Will Smith e Brad Pitt são dois dos maiores astros da história de Hollywood capazes de levar milhões para os cinemas a cada novo projeto.
Infelizmente, 2022 não tem sido nada bom para ambos com escândalos na vida pessoal capazes de manchar definitivamente a carreira deles.
Caio Pimenta analisa as chances de Will Smith, por “Emancipation”, e Brad Pitt, de “Babilônia”, no Oscar 2023 em meio às polêmicas.
BRAD PITT
Ganhador do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante em 2020 por “Era uma vez em Hollywood”, o Brad Pitt podia repetir o feito com “Babilônia”.
O astro está no elenco do novo filme do Damien Chazelle interpretando Jack Conrad, uma estrela de cinema inspirada em lendas de Hollywood como John Gilbert e Clark Gable.
Seria um papel ideal para um segundo Oscar, especialmente, em um filme que deve crescer bastante na temporada de premiações, porém, o Brad Pitt enfrenta acusações gravíssimas de violência doméstica contra a ex-esposa Angelina Jolie e aos próprios filhos.
Segundo investigação na justiça norte-americana, Angelina Jolie acusa o ex-marido de um violento surto em uma viagem de avião. Segundo ela, Pitt estaria embriagado durante um voo, gritando com todos ao redor. No pior momento, o ator a teria agarrado pelo cabelo e a jogou de um lado para o outro. Como se não bastasse, Brad Pitt também teria agredido os filhos.
O astro ainda não veio a público falar oficialmente sobre o caso, mas, segundo a imprensa norte-americana, ele alega que se trata de uma vingança da Jolie em relação à disputa pela guarda dos filhos e também por questão da divisão de bens.
É um caso chocante ainda em andamento, mas, o que saiu até agora, inclusive, com fotos é, no mínimo, inaceitável. Resta esperar quais serão os próximos desdobramentos e como Justiça irá proceder.
Para o Oscar, a situação é bastante constrangedora, porém, não podemos esquecer da boa relação do Brad Pitt com seus pares. Ele já trabalhou com todos os principais nomes da indústria e ainda é um dos grandes ativos de Hollywood, extremamente lucrativo para os estúdios. Não duvido nada que haja um grande esforço para diminuir a pressão em torno do caso exceto se surgir algo bombástico e indefensável
Se isso acontecer, o Brad Pitt pode sim ser nomeado caso “Babilônia” corresponda todas as expectativas. Vale lembrar que todas as polêmicas envolvendo o Casey Affleck não foram suficientes para impedir não apenas a indicação como a vitória em 2017. Isso apoiado por nomes fortes da indústria, exatamente o que pode acontecer no ano que vem.
WILL SMITH
O Will Smith luta para igualar os feitos do Spencer Tracy e Tom Hanks como ganhador do Oscar de Melhor Ator em dois anos consecutivos. A oportunidade surge com “Emancipation”.
No longa da Apple dirigido por Antoine Fuqua, o astro interpreta um escravo fugitivo que atravessa os pântanos da Louisiana em uma jornada tortuosa para escapar dos proprietários de plantações que quase o mataram.
Igual ocorreu com “King Richard”, o Will Smith é o produtor do longa, algo sempre valorizado pela indústria, afinal, temos uma estrela apoiando projetos que dificilmente sairiam do papel não fossem por elas.
Agora, claro, há um fantasma em torno de Smith que dificulta tudo.
Na noite de consagração de uma carreira pelos próprios pares, o Will Smith jogou tudo a perder com o famigerado tapa na cara contra o Chris Rock e os xingamentos aos berros com palavrões ao vivo para o mundo inteiro ver. O discurso choroso ao receber a estatueta de Melhor Ator completou o constrangimento de uma festa que entrou para a história pelos motivos errados.
Nem mesmo as desculpas públicas impediram a Academia de banir o astro da festa por 10 anos, uma decisão impressionante para um atual premiado com tamanha popularidade.
Se aqui no Brasil se discutiu muito a mau gosto da piada do Chris Rock, nos EUA, a indignação acabou ficando mesmo com o Will Smith e a perda da liberdade de um artista em pleno palco.
Quanto ao Oscar 2023, sinceramente, ainda não vejo a Academia pronta para deixar este passado tão recente para trás. Indicar o Will Smith após tudo o que aconteceu seria não apenas enfraquecer a decisão do banimento como voltaria a eclipsar todo o restante da festa para retomar um assunto que a entidade deseja colocar em esquecimento.
Por tudo isso, acredito que muitos votantes irão até boicotar ou sequer ver “Emancipation”.
