De “O Aprendiz” a “A Real Pain”, Caio Pimenta traz a quinta parte de possíveis candidatos ao Oscar 2025.

‘NIGHTBITCH’, ‘CALLAS’ E ‘BACK TO BLACK’

Adiado por conta da greve de roteiristas e atores do ano passado, “Nightbitch”, finalmente, verá a luz do dia.

Com estreia prevista para dezembro, a produção da Searchlight Pictures traz a Amy Adams vivendo uma mulher que pausa a carreira para cuidar do bebê recém-nascido, porém, este período de licença maternidade ganhará uma reviravolta surreal.

A direção fica por conta da Marielle Heller, conhecida por filmes como “Um Lindo Dia na Vizinhança” e “Poderia me Perdoar?“. 

Como todos sabem, a Amy Adams está na fila para ganhar o Oscar, mas, sinceramente, não sei se “Nightbitch” é o tipo de filme que a levaria para a conquista. Somente se a Academia estiver ousada demais. 

Se a escolha for algo mais tradicional, a opção pode ser a Angelina Jolie. A estrela interpreta Maria Callas nos últimos dias de vida.

A direção do filme fica por conta do Pablo Larraín, o qual já levou Natalie Portman (“Jackie”) e a Kristen Stewart (“Spencer”) à disputa de Melhor Atriz. O Steven Knight é o roteirista.

A Jolie tenta vencer o Oscar nesta nova versão dela, mais amadurecida e engajada politicamente – a única estatueta dela foi no período mais loucão por “Garota, Interrompida”, há mais de duas décadas. 

“Back to Black” traz a cinebiografia de Amy Winehouse, lendária cantora dona de uma voz única que morreu após uma overdose em 2011.

Para além da revelação Marisa Abela, vale ficar de olho em categorias técnicas como maquiagem e penteado, figurino e direção de arte.

Isso, claro, se o filme da Sam Taylor-Johnson for bem-recebido e não visto como mais uma exploração da imagem de Winehouse. 

‘EMMANUELLE’, ‘CONCLAVE’, ‘SING SING’ E ‘BIRD’

Lembra do clássico “Emmanuelle”? Sim, aquele soft pornô da Band.

A francesa Audrey Diwan, do excelente “O Acontecimento”, fará uma nova versão dos contos de fantasia erótico escritos pela Emmanuelle Arsan.

Tentando voltar aos bons tempos de outrora, a Naomi Watts será a protagonista em um elenco que ainda conta com Will Sharpe e Noémie Merlant.

A expectativa é que o lançamento ocorra em Veneza.  

Virando completamente a chave ao passar do pecado para o sagrado, “Conclave” é o novo filme do Edward Berger, de “Nada de Novo no Front”.

Aqui, o foco será na escolha do novo papa da Igreja Católica, enquanto os podres do pontífice recém-falecido vêm à tona.

Ralph Fiennes, John Lithgow, Stanley Tucci e Isabella Rossellini.

Será a Academia se redime com o Vaticano após a esnobada em Melhor Filme de “Os Dois Papas”? 

O Colman Domingo anda em alta na Academia como provou a indicação dele em “Rustin”, passando por cima do Leonardo DiCaprio.

Em 2025, ele tenta de novo com “Sing Sing”. O drama da A24 traz a história de um grupo de prisioneiros que encontra um caminho para a ressocialização através da arte.

O filme foi exibido no Festival de Toronto do ano passado, recebendo bastante elogios, porém, terá que remar tudo de novo para marcar presença na próxima temporada. 

A Andrea Arnold será homenageada pela carreira no próximo Festival de Cannes. Quem sabe ela não aproveita o prestígio para alavancar “Bird”?

Concorrendo à Palma de Ouro deste ano, a produção mostra a história de um garoto vivendo ao lado do pai e do irmão em um alojamento.

Como os dois não tem muito tempo devido ao trabalho, resta ao menino conhecer o mundo por conta própria. Barry Keoghan e o Franz Rogowski estão no elenco. 

‘THE END’, ‘A REAL PAIN’ E ‘O APRENDIZ’

Diretor dos excelentes documentários “Ato de Matar” e “O Peso do Silêncio”, o Joshua Oppenheimer parte para a ficção com “The End”

A única coisa que se sabe sobre o filme é que é um musical ambientado no fim do mundo. A Tilda Swinton, Michael Shannon e o George McKay estão no elenco.

Parece promissor, mas, não sei se faz muito o estilo da Academia. 

Quem já foi aprovadíssimo e pode chegar forte no Oscar 2025 é “A Real Pain”. O projeto marca a estreia do Jesse Eisenberg, indicado por “A Rede Social”, na direção.

Ganhador de Sundance, a produção mostra dois primos indo até a Polônia por conta da morte da avó para ver de onde vieram e acabam descobrindo como os familiares deles lidaram com o Holocausto. O Eisenberg está ao lado do Kieran Culkin, ator muito prestigiado pelo trabalho em “Succession”.

A grande questão é se “A Real Pain” supera toda a polêmica em relação a Israel e o conflito na Faixa de Gaza, alvo crescente de críticas nos EUA.

Claro que falta muito tempo para o Oscar e a temporada de premiações como um todo, mas, dificilmente, isso será esquecido até lá. 

Por fim, falando de polêmica, temos “O Aprendiz”. O filme mostra a ascensão nos negócios entre os anos 1970 e 1980 de nada mais nada menos do que Donald Trump.

A direção é do Ali Abbasi, de “Holy Spider” e que estreia na direção de longas nos EUA, com o Sebastian Stan vivendo o empresário. Aqui, tudo dependerá do clima político e se a Academia vai querer dar holofote para ou o presidente eleito ou ao candidato derrotado das eleições.

Ou se vai preferir evitar o assunto espinhoso. Simplesmente imprevisível.