
Querida pelo público, a Kirsten Dunst viu a maior chance dela em “Melancolia” ser sabotada pelas bobagens ditas por Lars Von Trier em Cannes. Agora, por “Ataque dos Cães”, a nomeação é certa se nenhuma desgraça ocorrer. Elogiada por onde passou desde Veneza, a eterna Mary Jane conta com o apoio popular e pode ser a grande vitória do longa da Jane Campion caso “Belfast” domine a temporada de premiações.
E a maior adversária dela vem justamente do longa do Kenneth Braganh.
Interpretando a mãe do protagonista, a Caitriona Balfe é o nome a ser superado na corrida de Melhor Atriz Coadjuvante pela imprensa norte-americana. A estratégia da Focus Features em tirá-la de Melhor Atriz para concentrá-la aqui demonstra a confiança do estúdio nesta previsão. Ela tem tudo para ser a grande vitória de “Belfast” nas categorias de atores.
O único empecilho é justamente a Judi Dench: será que, na hora de votar, a Academia irá preterir a Caitrona para dar o Oscar da veterana? É uma possibilidade que pode acabar ajudando a Kirsten Dunst. Ironias da vida…