De “Retrato de Família” a “Vice”, Caio Pimenta analisa da pior a melhor indicação de Amy Adams ao Oscar, além da maior esnobada.

6. VICE 

A última nomeação da Amy Adams é justamente a pior da carreira dela. 

Em “Vice”, ela interpreta a esposa do ex-vice-presidente Dick Chaney em nova parceria com o Christian Bale.

Aparecendo pouco durante os longos 132 minutos, a Amy Adams faz o que pode dentro de um filme que nunca deslancha, impedindo seus astros de terem atuações marcantes. 

Em 2019, a Adams perdeu a categoria de Atriz Coadjuvante para a Regina King, por “Se a Rua Beale Falasse”. 

5. O VENCEDOR 

A Amy Adams foi indicada ao Oscar 2011 de Melhor Atriz Coadjuvante por “O Vencedor”, primeira parceria dela com o David O. Russell. 

Interpretando a bartender que se apaixona pelo Mark Wahlberg, a atriz incorpora o ponto de lucidez da trama, quase representando o público em meio à louca família do protagonista.

Isso, entretanto, não a impede de se defender e partir para o ataque quando necessário. 

Apesar de ótimo desempenho dela, a Amy Adams para uma companheira de elenco, a Melissa Leo. Aqui, não tenho objeções ao resultado. 

4. O MESTRE 

Atuando ao lado de monstros como Joaquin Phoenix e Philip Seymour Hoffman, a Amy Adams se impôs em uma grande performance e indicada ao Oscar de 2013 em Atriz Coadjuvante. 

Nesta obra-prima do Paul Thomas Anderson, a estrela faz a meticulosa esposa do carismático líder religioso vivido pelo Hoffman. Em “O Mestre”, Adams externa muito bem como a forma compenetrada da personagem consegue ser o ponto de equilíbrio em meio às vaidades daqueles homens, sendo a verdadeira controladora das ações 

A vitória em 2013 ficou com a Anne Hathaway e seu Oscar bait em “Os Miseráveis”. Aqui, a estatueta facilmente poderia ter ido parar nas mãos da Amy Adams. O mundo seria mais feliz. 

3. DÚVIDA 

Vinda do sucesso de “Encantada”, a Amy Adams mostrou que estava disposta a voltar aos filmes mais adultos com “Dúvida”. O resultado foi uma indicação em Atriz Coadjuvante na edição de 2009. 

A jovem estrela se vê no meio do combate entre os personagens do Philip Seymour Hoffman e Meryl Streep.

Mesmo diante de gigantes, a Amy Adams não sucumbe com uma personagem que inicia de forma angelical, cheia de ingenuidade e vai se desgastando totalmente ao ser ver envolvida em um duelo que acaba por colocar a fé dela em xeque. 

O Oscar da categoria acabou indo para a Penélope Cruz, de “Vicky Cristina Barcelona”.

Para mim, não foi um Oscar injusto, porém, se alguém de “Dúvida” tivesse que ganhar Atriz Coadjuvante naquele ano, deveria ser a Viola Davis que, em cinco minutos, rouba o filme. 

2. RETRATO DE UMA FAMÍLIA 

De todos os filmes pelos quais a Amy Adams foi indicada ao Oscar, “Retratos de Família” certamente é o menos conhecido. Mas, aqui, ela traz uma das melhores atuações da carreira. 

No longa dirigido pelo Phil Morrison, ela interpreta a esposa grávida de um sujeito estranho que tem um irmão chegando à cidade ao lado da namorada.

Em um filme de personagens carrancudos, a Amy Adams representa a alegria, doçura e uma certa pureza.

Os olhos interessados, a fala rápida são um convite ao público em abraçar a personagem ao mesmo tempo em que, mais tarde, nos comovemos com o sofrimento dela. 

A primeira indicação da carreira foi em atriz coadjuvante na edição de 2006, perdendo para Rachel Weisz, de “O Jardineiro Fiel”. 

1. TRAPAÇA 

Pode-se criticar tudo e mais um pouco de “Trapaça” menos as atuações da Jennifer Lawrence e, claro, da Amy Adams. 

Nunca a estrela foi tão exuberante como no suspense com tons de comédia e drama do David O. Russell.

Fazendo a amante do personagem do Christian Bale que também se envolve com o Bradley Cooper, a Amy Adams domina as atenções todas as vezes em que aparece seja pela beleza, o figurino e penteado incríveis, além da força com que consegue se impor diante daquele universo perigoso e masculino.

Trabalho excepcional e marcante. 

Acredite se quiser: esta foi a primeira indicação da Amy Adams a Melhor Atriz. Ela perdeu para a Cate Blanchett, de “Blue Jasmine”. 

A MAIOR ESNOBADA – “A CHEGADA” 

Poderia citar “Animais Noturnos”? Sim, com certeza. Ou forçando um pouco a barra Encantada.

Porém, é claro, não há como negar que a maior esnobada do Oscar em relação a Amy Adams vem da cerimônia de 2017. 

A indicação a Melhor Atriz não ter vindo por “A Chegada” é inexplicável. Amy Adams havia sido nomeada ao SAG, Bafta e Globo de Ouro, o público e a crítica a apoiavam demais. Tinha tudo para acontecer.

Infelizmente, a Academia surpreendeu e a deixou de fora mesmo fazendo um papel dificílimo de guiar o público em uma história misteriosa de invasão alienígena enquanto não nos faz esquecer da dor que sente pelo trauma do passado. 

O sucesso de “A Chegada” deve-se muito ao talento da Amy Adams.  

“E quem você tiraria para colocá-la na disputa?”. Eu imagino que vocês já saibam… 

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